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Rendi-me a ti
Tive mesmo que me render
Porque nada mais havia a fazer…
Rendi-me a ti
Caí aos teus pés prisioneira
Corpo e alma, eu toda, eu inteira…
Rendi-me a ti
Fui tonta e parva e tonta
Achei que para o amor eu estava pronta…
Rendi-me a ti
Rendi-me a ti para não mais sofrer
Porque estava cansada de assim viver
Da solidão que dói eu queria me defender
Livrar-me da dor que ser só encerra
Mas no amor luta-se mais que numa guerra
E a minha alma, depois magoada, caiu por terra
E tu.
E tu, chegaste um dia imponente e a minha alma arrasaste
E meu coração com o teu exército de indiferença calcaste
E de lama e sangue negro muito sujo o deixaste
Foste embora.
Depois foste embora sem nada dizer
Como se nem quisesses saber
Como se eu não importasse sequer
Rendi-me a ti
Por amor
Para nada
Para sofrer
Estou triste
E nada mais há a dizer…
Choro, sim, finalmente deixo-as sair
Transborda a minha alma magoada
Nada posso fazer, não as posso impedir
Sinto-me só, vazia e amargurada
As lágrimas não mais quero esconder
Nem esconder meus sentimentos
Não importa, não quero nem saber
Se alguém ouvir meus pensamentos
Os mais tristes, os mais angustiantes
Que tenho dentro do peito guardados
Deixo-os sair por breves instantes
Já estiveram tempo demais fechados
Dói a solidão que trago dentro de mim
E dentro de mim ouço algo rasgar
É a minha alma que está triste e assim
Desiste de tudo e de todos e até de lutar
Não quero pensar não quero sentir
Estou cansada desta luta inglória
Só quero deitar um pouco e dormir
E amanhã recomeçar a minha historia…
Domingo de manhã é um momento terrível para os solitários. Precisava do meu amigo, tinha urgência de o ver. Precisava de conversar e só ele é capaz de me ouvir de me entender.
Por isso hoje de manhã fui ver o mar.
No céu azul, o sol brilhava intensamente, mas as águas do oceano estavam cinzentas. O vento soprava furiosamente mal me deixando ouvir o Jamie que levava comigo no mp3. Estava cansada, mas caminhei alguns quilómetros pela beira-mar. Depois tirei as sapatilhas e caminhei descalça na areia molhada. Olhei mais longe, na direcção do sol e a água brilhava como se fosse feita de cristal. Gosto tanto de ver a água assim, como se fosse feita de cristal. Olhei para trás e vi o farol. Imaginei-me a viver no farol. Seria uma delícia acordar todos os dias com as gaivotas a pairar na janela e as ondas a bater nas rochas. Podia fechar os olhos mis um pouco, sentindo-me completamente segura sabendo que a luz que guia os náufragos estava mesmo ali por cima de mim. Foi uma ideia tola bem sei, mas gostava de experimentar um dia uma ideia assim tola. Uma ideia assim tola que não causa dano mas que dá prazer.
Já estou a divagar.
Fui ver o mar porque ontem me senti triste novamente. Devia desistir de sair à noite. Vou a sítios lotados e sinto-me só. Muito mais do que me sinto quando estou efectivamente só. A lágrima teimosa queria sair de novo, mas não deixei. Respirei fundo e acabei de beber a vodka laranja. Vim para casa, mas a solidão também estava na minha casa. Mais uma vez não deixei a lágrima teimosa sair. Adormeci tardíssimo e acordei cedíssimo. Por isso fui ver o mar. Para tentar acalmar a angústia que certos pensamentos me fazem sentir. Não sei se me sinto muito melhor, mas pelo menos neste momento não corro o risco da lágrima querer soltar-se de novo…
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Há dias em que a solidão magoa. Há outros que nem tanto. Há dias em que andar sozinho faz doer o coração, a alma, ou seja lá aquilo que for que temos para nos fazer sentir. Há dias em que isso nos passa ao lado e estamos felizes por estar sozinhos, sem dar satisfações, sem meias espalhadas pela casa, sem horários, sem perguntas impertinentes. Mas há dias em estarmos sozinhos é um verdadeiro suplício. Há dias em que não queremos ir passear à beira-mar porque ver os casalinhos de namorados, que passeiam de mão dadas nos deixa cheios de amargura. Há dias em que não temos vontade de assistir ao pôr-do-sol, porque não o podemos partilhar com ninguém. Há dias em que não conseguimos ir comer a um restaurante, porque nos lembra que não temos ninguém para se sentar à nossa frente numa mesa com velas acesas e taças de champanhe. Há dias que o filme que tanto queríamos ver estreou, mas não queremos ir sentar sozinhos num cinema onde todos se riem, dão as mãos e partilham pipocas. Há noites de Natal, passagem de ano, férias de verão cheias de sol. Há dias em que cumprimos sonhos e dias em que vencemos batalhas. E nestes dias a solidão pesa. Nestes dias vemos que afinal nos fazia falta uma mão carinhosa nos apertasse a mão e nos dissesse: amo-te, estou tão feliz por ti.
Eu também tenho destes dias...menos do que já tive é certo, mas ainda assim, tenho dias dolorosos, dias que a solidão me bate à porta e a deixo entrar. Dias em que um lagrimazita teimosa me desce pela cara e me dou o direito de sofrer um bocadinho com a ausência de alguém sem rosto e sem nome. Nesses dias choro tudo o que tenho de chorar e lavo a minha alma. Também é preciso às vezes lavar a alma. Limpar as tristezas acumuladas, deitar fora as amarguras, exterminar as mágoas. É para isso que servem as lágrimas.
A solidão não é sempre má, também nos pode fazer bem. Pode ajudar-nos a conhecer-nos melhor, pode ajudar-nos a descobrir quem somos, no entanto é certo e sabido que a solidão nos faz sofrer e nos rouba o sorriso do rosto, pelo menos em certos momentos da vida.
E eu…eu sou como toda a gente, tenho meus momentos de solidão amarga, e às vezes até sonho com o príncipe encantado, mas enquanto ele não chega ou mesmo se nunca vier, vou tentar conviver com ela o melhor possível…
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Hoje é um dia daqueles dias que tudo me faz chorar. Uma música lamechas à Michael bublé, um casalinho com mais de setenta anos de mão dada, dois miúdos de 16 anos aos beijinhos como se não houvesse amanha. A lista não acabou, mas não me quero tornar uma chata demasiado chata. Na verdade tudo me faz chorar. Acho que hoje até algum que me abra a porta para passar me vai fazer chorar…Estou triste, lamechas, cansada, deprimida…raios...já não chegava a crise financeira?? É o que dá estar sozinha tanto tempo a falar com as paredes. São péssimas conselheiras as minhas paredes brancas. .
Depois dos miúdos irem dormir fico sozinha. De repente tudo fica silencioso (que eu tento anular com a televisão ligada num programa parvo qualquer). O silêncio da noite traz pensamentos negros. Falo entre dentes com o meu eu. Sinto o vazio da noite em cada poro da minha pele. Um arrepio de frio percorre-me. Não é um frio qualquer, é um frio da alma. Como se nela habitasse o gelo dos pólos. É apenas a falta de amor, bem sei. Sinto falta de saber que há alguém especial que se preocupa comigo, que me dá a mão, que me transmite o calor humano e faz sentir humana, mulher… há tanto tempo que a única coisa que me chamam é mãe, filha, irmã…já não me lembro da ultima vez que me pegaram na mão com sentimento, com amor. Aquele toque que faz sentir uma ternura imensa que incendeia a alma. Falta-me um ombro onde deitar a cabeça no fim de um dia extenuante. Já não sei sequer falar de amor. Já não sei dizer coisas bonitas, já não sei dizer que amo.
Dizem que estou melhor assim. Talvez esteja em certos aspectos. Não tenho quem me controle, quem me faça sofrer. Não tenho ninguém a minha espera, não tenho a quem dar satisfações da minha vida. Mas também não tenho com quem passear de mão dada, com quem ir jantar a luz de velas, com quem ir ao cinema. Não tenho quem me diga que me ama, não tenho quem me diga bom dia meu amor. Não tenho quem me diga que tem saudades minhas, não tenho quem me faça um mimo na cara. Não tenho quem me limpe as lágrimas em dias difíceis… mesmo que houvesse uma balança capaz de pesar estas coisas e a parte do “estou melhor assim” pesasse mais…eu iria sempre ficar a pensar que o melhor mesmo é ter amor…
Magnolia em dias de solidão..
Queria tanto pegar-te na mão
Quando a vejo pousada serena
Imagino-a suave como uma pena
Não a senti, mas sou dona da razão
Queria tanto deitar a cabeça em ti
No teu doce ombro e descansar
Apenas ficar quieta a imaginar
A sentir as sensações de estar aqui
Queria tanto com força te abraçar
Encostar o meu peito ao teu peito
E com ternura, carinho e jeito
Mostrar o quanto sou capaz de amar
Queria tanto os teus lábios sentir
Num suave, longo e doce beijo
E fazer-te sentir meu desejo
Que do meu corpo quer fugir
Queria tanto nos teus olhos ver
Um desejo igual ao meu
Sentir no meu coração o teu
Tão desejoso do meu coração ter
Queria tanto ser capaz de te dizer
As coisas que me vão na alma
Para poder finalmente ter calma
E deixar então de por amor sofrer…
Magnolia
07-04-2008
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Sinto falta de ti...
A noite chegou de mansinho
E trouxe com ela mil desejos
Mil vontades, mil ensejos
De ternura e de carinho
Sinto falta de ti...
Chegou a hora de dormir
Deito-me na cama vazia
Estendo a mão e sinto-a fria
Nao te vou poder sentir
Sinto falta de ti...
Os beijos que não terei
Mimos, afagos calorosos
E abraços poderosos
Mumurios que nao ouvirei
Sinto falta de ti...
Olho em vão a almofada
Sei que continuará vazia
Nua, queda e fria
E jamais será usada
Sinto falta de ti...
Aperto-me num abraço
Enrolo-me em mim
E fico então assim
No meu próprio regaço
Sinto falta de ti...
Nunca te terei meu amor
Es parte da imaginação
De alguém com um coração
Imerso em sonhos de amor
Sinto falta de ti...
Magnolia
24-03-2008
Outras IDEIAS minhas
Ideias de outros que eu gosto de ler
- As conversas são como as cerejas
- As palavras que nunca te direi