De mãos enterradas nos bolsos enfrentei o frio
do mar. na cara, o vento cortante
a magoar-me. na cavidade do peito, o vazio
onde ouvi o eco de um nome e de um sentimento
vão. nas paredes nuas em ricochete
devagar. deixei-me tombar no chão em desalento
mudo. desisti de lutar por algo... patético
doloroso. quero dormir, muito, para sempre
fechar-me no meu pequeno mundo hermético
sozinha. sozinha. sozinha eu sei como viver
desde sempre. não quero que mais ninguém
me respire. não quero acordar e ver
que te foste embora sorrateiro, em surdina
não quero. não quero e nem sequer é pedir muito
acabou. que finalmente se baixe a cortina.
que nem sequer se abra para aplausos frenéticos
acabou. silêncio. apenas silêncio a ecoar no meu peito
nos nossos peitos, afinal desde sempre assimétricos...
Outras IDEIAS minhas
Ideias de outros que eu gosto de ler
- As conversas são como as cerejas
- As palavras que nunca te direi