nós eramos muitos mais mas não encontrei a imagem perfeita:o)
Naquela altura éramos seguramente mais de trinta. Avós, tios e tias, primos e primas. Quando chegava a primavera juntavamo-nos todos cá na terra e era uma alegria tão grande que muitas dias antes já mal dormia de ansiedade! Vinham os primos de Gaia, os primos da Póvoa e de muitos outros lugares, que é o que dá ter uma família enorme!
Eram sempre domingos estes dias de festa e que me lembre, esse dias, foram todos de sol. E ainda bem, porque estas festas consistiam em enormes pic-nics no pinhal onde se assavam sardinhas, se comia regueifa, broa e azeitonas. Também se levava pão-de-ló e ovos tingidos.
Os primos maiores arreliavam os mais pequenos e era só ouvi-los choramingar um pouco para logo de seguida correrem atrás do arreliador! Também jogávamos aos índios e cowboys. E ainda dava tempo para procurar covas de coelho e de raposa. Mas o que mais gostava era mesmo das descidas vertiginosas sentados em cima de um cartão, por uma encosta ingrime do pinhal. Muitos terminavam o dia de joelhos esfarrapados e calças rotas, mas não fazia mal, porque era demasiado divertido para darem sequer conta disso!
Quando o dia terminava e era hora de arrumar a louça, dobrar as mantas, guardar tudo dentro das ceiras de ir à feira e voltar para casa, já estávamos de orelha murcha cheios de saudades uns dos outros. Cada um voltava para suas casas e dormíamos sem sono de tão cansados que estávamos.
Tenho pena que estes dias não se voltem a repetir, mas todos nós crescemos, formamos família, alguns até já nem fazem parte deste mundo... fica a saudade, ficam as boas memórias, ficam as histórias para contar...
imagem retirada da net
Acabei agora mesmo ao almoço de ler este livro. Adorei....cada história, cada palavra, foi tudo escrito com a alma, com sinceridade...adorei mesmo...
Ao ler, lembrei-me da minha infancia, da forma como via as pessoas, das historias que contavam, das mulheres trajadas de negro a lavar a roupa no tanque da aldeia, dos homens de boina na cabeça que paravam no fim da tarde a tomar o seu copinho na venda...das brincadeiras das crianças pelos pinhasi, nas ruas, sem brinquedos finos, mas com sorrisos nos labios...lembrei-me da minha avó, D. Rita do Bairro, do meu avó, Ti Antone do Monte...lembrei-me de tanta coisa que já nem eu sabia ser capaz de me lembrar...
...e hoje em era um bom dia para crises nostalgicas, porque já o dia começou mal e me apetece muito dormir sem hora para acordar....
Outras IDEIAS minhas
Ideias de outros que eu gosto de ler
- As conversas são como as cerejas
- As palavras que nunca te direi