Pensei em responder aos comentários que me deixaram um a um, sobre o post anterior. Depois pensei e achei melhor faze-lo desta forma, menos pessoal, mas mais completa. O assunto é complexo. Mexe comigo. Magoa-me. Nem sei bem porque escrevi aquele post, mas de repente fazia todo o sentido mostrar ao mundo a falta que me faz ser uma pessoa normal, ter pai a quem abraçar, a quem amar. Alguns dizem que devo tomar eu a iniciativa....não seria má ideia com outra pessoa qualquer. Mas com o meu pai não faz sentido. Eu nem sei bem o que sente, não sei o que pensa. Impede as pessoas de se chegarem. Não sabe ser amado, não sabe amar. Não sei sequer se ama. Nunca ele abriu a boca para dizer amo-te a outro ser humano. Se nos ouve falar dessas coisas abana a cabeça em sinal de desaprovação. Os netos gostam dele, mas temem-no.
Eu sempre tive medo....
Medo.
Sei que alguns pensarão que exagero. Não exagero. Não é agora hora de aprofundar a questão, mas não é exagero. Há muitos anos que perdi a esperança de termos uma relação normal de pai filha. Mas não é por isso que a dorzinha desapareceu. Ela continua cá, viva, talvez mais viva que nunca...
Dói.
Mas sei que alguem que não conhece o poder do afecto não poderá nunca aceitá-lo. Infelizmente, tenho que continuar conformada. Às vezes estes sentimentos saiem do armário sem ordem, tornam-se desobedientes. Vou agora lá mete-los de novo, que é onde devem permanecer.
Para sempre.
imagem retirada da net
De repente apercebi-me que não me lembro de algum dia ter dado um abraço ao meu pai. Seguramente há mais de trinta anos que não sou abraçada pelo meu pai nem ele mostra qualquer sinal de qurerer ser abraçado, bem pelo contrário....é um pensamento aterrador....
Outras IDEIAS minhas
Ideias de outros que eu gosto de ler
- As conversas são como as cerejas
- As palavras que nunca te direi