imagem retirada da net
Esta bela época de veraneio deixa-me sempre mais pensativa em relação a este assunto. Dá-me para observar as famílias que aterram em bandos no areal, que se passeiam na marginal ou que debicam gelados e cervejas nas esplanadas deste nosso Portugal. Não sei como, mas nesta altura do ano as famílias inteiras, vulgo, mãe, pai e filhos e por vezes cão, aparecem em quantidades quase assustadoras cá por fora, tal como os cogumelos crescem no Inverno. Falam alto, gargalham ou passeiam-se orgulhosamente de mãos dadas, de filhos às cavalitas e cão pela trela. E dizem coisas como: “oh mor, olha o menino, pega-lhe ao colo!” Ou: “levas-me o saco, querido?” Ou vê-los passar (a eles) a empurrar o carrinho das crianças e elas, confiantes de que terão a família inteira para toda a vida, empinam o nariz ao passar por mim.
Agora, neste momento, sei que estão a pensar que sou uma grande ressabiadona porque não tenho uma destas famílias completas e que por isso, e só por isso, estou aqui a mandar postas de pescada despeitadas. Desenganem-se. Aquilo ali em cima foi uma forma de vos chamar a atenção para um assunto difícil. Gosto de ver famílias felizes e se penso mais nisso é porque ainda me causa tristeza ter tido que abdicar da minha.
E por causa disso, e mais uma vez, fiz-me a pergunta: qual a família mais feliz, a monoparental ou a disfuncional? Qual o mal menor?
A resposta é difícil. Pensei muito e muitas vezes. Antes do divorcio, durante e depois. Ainda penso. Tento ver todos os prós e os contras e até fiz uma análise swot, que me ensinou um amigo marketeer, para ver se chegava a uma conclusão mesmo, mesmo conclusiva.
Ia mostrar aqui a análise mas desisti. É demasiado grande a quantidade de itens que coloquei nos pontos fortes (do ponto de vista de sozinha) e isso (ainda) me causa tristeza. A minha família não era feliz quando era inteira e só agora, que lhe parti um braço, ficou melhor. É triste perceber que tive que lhe partir um braço para ser um bocadinho mais feliz. Um desmembrado mais feliz. Não é ridículo? Antes, quando era inteira, havia lágrimas e havia tristeza e havia a dúvida do caminho a seguir. E havia um aperto no peito constante. Agora, desmembrada, há alguma solidão, mas em compensação, há uma serenidade que se vê a olho nu. Em todos nós.
Penso nos meus filhos. Eles sabem que fui eu que quis assim. Sei que sofreram. Sei que dei o meu melhor (mesmo podendo não ter sido o suficiente) para manter a família unida. Sei que não me apontam o dedo. Sei que entendem e estão bem. Sei que hoje, passados sete anos, sabem que foi o melhor a fazer.
Nem por isso deixo de sentir a tristeza de quem foi obrigada a partir uma vida a meio. Mas, ponderando tudo, mais vale monoparental do que disfuncional.
...receber a visita da família que mora longe e que vemos ainda menos do que uma vez por ano!
Este fim-de-semana tivemos esse prazer:) Muita conversa para pôr em dia e muito pouco tempo! Mas foi giríssima a conversa em três línguas porque as minhas primas só falam holandês e inglês e percebem um pouco de português, nós só falamos português e inglês e não entendemos nada de holandês, a minha mãe e as minhas tias só falam português! De maneira que foi uma conversa deveras interessante! :) Rimos bastante e ficou praticamente decidido que na próxima Primavera os irei visitar. Mal posso esperar!:)
Depois de uma busca intensiva para encontrar o vestido certo (não queriamos tradicional), para encontrar as sandálias certas (também não queriamos tradicional), do enfeite para o cabelo certo (que por acaso também não queriamos tradicional, depois de ter feito uma conta no supermercado que quase me desgraçou e depois de ter andado a limpar e a esfregar a casa como há algum tempo não o fazia...o dia chegou!
Ela estava linda, de sorriso aberto nos lábios e de olhos brilhantes! Por tudo isso valeu a pena todo o esforço dispendido em cada uma destas coisas.
A cerimónia na igreja foi simples, mas bonita. As meninas estavam maravilhosas e os meninos também!
Em casa foi uma festa simples, com a familia, mas penso que lhe agradou a ela e a todos!
Foi mais um passo na educação da minha filha. Continuo a tentar que seja a melhor possivel e para isso hei-de continuar a dar o meu melhor.
A todos os que estiveram presentes, muito obrigada! E aos que não estiveram mas que também me apoiaram, obrigada! :)
Nós três no hospital em frente ao guichet:
- viemos para a hora da visita.
- que idade tem a menina?
- tem nove.
- então não pode entrar.
- mas ela veio para ver a irmã que nasceu hoje!
- é filha da parturiente? se é filha pode entrar.
- não, mas é irmã da filha da parturiente...
- então é filha da parturiente!
- não minha senhora, é irmã da bebé que nasceu hoje, mas não é filha da parturiente!
- mas então tem que ser filha da parturiente!
(a mulher por esta altura já com cara de quem não estava a perceber nada)
-oh meu deus! ela é minha filha e é irmã da filha da parturiente!!! é o mesmo pai!!!!
depois de uns minutos para fazer as devidas contas de cabeça:
- então tem que provar que é filha do mesmo pai!
eu já estava ligeiramente aborrecida....apeteceu-me dizer:
- minha senhora! vivemos numa era em que as familia são assim, os meus, os teus e os nossos:))
nós eramos muitos mais mas não encontrei a imagem perfeita:o)
Naquela altura éramos seguramente mais de trinta. Avós, tios e tias, primos e primas. Quando chegava a primavera juntavamo-nos todos cá na terra e era uma alegria tão grande que muitas dias antes já mal dormia de ansiedade! Vinham os primos de Gaia, os primos da Póvoa e de muitos outros lugares, que é o que dá ter uma família enorme!
Eram sempre domingos estes dias de festa e que me lembre, esse dias, foram todos de sol. E ainda bem, porque estas festas consistiam em enormes pic-nics no pinhal onde se assavam sardinhas, se comia regueifa, broa e azeitonas. Também se levava pão-de-ló e ovos tingidos.
Os primos maiores arreliavam os mais pequenos e era só ouvi-los choramingar um pouco para logo de seguida correrem atrás do arreliador! Também jogávamos aos índios e cowboys. E ainda dava tempo para procurar covas de coelho e de raposa. Mas o que mais gostava era mesmo das descidas vertiginosas sentados em cima de um cartão, por uma encosta ingrime do pinhal. Muitos terminavam o dia de joelhos esfarrapados e calças rotas, mas não fazia mal, porque era demasiado divertido para darem sequer conta disso!
Quando o dia terminava e era hora de arrumar a louça, dobrar as mantas, guardar tudo dentro das ceiras de ir à feira e voltar para casa, já estávamos de orelha murcha cheios de saudades uns dos outros. Cada um voltava para suas casas e dormíamos sem sono de tão cansados que estávamos.
Tenho pena que estes dias não se voltem a repetir, mas todos nós crescemos, formamos família, alguns até já nem fazem parte deste mundo... fica a saudade, ficam as boas memórias, ficam as histórias para contar...
Não são muitas as vezes que olhamos para as coisas boas e as agradecemos. Muitas vezes não temos tempo nem paciência para olhar em volta. Neste Natal quero agradecer o amor, a amizade, o carinho que família e amigos me devotam. Quero agradecer os presentes, a comida, a roupa, a casa, todas as coisas que tenho a sorte de poder ir pagando com a saúde que tenho a sorte de ir tendo.
Neste Natal quero agradecer os sorrisos das nossas crianças e de todas em geral. Quero também agradecer por ter uma família que amo, amigos a quem tenho muita amizade. Neste Natal quero agradecer a Vida.
Quero agradecer aqui publicamente às minhas irmãs que no papel de Mães Natal, me ofereceram a máquina fotográfica que eu tinha pedido aqui por brincadeira. Elas sabiam que era uma coisa que eu gostava de ter e ainda não tinha podido comprar e por isso resolveram juntar-se para ma oferecer. Foi uma forma de me dizerem o que quanto gostam de mim. Se calhar não tanto pelo presente, mas pela lembrança de me fazerem um gosto, por me quererem ver feliz, pela amizade e carinho que sei que me têm. Andaram dias e dias a pensar e a planear e eu sem suspeitar sequer…tanto não suspeitava que nem lhes comprei nada para retribuir. Por tudo isto, muito obrigada maninhas. Sei que sabem, mas eu reforço, gosto muito de vocês, são e serão sempre das pessoas mais importantes da minha vida. Mesmo com diferença de idade, personalidade, opiniões, não imagino a minha vida sem vocês. São e serão sempre as minhas melhores amigas, confidentes e companheiras na vida. Para vocês deixo aqui um abraço do tamanho do mundo.
E pronto, passou mais um Natal…para o ano há mais, e só espero que seja tão bom como foi este…
imagem retirada da net! Logo que eu tenha as nossas eu publico:-)
O fim-de-semana no Gerês foi muito, muito giro! Os miudos gostaram imenso e eu também. Mas, como já era de esperar, não descansei nadinha!!!
Chegámos sabado de manha e fomos ao parque de campismo para reservar o lugar. Ficamos no Parque de campismo do Vidoeiro, perto da Vila do Gerês. È tão bonito aquilo! Ficamos mesmo pertinho dum rio e o tempo todo ficamos a ouvir a agua a saltitar de pedra em pedra. As tendas sao tao faceis de montar que em dez minutos estava tudo pronto! A Ana só se ria porque eu estava a montar um iglo e a dizer:
- Vês, Ana? É um T4, cabem 4 pessoas, tem janela! Tás a ver? E agora vamos montar a varanda! Viste? Nao ficou o maximo a nossa casinha de campista??
Sabado, depois de almoçar entre aquela paisagem linda, fomos para o Rio Caldo fazer praia, dar uns mergulhos e andar de gaivota (na verdade eu nao mergulhei, a água estava a uma temperatura impropria!!!), mas andei de gaivota, apreciei a paisagem, respirei fundo e demos umas boas gargalhadas com os miudos aos saltos para a agua com aqueles coletes!
A noite, assámos barriguinhas e comemos do farnel que levamos. Foi giro, ficamos ali ao pé da agua a comer, até ser de noite e já nao vermos um palmo à frente dos olhos! O que nos valeu é que o Rui (um amigo da familia que tambem foi) é aficionado por campismo e levava tudo e mais alguma coisa para nos livrar destas afliçoes! Claro que o parque tem luz, mas é pouca e apenas nas vias de acesso as tendas e aos wc. Depois disto é claro que só apeteceu ir dormir!
As noites no Gerês são bonitas, mas são geladas!!! Dormimos em sacos-cama, levamos edredons e mesmo assim senti frio! Mas até não se dormiu mal, tendo em conta que o unico colchao insulflavel que eu tinha usou-o a anaJ e eu e o andre dormimos em esteiras de praia!
Domingo de manha fomos as cascatas do rio homem! Eu sempre que lá vou fico extasiada perante a beleza do Parque natural. A natureza cresce ali da forma mais divina que pode haver. O verde é mais verde que noutro lugar qualquer. A frescura que se sente é pura e a calma de um lugar onde o progresso nao chegou trasmite-se a nós! Por fim as cascatas, se ha lugar bonito, esse lugar sao as cascatas do Gerês...
Bem, depois de subir o monte de jipe (é o que dá irmos muitos, pede-se boleia, anda-se na parte de trás de jipe de cabelo ao vento e tal e escusa-se de levar o “bolinhas” velhinho!!), descemos a pé pelo meio do mato até as cascatas. Encontramos um sitio bom para tomar banho. O andre saltou de um sitio alto e eu so rezava e dizia:
- André, cuidado! André, olha as rochas! Andre, olha que nao sei se é fundo! Andre, nao vais mais!! Andre, está gelada a agua!
E ele:
- Mae, cala-te um bocadinho!!!!
Bem, depois de ir buscar as tendas e as tralhas fomos novamente para a praia fluvial. Estivemos ao sol, nadamos, sim, eu tambem, andamos de barco a remos! (era baratinho!! Lá é tudo caro!! Credo!!)
O Andre remou, eu atras dele e a Ana e o Tiago a frente. Bem, na gaivota nao tive medo, mas no barquinho, que nao parava de baloiçar, eu tive um bocadinho...
- Andre, nao te afastes da margem! Andre, por favor, nao vires tao depressa o barco!
-Mae! Ja chega! Esta calada! Para de controlar! Não confias nadinha mesmo! Assim nem dá gosto!!!!
Mae sofre....eu morro de medo que llhes aconteça alguma coisa e ele nao percebe...um dia escrevo sobre isso...
Bem, depois foi vir embora nas calmas, apreciar a paisagem de regresso a casa, acompanhada pelo por-do-sol e pela banda sonora da anatomia de grey. Os miudos, esses adormeceram e ainda nao acordaram...passaram do carro para casa a dormir e agora nao os consigo acordar...
Nao descansei nada este fim-de-semana, mas sem duvida que valeu a pena. So tenho pena de nao poder repetir muitas vezes... mas desta vez fomos e adoramos e depois logo se ve! Ainda la havemos de voltar muitas e muitas vezes!!
Todos os meus amigos da blogosfera sabem que estou a passar uma fase complicada da vida e que por isso tenho que ter dois empregos e abdicar de estar tempo com os meus filhos.
A minha amiga Ana soube que estavam a contactar pessoas nestas condições para as "Tardes da Julia" e sugeriu que fosse. Eu achei que se fosse lá falar seria mais uma voz erguida contra os problemas graves que o pais atravessa e por isso resolvi aceitar o desafio e dei o meu nome para lá ir. E pronto, aceitaram-me! :-)
Por isso, meus queridos amigos, amanha estarei lá, nas "tardes da Julia" a dar o meu testemunho, a dizer ao país o quanto seria importante arranjar soluçoes para ajudar as familias mais carenciadas, especialmente as monoparentais.
Sei que não vai adiantar nada no tempo imediato a minha história, mas muitas gotas de água fazem o oceano e é isso mesmo que pretendo, unir-me a outras vozes para tentar melhorar alguma coisa.
Agora...é possivel que fique tão nervosa que não diga nada e afinal vou lá mas é fazer uma sessão de entretenimento!! :)
Depois venho cá contar:-)
Magnolia muito nervosa!!
Ontem foi dia de Portugal…mas como eu já não tinha um dia para mim e para a minha família há imenso tempo, resolvi dedicá-lo a mim e aos meus filhos e passou a ser o nosso dia!
Eu acho importante fazer coisas com os miúdos, passar tempo de qualidade com eles, mas nem sempre é fácil quando eles já têm voto na matéria! Ontem estivemos mais de uma hora para decidir o que fazer. Eu queria passar na feira do livro e de seguida ir ao Parque Biológico. Eles queriam ir ao cinema e até lá ficar em casa a jogar pc. Então eu disse que em casa é que não ficávamos e assim sem chegar a um consenso íamos todos a praia. Eu adoro praia mas eles tem um pai nadador – salvador e a praia já não é aquela alegria que era para mim, que apesar de viver aqui à beira-mar desde sempre, só ia duas vezes por ano à praia. Eles vão dois meses em três de verão!!
Bem, acabamos por ir directos ao parque Biológico de Gaia, e ainda bem que fomos cedo, porque demora mais de três horas a fazer o percurso de 2800 metros! Gostamos imenso! Fartamo-nos de rir. O parque tem muitos animais e muitas plantas. Tudo devidamente identificado, desde os animais às plantas. Lá encontramos os mais vulgares, do género de galinhas vulgares e fetos ordinários até aos animais e plantas mais fora do comum, do género bisontes e araucárias. À primeira vista pode parecer um zoo normal, mas não é. Não há lá animais que não existam ou que já tenham existido cá, há muita, muita vegetação, pinhal, chás, plantas de decoração. Muitos pássaros e coelhos a soltam. É muito giro, vale bem a pena a cansadela!
No fim da visita fomos sentar-nos na esplanada a comer um gelado e tive uma bela surpresa, encontrei uma prima que raramente vejo, mais a sua linda família!
Por este ano perdi a feira do livro, mas pronto, também não tinha dinheiro para comprar e assim também não fiquei triste…
Pena que hoje é novamente dia de trabalho….
Outras IDEIAS minhas
Ideias de outros que eu gosto de ler
- As conversas são como as cerejas
- As palavras que nunca te direi