imagem da internet
As mãos. Elas podem ser belas, brancas, morenas, grandes, pequenas, podem ser jovens, podem ser enrugadas, elas dizem muito de nós. Já me perguntaram quando olho para um homem qual a parte do corpo que olho primeiro e quando respondo que são as mãos as pessoas franzem o nariz como se tivesse dito algo de muito estranho. As mãos são um espelho daquilo que a pessoa é. Mostram a idade, a profissão, mostram o estado de espírito, mostram a personalidade, são um espelho de nós. Com as mãos “vemos”. Com as mãos sentimos. Com as mãos falamos. Com as mãos indicamos caminhos, pegamos em objectos, fazemos carinhos, provocamos o riso, modelamos obras de arte, fazemos nascer uma criança, tocamos piano. Hoje olho para as minhas mãos e a primeira imagem que me vem a cabeça são as mãos da minha mãe na minha idade. Lembro-me de a ver bordar vestidinhos mimosos com umas mãos brancas e macias, sulcadas por rugas muito fininhas de tanto lavar no tanque. Hoje já não são assim, trabalham a terra e estão muito maltratadas, mas nas duas formas conseguem fazer coisas maravilhosas, antes vestidos bordados e agora lindas flores maravilhosas. Quando olhamos para umas mãos que tem marcas, sulcadas de veios negros, cortadas pelas intempéries torcemos o nariz porque achamos que são mãos feias…mas não são, são bonitas, cheias de historias, cheias de sacrifícios, de trabalho duro, mãos que plantam, que constroem. Outras vezes olhamos as mãos macias de alguém e imaginamos como seria bom receber um carinho daquelas mãos. Um abraço, um afago no rosto, andar de mão dada. Tanto para dizer, tantas histórias para contar, tantas quantos pares de mãos existem no mundo…
imagem retirada da net
Naquele momento que me tocaste
O meu coração voou pelo céu aberto
Tocaste-me levemente, nem reparaste
Mas eu senti o meu passo incerto
A cara escarlate e tu nem notaste
Senti o mundo inteirinho desabar
Deixei de ouvir, deixei de sentir
Não fui capaz de andar, de falar
Só fui capaz de um sorriso abrir
E um olá muito tímido balbuciar
Tocaste na minha mão levemente
E perdeste os teus olhos nos meus
E eu bebi esse olhar sofregamente
E perdi os meus olhos nos teus
E queria assim ficar eternamente
Estremeci como se sentisse frio
A esse contacto maravilhoso
Em meu corpo passou um arrepio
Doce, delicioso, quase doloroso
Lânguido em cálido desafio
Gostei de ti naquele momento
Foi ali que por ti me apaixonei
Naquele dia invernoso e cinzento
Que me tocaste, eu te toquei
E agora não me sais do pensamento…
Magnolia
10*04*2008
Outras IDEIAS minhas
Ideias de outros que eu gosto de ler
- As conversas são como as cerejas
- As palavras que nunca te direi