Falar sobre tudo e mais alguma coisa

Sábado, 13 de Agosto de 2011
Este blog vai de fim-de-semana!

Primeira paragem:

 



publicado por magnolia às 03:07
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Sábado, 25 de Junho de 2011
A caminho de Santiago...

 

 

 

 

Hoje vai ser um dia especial... muito especial...

 

Depois venho cá contar:) 

 

 

 

 



publicado por magnolia às 09:17
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Sábado, 11 de Junho de 2011
Pelos Caminhos de Santiago...

 

 

O dia de ontem não foi marcado pelas comemorações do dia 10 de Junho (embora eu preze o dia de Portugal) mas sim pela comemoração do primeiro aniversário do Albergue de Peregrinos da Recoleta, Tamel, Barcelos.

 

O dia começou bem cedinho, mesmo cedinho, do género 6h30 da manhã. Os meus amigos peregrinos que me deram boleia foram buscar-me à aldeia errada, mas tudo bem, depois de uma explicação mais acertada conseguiram encontrar-me!

 

Depois de um cafézinho para tirar o sono, seguimos viagem até ao Albergue de Peregrinos Da Recoleta. De lá partimos em autocarro e carrinhas em direcção a Ponte de Lima, inicio real da caminhada no sentido verdadeiro da palavra ou seja, pés no caminho.

 

 Por monte e vales, veredas e campos de cultivo, caminhamos todos juntos, o nosso grupo, peregrinos com destino a Santiago, bicigrinos, turistas e até dois burros que sem saber como foram apanhados nesta andanças da peregrinação a Santiago! Subimos a Labruja com algum custo, mas a chegada ao cimo compensou todo o cansaço e a falta de fôlego. A vista, absolutamente fantástica, também era capaz de nos tirar o fôlego, quase tanto como a subida da serra! 

 

Depois deste ponto faltavam apenas três kms para chegar ao Albergue de Rubiães. Logo depois do cimo da serra paramos para almoçar. Eu, duas sandes de queijo e ameixas. Outros, folhados de carne, sandes de atum em pão de sésamo e bananas...umas melhores que as outras!!

 

Bem, em breve chegamos ao albergue de Rubiães, no qual ainda não tive o prazer de dormir, mas que não há-de tarde assim tanto! Depois dos carimbos voltamos ao autocarro e carrinhas. Desta vez a viagem não foi problemática, bem pelo contrário. Apesar de irmos todos apertados ainda arranjamos alguma energia para trocar informações preciosas. Estamos sempre a aprender!! 

 

De volta à Recoleta era hora de jantar. Feijoada e depois sardinhas e broa, ou não estivessemos em Junho. Mais tarde, arroz doce e queimada. Com a queimada e respectiva cerimónia veio um brinde, um esconjuro galelo magnificamente dito por dois dos hospitaleiros do albergue. Não deviamos ter lá bruxas porque na verdade ninguém arredeou pé...

 

Por fim, o regresso a casa. O pó nas roupas, o cansaço no corpo, mas um sorriso imenso no lábios!!

 



publicado por magnolia às 16:19
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Quinta-feira, 21 de Abril de 2011
6º e último dia no Caminho

orgulhosamente peregrinos!

 

 

Sexto e último dia do Caminho! Seguimos as queridas setas amarelas a partir de Padrón, e desta vez o destino era Santiago de Compostela! Seriam 23,9 km! Os últimos!

 

Partimos de Padrón ou Iria Flavia, nome com que tinha sido baptizada a vila na idade média, logo depois do pequeno-almoço no albergue. Andamos alguns kms até chegarmos à Escravitude, um santuário/mosteiro do sec XVIII, que mais uma vez estava fechado e só pude ver o seu interior por uma minúscula janela na porta. Depois, mais ou menos pelo décimo km a Ana começou a demonstrar algum cansaço e alguma saturação. Já tinha andado cerca de 110 km naquela semana e estava a ressentir-se. Levei-lhe a mochila durante algum tempo mas o cansaço era nas pernas, andava devagar e o André e eu tivemos que esperar por ela muitas vezes. Depois levei-a pela mão, a puxar ligeiramente e a falar com ela, sempre com palavras de incentivo. Claro que a etapa demorou um pouco mais tempo do que o previsto e não fosse termos que voltar nesse dia teríamos podido andar sem pressa e ao ritmo dela. Infelizmente ficar mais uma noite implicava mais gastos e a nossa carteira já estava mesmo muito magrinha…

 

A paisagem desta etapa também é bonita, mas talvez um pouco menos verde. Talvez um pouco mais agreste ou dispersa. Os últimos kms foram a subir o que não foi propriamente uma grande ajuda para a minha menina.

 

Depois de algum custo chegamos finalmente à periferia da cidade! Caminhamos já em Santiago em busca da catedral, meta há muitos dias almejada! Foi muito bom ter podido ver a ruas encherem-se de gente conforme nos íamos aproximando mais e mais da catedral. Quando por fim chegamos à Praza do Obradoiro um sorriso imenso abriu-se nos nossos rostos, mas muito em especial nos dos meus filhos! Tinham conseguido! Era notória a alegria mas também o cansaço! Depois, quando falamos do Caminho, eles perceberam a lição incluída nesta situação.

 

Na praça estavam os escuteiros e as peregrinas tia/sobrinha. Demos abraços e beijos e os sorrisos eram tão grandes que enchiam a praça toda! Sentámo-nos a apreciar a catedral, imensa, bela, imponente e importante e mais ainda por termos chegado ali pelo nosso próprio pé.

 

Depois fomos à Oficina do Peregrino para ir buscar a famosa Compostela, documento que comprova que fizemos, pelo menos, os últimos 100 kms a pé (ou os últimos 125 km de bicicleta ou a cavalo). Miraculosamente não esperamos nada (na minha primeira vez esperei mais de 1h30!!!) e pudemos exibir orgulhosamente e em menos de nada as nossas Compostelas. À saída pedimos a um peregrino que por ali estava que nos tirasse a fotografia da praxe!

 

Depois veio finalmente o abraço a Santiago! Foi com muita alegria que o abracei e que lhe dediquei um momento de agradecimento por nos ter ajudado a chegar ali sãos e salvos! Também visitamos a cripta onde estão os restos mortais do Apostolo. Pelo menos são os restos mortais que se acreditam ser do Apostolo Santiago trazidos na barca de pedra da Palestina para a Galiza, entretanto perdidos e depois encontrados precisamente onde agora é a catedral de Santiago de Compostela.

 

Visitamos o Froiz pela última vez, sentamo-nos nuns degraus de uma fonte e comemos uma sandes enquanto apreciamos o ambiente da cidade, o vai e vem dos peregrinos, estudantes e nativos da cidade. Santiago tem um ar especial, diferente de tudo o que já vi. Muito eclética nos seus habitantes e demais transeuntes, muito antiga e bonita nas suas ruas e edifícios, muito luminosa e airosa. Respirei a cidade mais uns momentos e deixei-a dentro do meu peito pois em breve seria hora de ir para a estação para apanhar o comboio de volta a casa.

 

Já na estação esperamos pelo comboio que nos levaria a Vigo. Pelo caminho vimos as Rias Bajas e uma parte do Caminho Rota do mar de Arousa e do rio Ulla, com os cruzeiros dentro de água. São paisagens de água maravilhosas, encimadas pelas cores mornas do pôr-do-sol, pinturas dignas dos mais famosos pintores!

 

Em Vigo apanhamos um comboio muito velho (mesmo muito velho) para Valença, local onde estava a nossa velha joaninha à nossa espera. Reencontramos o peregrino poeta e fizemos a viagem juntos.

 

Já tinha saudades, ainda não tinha chegado ao carro e já tinha saudades. De todos. De tudo. A magia do Caminho estava em mim, em nós. Foi com muita pena que me despedi de todos os que partilharam o caminho connosco. Um a um foram ficando para trás com promessas de reencontro, o poeta, o último, com uma despedida em Valença.

 

Na máquina fotográfica muitos registos digitais dos melhores momentos, mas foi no coração que ficaram registadas as maiores e melhores imagens! Além das imagens, os sentimentos. Além dos sentimentos, as emoções. Além das emoções a ternura por cada pessoa, peregrino ou não, cada pedra do chão, cada ribeiro de água cantante, cada erva da berma, cada ramo de árvore, cada cão ou gato que encontramos pelo caminho. O caminho fica em nós, para sempre, tatuado na pele e na alma!

 

E assim chegou ao fim esta maravilhosa aventura… e até à próxima que não há-de tardar!

 

Ultreia et Suseia!          

        

 


sinto-me: :)

publicado por magnolia às 15:52
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Quarta-feira, 20 de Abril de 2011
5º dia no Caminho

o pedrón

 

 

O quinto dia foi um dos mais cheios e mais ricos dos seis dias de viagem, e não foi o da chegada a Santiago. O destino era Padrón, terra onde, diz a lenda, aportou a barca que trazia o corpo de Santiago para a península ibérica.

 

Neste dia seriam 19,2 km cheios de paisagens deslumbrantes! É sem dúvida a etapa que mais gosto, muito em especial toda a região do Valga. É a etapa em que mais riachos e nascentes encontrámos e em que mais tempo se caminha por entre bosques densos e quase demasiado verdes. É como se a natureza aqui tivesse sido muito generosa e nos tivesse presenteado com ramos carregados de folhas verdes, ramos esses que se encontram e entrelaçam por cima dos caminhos de terra batida, construindo um túnel único e verde e cheiroso por onde caminhamos de sorriso colado no rosto. As heras que sobem enroladas pelos troncos e as ervas finas e verdes nas bermas de caminho completam o cenário idílico onde só podemos ser felizes.

 

Foi aqui que encontramos um senhor muito simpático da protecção civil [que me mandou um piropo simpático e eu fiquei de sorriso (ainda) mais aberto]. Disse-nos que era um Português de acima do Minho. Percebi que tinha uma grande ligação de amor ao nosso país. Depois, mais tarde, em conversa com os outros peregrinos também cheguei à conclusão que ele distribui piropos e beijos por toda a gente do género feminino que encontra no Caminho!

 

Depois de passar Pontecesures rapidamente se chega a Padrón. Perto da entrada na cidade encontramos o rio Sar e é ele que nos acompanha, ou nós a ele, até à localidade em si. Padrón recebeu-nos em clima de festa, com muitos carrosséis e roulotes de farturas. Era umas das muitas festas religiosas de Padrón!

 

Desta vez foi o Froiz que nos saciou a fome. Depois de um lauto almoço que nos soube pela vida (leia-se sandes de queijo, fiambre, batatas fritas e pêssegos) fui esplanadar no jardim perto do Sar. Como encontrei outros peregrinos que estavam a almoçar sentei-me com eles. A Ana comeu um gelado e eu bebi un café solo. Nem imaginam as saudades que tive do nosso café forte e gostoso! Depois que os mais jovens resolveram voltar ao albergue ficamos nas conversas próprias de adultos: crise; politica; dificuldades sociais; histórias de vida. Foi mais ou menos por aqui que fiquei a saber da triste mas positiva história de uma jovem peregrina. Não vou contar a história com pormenores nem citar nomes, mas tocou-me muito e mais ainda à minha filha como conto de seguida.

 

Esta menina-mulher teve que ser retirada aos pais, juntamente com mais dois irmãos mais novos. Agora toma conta deles numa instituição e sabe que nunca regressará a casa pois os pais, toxicodependentes, não podem tomar conta dela e dos irmãos por se encontrarem sempre no limbo entre a reabilitação e a toxicodependência. No entanto e apesar da carência que se nota a léguas, exibe um sorriso aberto e carinhoso. A minha filha ficou a saber destas coisas pela boca dela e apareceu-me de lágrimas nos olhos, fugida para que a outra não a visse chorar. Mais tarde, nós sozinhas, sentadas na esplanada do jardim com as cores do pôr-do-sol como cenário de fundo, falamos das coisas da vida e da história da nova amiga. A minha filha revelou uma sensibilidade muito grande, demasiado até para os seus poucos anos.

 

Durante a tarde voltei à igreja de Santiago. Estive a ver “o pedrón”, pedra onde reza a lenda foi amarrada a barca de pedra que trazia o Apostolo Santiago, mais uma vez e a admirar a igreja. Também fui visitar a igreja do convento que ladeia o albergue. No convento estava também patente uma exposição de fotografia intitulada Las Mujeres que me deu muito prazer ver. Depois sentei-me nas escadas a escrevinhar no meu caderninho e a ver o azul do céu, os peregrinos no seu constante vai e vem depois da etapa cumprida e a sonhar um pouco com um futuro que só existe mesmo nos sonhos.

 

Depois aconteceu uma daquelas coisas que não esperamos e às quais chamamos de coincidências agradáveis. Usei nesse dia a minha estimada camisola do albergue de Rates. Quando a uso não passo despercebida. Na vila um sujeito disse-me me gusta tu camiseta!, e eu respondi educadamente muchas gracias! Depois no albergue, estava eu na varanda, qual donzela no seu castelo, quando ouço por trás de mim uma voz que me pergunta se sou portuguesa. Pois claro que sou, pensei. É um peregrino ou bicigrino, já que veio de bicicleta. Depois de alguma conversa vejo que é, além de Português, de Vila do Conde, e ainda professor de psicologia/filosofia na escola do meu filho! Vêem a coincidência? Eu gostei imenso dela! Depois e já de volta descobri que também é poeta e que a sua poesia me agrada muito! Mais à frente faço a devida publicidade a este escritor que tive o muito prazer de conhecer em plena peregrinação!

 

Foi difícil conciliar o sono. Foi a ultima noite no caminho. Tínhamos estado a conversar até tarde, alguns dos escuteiros, as duas senhoras tia/sobrinha, o poeta e eu. Os miúdos (não só os meus, mas sim todos) estiveram a jogar aos nomes-flores-frutos-marcas-objectos-etc ou às cartas até tarde, depois a cochichar já de luzes apagadas e os peregrinos mais sisudos a mandá-los calar. E depois vieram os ressonadores e eu na cama, a ler dentro do saco-cama de lanterna na mão. Depois tentei adormecer rapidamente mas não consegui. A ultima noite traz muitos sentimentos difíceis de gerir. A saudade já do que fica e de quem não voltaremos a ver, a saudade de casa, a ansiedade de chegar ao destino, o cansaço acumulado, a tristeza de terminar o Caminho e regressar à rotina …

 

Mas por fim adormeci, a ver a luz da lua que entrava pela janela entreaberta, vencida pelo cansaço.      

 


sinto-me: :)

publicado por magnolia às 19:20
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4º dia no Caminho

Rio Umia

 

 

 

 

Depois de uma noite de pouco descanso (já vos falei dos ressonadores!?!?!?) partimos de Pontevedra pelas 8 horas. O dia que nos esperava não era propriamente difícil em termos de dificuldade no terreno, apenas mais longo. O destino era Caldas dos Reis.

 

Continuamos a seguir a Via Romana XIX e em breve estávamos perto do padre mais famoso do Caminho na Igrexa de Santa Maria de Alba. Como é da praxe tiramos a foto com o dito padre (uma estátua lavrada em pedra) e seguimos caminho. Neste dia o jogo mais comum para fazer esquecer o cansaço foi o palavra-puxa-palavra ao contrário dos anteriores que tinha sido o Animais-começados-por.

 

Também aproveitei para observar durante estes dias os meus filhos com mais atenção. Foram dias ricos de descobertas! Mais adiante falarei disso. 

 

Em cada fonte foi uma festa de alegria! Nada como água fresca para matar a sede e refrescar as ideias! Sim, sim, porque andar ao sol, mesmo que debaixo de um chapéu, durante 23,1 km não é nada fácil! Em cada uma delas enchemos os cantis para que tivéssemos o suficiente para beber até à próxima. Já não sei dizer quantas águas diferentes provamos durante o caminho, no entanto achamos todas deliciosas!

 

Em Tivo, a ultima fonte, soubemos que estávamos próximos de Caldas. Claro que os últimos 3 ou 4 km nos pareceram tão longos como os primeiros 20 km!!

 

Depois começamos a ver o casario de Caldas de Reis. Entramos na cidade pela ponte sobre o rio Umia, a vista da ponte sobre o rio é lindíssima, e entranhamo-nos nas suas ruas. O Caminho atravessa precisamente o coração da cidade. Momentos depois e logo a seguir a uma pequena ponte romana chegamos ao albergue. Depois do banho fomos deliciar-nos com uma imensa e saborosa hamburguesa com vegetales e patatas fritas. Depois fomos banhar os pés nas águas caldas que dão o nome à terra. Num dos fontanários a água corre tão quente que é impossível deixar estar lá o pé mais que um segundo, mas um pouco mais à frente encontramos um tanque onde a água quente (mas suportável) nos fez maravilhas aos pés e às pernas. Deixamo-nos estar tanto tempo que entretanto a pele estava já tão enrugada como se tivéssemos 80 anos!

 

Depois, já no albergue, uma peregrina encontrou um frasco com liquido para fazer bolas de sabão e deu à Ana para brincar. Ela, a Ana, e ele, o André, deliciaram-se a fazer bolas de sabão. Serviu também para ganhar confiança com os escuteiros mais jovens, o que quer dizer que em breve estavam todos em cima dos beliches a jogar às cartas e a gargalhar!

 

O serão terminou com os miúdos na galhofa e alguns dos adultos a trocar ideias e experiências, eu incluída. Pelas 10 horas fomos corridos para a cama pelos peregrinos mais exigentes com a questão dos horários e do descanso. Custou-me a adormecer e por isso estive a ler Mia Couto de lanterna dentro do saco-cama.

              


sinto-me: :)

publicado por magnolia às 11:34
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Terça-feira, 19 de Abril de 2011
3º dia no Caminho

 

uma das janelas da Virgem Peregrina

 

 

 

 

Terça-feira e mais uma manhã gloriosa!

 

Depois de uma noite mais ou menos bem dormida partimos às 8 horas, hora limite para deixar o albergue. Tomamos um belo pequeno-almoço sentados nas escadas de pedra por trás do albergue. Podíamos tê-lo tomado na cozinha do albergue, mas entretanto algum peregrino mais cioso decorou a cozinha com uma flor que, se antes o seu cheiro não me incomodava, passou a fazer-me enjoos, de tão intenso. Para meu azar essa flor trepadeira passou a aparecer em cada esquina do Caminho!

 

Começamos o dia em chão plano, mas por pouco tempo. Neste dia tivemos subidas não muito acentuadas mas com o calor que se fazia sentir pareciam imensas! Sorte a nossa que pelo caminho encontramos fontes e riachos onde nos pudemos refrescar. E não foi só a beber que nos refrescamos, os miúdos divertiram-se a atirar água um ao outro e eu, muito agradecida, levei por tabela!

 

Depois de passar o Alto da Lomba descemos até à Pontesampaio, uma bela ponte romana onde vimos um cardume de centenas de metros! É engraçado ver os peixes saltitar para apanhar os insectos que fazem voos rasantes à água.

 

Da ponte passamos directamente ao coração de uma pequena aldeia onde subir é a palavra de ordem! Subir subir, subir! Subimos por ruelas tão estreitas como antigas. Os espigueiros de pedra aparecem por entre o casario e dos muros altos a heras e as buganvílias crescem sem pedir licença.

 

Depois desta subida agradecemos a descida para recuperar algum fôlego. Coisa pouca porque em breve subiríamos de novo até ao Alto da Canicouva. Posso dizer que respiramos muito oxigénio limpo de vestígios da cidade, as paisagens verdes e maravilhosas sucediam-se e pouco depois, quando chegamos à capela de Santa Marta, soube que estávamos perto do final da etapa! 

 

Três quilómetros depois estávamos à porta do albergue de Pontevedra. Faltavam quase duas horas para abrir, por isso sentamo-nos a comer (tantos quilómetros dão cá uma fome!!)  mesmo à porta. No fim o André deitou-se com a mochila por almofada e em breve já não estávamos sozinhos. Um jovem casal alemão, os escuteiros e mais três espanhóis sentaram-se connosco à espera dos hospitaleiros do albergue.

 

Depois ainda gargalhamos bastante, sem maldade subentenda-se, à custa da senhora hospitaleira, “una abuelita” muito simpática, que teimava em carimbar a credencial com o carimbo ao contrário e dizia:

 

- Me parece que no tiene tinta…

 

Claro que depois tinha a palma da mão toda carimbada e a fila a rir sem pudor apesar do peso das mochilas e das bolhas no pés!!

 

De tarde depois de instalar os miúdos no albergue e os deixar a jogar às cartas fui ver a Virgem Peregrina. É uma igreja muito bonita em que a base tem a forma da viera. Também os vitrais são dignos de serem admirados. A parte antiga da cidade de Pontevedra é muito bonita e vale a pena passear por ela.

 

Depois de mais uma visitinha ao Moldes em que trouxe piza e morangos para a ementa da noite, voltei ao albergue. Ainda houve tempo para confraternizar com os escuteiros, conhecer mais alguns peregrinos que continuavam a chegar e assistir a um pequeno espectáculo privado de ilusionismo, protagonizado pelo meu filho André. Ainda não vos tinha dito que ele faz uns truques com cartas fantásticos? Ah, pois é! 

 

No final do terceiro dia zero bolhas!

 

A noite não foi fácil pois estava cama com cama com um ressonador italiano. Tive que me esgueirar da minha cama e procurar outra para conciliar o sono. Por fim dormimos mais ou menos bem aquilo que é esperado dormir quando se dorme com mais 25 pessoas no mesmo quarto!

     

 

 

 



publicado por magnolia às 12:02
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Segunda-feira, 18 de Abril de 2011
2º dia no Caminho

 

 

Na primeira manhã do Caminho o despertador não tocou, no entanto acordei a tempo de deixarmos o albergue à hora marcada. Tenho na ideia que Santiago me veio dizer ao ouvido que já eram mais que horinhas dos seus peregrinos se porem a caminho…


Depois do pequeno-almoço pusemo-nos em marcha para o chamado terrível segundo dia. Felizmente, não foi nada disso. Correu lindamente e sem nenhum percalço!


Começamos a caminhar às oito horas da manhã de segunda-feira. Seriam dezasseis kms duros, pois uma grande parte da etapa O Porriño- Redondela é a subir muito e depois a descer muito! Eu sou a favor das descidas, o André a favor das subidas e a Ana nem uma coisa nem outra, só gosta dos terrenos planos! Os primeiros kms não custam nada, mas mal passamos Mós começamos a transpirar. Subidas sinuosas e descidas íngremes à mistura com paisagens belíssimas, capazes de nos fazer perder a respiração. As Rias Bajas, por exemplo, já as viram? Não? Pois têm de ver que é uma imagem maravilhosa para reter por muito tempo na cabeça e nos fazer sorrir com a lembrança! Entre o subir e o descer fizemos uma paragem muito agradável para descansar e lanchar em Chan de Pipas. É um pequeno grande lugar mágico! Uma mesa de pedra onde nos sentamos (eles deitaram-se e não sobrou espaço para mim!) e pousamos as mochilas e lanchamos e vimos as árvores e estivemos felizes sem pensar em nada que não fosse estar ali!


Tantas horas de caminhada, adolescentes e silêncio não combinam, portanto, passamos todos estes dias entre cantorias, jogos de palavras, alguns resmungos mas muitas mais gargalhadas!


Depois chegamos ao albergue de Redondela, que é na Casa da Torre. Uma casa toda de pedra, antiga, muito bonita. Ainda tivemos direito a uma exposição de pintura com o nome de “Intemporalidades”. Fui ao Moldes (passe a publicidade gratuita) comprar comida e depois tornei a ir ao Moldes comprar comida e à terceira fiquei contente que já não fosse a mesma rapariga na caixa!! Também comprei cartas no chinês (parecia que estava em Portugal) e passamos a tarde no albergue a tentar descansar. Depois chegaram mais peregrinos e acabou o silêncio! Era uma bicigrina espanhola, um grupo de escuteiros da Guarda e mais duas peregrinas, tia e sobrinha, de Paris e do Porto, respectivamente.


Tenho que dizer que chegamos ao fim do segundo dia com zero bolhas! Cansados é claro, mas sem bolhas, o que é muito, muito bom!


Custou-nos a adormecer pois já não estavamos sozinhos no quarto. Para os meus filhos foi a primeira experiencia de partilha de quarto com tanta gente e ainda por cima, tanta gente desconhecida!Mas por fim adormecemos e sonhamos de certeza, embora nenhum de nós se lembre com o quê!

  

 

 

 

 



publicado por magnolia às 00:19
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Sábado, 16 de Abril de 2011
Noticias em breve!



publicado por magnolia às 14:46
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Segunda-feira, 28 de Março de 2011
12 days left...

... and counting!

 



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