Falar sobre tudo e mais alguma coisa

Quarta-feira, 24 de Agosto de 2011
Antes monoparental que disfuncional

imagem retirada da net

 

 

Esta bela época de veraneio deixa-me sempre mais pensativa em relação a este assunto. Dá-me para observar as famílias que aterram em bandos no areal, que se passeiam na marginal ou que debicam gelados e cervejas nas esplanadas deste nosso Portugal. Não sei como, mas nesta altura do ano as famílias inteiras, vulgo, mãe, pai e filhos e por vezes cão, aparecem em quantidades quase assustadoras cá por fora, tal como os cogumelos crescem no Inverno. Falam alto, gargalham ou passeiam-se orgulhosamente de mãos dadas, de filhos às cavalitas e cão pela trela. E dizem coisas como: “oh mor, olha o menino, pega-lhe ao colo!” Ou: “levas-me o saco, querido?” Ou vê-los passar (a eles) a empurrar o carrinho das crianças e elas, confiantes de que terão a família inteira para toda a vida, empinam o nariz ao passar por mim.

 

Agora, neste momento, sei que estão a pensar que sou uma grande ressabiadona porque não tenho uma destas famílias completas e que por isso, e só por isso, estou aqui a mandar postas de pescada despeitadas. Desenganem-se. Aquilo ali em cima foi uma forma de vos chamar a atenção para um assunto difícil. Gosto de ver famílias felizes e se penso mais nisso é porque ainda me causa tristeza ter tido que abdicar da minha.

 

E por causa disso, e mais uma vez, fiz-me a pergunta: qual a família mais feliz, a monoparental ou a disfuncional? Qual o mal menor?

 

A resposta é difícil. Pensei muito e muitas vezes. Antes do divorcio, durante e depois. Ainda penso. Tento ver todos os prós e os contras e até fiz uma análise swot, que me ensinou um amigo marketeer, para ver se chegava a uma conclusão mesmo, mesmo conclusiva.

 

Ia mostrar aqui a análise mas desisti. É demasiado grande a quantidade de itens que coloquei nos pontos fortes (do ponto de vista de sozinha) e isso (ainda) me causa tristeza. A minha família não era feliz quando era inteira e só agora, que lhe parti um braço, ficou melhor. É triste perceber que tive que lhe partir um braço para ser um bocadinho mais feliz. Um desmembrado mais feliz. Não é ridículo? Antes, quando era inteira, havia lágrimas e havia tristeza e havia a dúvida do caminho a seguir. E havia um aperto no peito constante. Agora, desmembrada, há alguma solidão, mas em compensação, há uma serenidade que se vê a olho nu. Em todos nós.

 

Penso nos meus filhos. Eles sabem que fui eu que quis assim. Sei que sofreram. Sei que dei o meu melhor (mesmo podendo não ter sido o suficiente) para manter a família unida. Sei que não me apontam o dedo. Sei que entendem e estão bem. Sei que hoje, passados sete anos, sabem que foi o melhor a fazer.

 

Nem por isso deixo de sentir a tristeza de quem foi obrigada a partir uma vida a meio. Mas, ponderando tudo, mais vale monoparental do que disfuncional.

 

 



publicado por magnolia às 12:19
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Quarta-feira, 22 de Dezembro de 2010
Crianças, Natal e os Divs.

 Imagem retirada da net

 

É talvez esta a época do ano que mais faz sofrer quem tem filhos e ao mesmo tempo carrega no BI o estado civil de DIV. Pais e filhos sofrem com as ausências forçadas de uma das partes destes triângulos familiares. O progenitor que fica sem os filhos na noite de Natal e sofre. E muito. talvez passe a noite toda olhando para o lugar vazio reservado aos filhos. Talvez chore olhando para as prendas, compradas com esmero, por abrir debaixo da árvore de Natal. As crianças sofrem porque só podem estar com um dos pais e nem sequer podem escolher. Ou ainda bem que não podem escolher, porque seria uma escolha demasiado dolorosa. Fica um vazio, uma dor e um amargo na boca de todos. Valha-nos as prendas em duplicado para atenuar a saudade e arrancar sorrisos às crianças. Avós, tios e amigos esforçam-se por amenizar esta falta e cobrem a crianças de mimos e presentes. Talvez até demais. 

 

É apenas uma noite, mas é uma noite especial. É nesta noite que mais queremos ter quem amamos por perto. E não há no mundo amor maior do que o amor aos filhos. E mesmo sabendo que se este ano não é a nossa vez no ano seguinte será, custa na mesma. Dói na mesma. Magoa na mesma.

 

Pela minha parte não tive ainda que passar por isso. Há seis anos que mudei o meu estado civil para div e ainda não passei nenhum Natal sem eles. Não sei como seria um Natal sozinha, sem ter o amor e o carinho dos meus meninos, sem a sua presença, sem os seus sorrisos. Não é imposição minha nem escolha dos meus filhos. Nem importa o porquê. Só  queria que fosse assim para sempre, por muito egoísta que vos pareça. Mesmo assim, tenho sempre um travo amargo na boca ao pensar que para eles, para os meus filhos, não deve ser nada fácil não terem o pai por perto na noite de Natal...  

 

Culpa minha? Talvez tenha alguma, mas eu não podia adivinhar quando tive filhos que as coisas não seriam o conto de fadas que eu gostaria que tivesse sido.


sinto-me: :(

publicado por magnolia às 11:14
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Quarta-feira, 21 de Janeiro de 2009
Filhos do divórcio

<input ... >Há uns dias atrás a minha filha chorou. Não me vou esquecer tão cedo porque chorou de mágoa por não ter os pais juntos. Nunca pensei que tanto tempo depois este assunto a afectasse assim. Mas afecta. Ela sabe que eu faço de tudo para ela estar com o pai, mas também sabe que ele nem sempre de faz tudo para estar com eles…e só tem nove anos. Eu tentei compor as coisas, mas tive uma resposta sofrida sobre eu não saber o que custa porque sempre tive pai e mãe juntos. Mal ela sabe as vezes que desejei não ter…

Tenho pensado muito nisto tudo. Já se passaram quatro anos desde o meu divórcio, mas as feridas ainda cá estão, seja em mim, seja nos filhos. Tentei encontrar dentro de mim algum arrependimento, mas não fui capaz. Sei que fiz o melhor por todos nós. Nenhum filho é feliz tendo os pais sempre de mal, nenhuma mãe consegue fazer os filhos felizes estando perfeitamente infeliz. Se sinto tristeza por saber que os privei da presença constante do pai? Sim, sinto. Mas às vezes temos que escolher o menor dos males. E no nosso caso foi o divórcio. Eles vêem o pai regularmente de quinze em quinze dias. No meio sentem saudades. É muito tempo sem ver alguém de quem se gosta tanto. Mas ele também não procura mais que isto…e eu não posso fazer mais. Tenho consciência que tenho feito tudo o que está ao meu alcance para promover os encontros entre eles.

Portanto, o que fazer para minorar o sofrimento dos meus filhos? Não sei bem. Para já limito-me a estar com eles o mais que posso e a mimá-los muito. Lembro-lhes que o pai gosta deles apesar da ausência. Explico o que se passa à volta deles. Mostro casos de miúdos que não tem pais de todo.  Levo-os a ver o pai sempre que posso. E acima de tudo, dou-lhes todo o amor de que sou capaz.

Mas a pergunta fica: serão felizes estas crianças filhas de divórcios? Não apenas as minhas, mas todas. Serão felizes?

 


sinto-me: preocupada

publicado por magnolia às 00:02
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Quinta-feira, 20 de Novembro de 2008
O Natal vem aí…

imagem retirada da net

 

 

… e como para todos os pais divorciados é uma altura complicada. Este ano é quarto que passo já separada. No primeiro ano o pai dos meus filhos ainda veio passar connosco. Veio jantar a casa dos meus pais como normalmente. Nos seguintes têm ficado comigo. Ele sabe que os miúdos adoram passar em casa dos meus pais. Lá é sempre tudo muito à vontade, eles já estão habituados às tradições, à comida, gostam de ficar ao pé do fogão de lenha quentinho a desembrulhar as prendas, numa grande algazarra, entre laços, papéis de fantasia e muita gargalhada. Agora estão muito mais crescidos, mas costumavam ser sempre quatro miúdos, entre os meus filhos, o meu sobrinho e o meu irmão.

Este ano, à semelhança dos anteriores perguntei ao P. se queria passar com eles e mais uma vez me disse que ficavam comigo. Eu apesar de ter ficado felicíssima insisti para que eles fossem passar com ele, mas ele manteve a opinião de que era melhor passarem comigo.

Confesso que fiquei aliviada, não me estava a imaginar não estar com os meus filhos na ceia de natal, não me deitar com eles, não acordar com eles, não partilhar com eles a abertura das prendas e toda a alegria natalícia que se partilha só e apenas naquela noite. No entanto também me dói pensar que ele não estará com os filhos. Pergunto-me se ele abdica de estar com os filhos não só por achar que eles ficam mais contentes, mas também porque sente que lá não é efectivamente o lar dele e portanto também não é o deles…

Quando disse à Ana ela até pulou de alegria! E é tão bom vê-los pular de alegria, com um sorriso de orelha a orelha, com todo o entusiasmo que só as crianças são capazes de demonstrar.

E pronto, agora vou começar a planear tudo de acordo com a boa noticia!

 

 


sinto-me: contente

publicado por magnolia às 12:09
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Quinta-feira, 17 de Julho de 2008
Filhos do divorcio

imagem retirada da net

 

 

 

 

Pergunto-me muitas vezes como é que um pai pode passar 15 dias sem sequer falar com os filhos…

Na minha cabeça isto não faz sentido, porque quando estou longe dos meus filhos um dia, já tenho que telefonar a ouvir a voz deles, a matar saudades, a saber se estão bem, felizes…

Os meus filhos já estão habituados a isto, eu é que não.

Não digo que ele não goste deles, porque tenho a certeza que gosta. Mas as vezes tenho a sensação que os filhos agora são como aqueles sobrinhos de quem gostamos muito e que de vez em quando passam uns dias connosco. Mas um pai não deve ser assim ausente, não deve estar de passagem na vida dos filhos. Deve procurar fazer parte da vida deles. Eu sei que fui eu que quis o divórcio e ele muitas vezes me diz isso. Mas eu acho isso uma grande desculpa. Um homem divorcia-se da mulher, mas não dos filhos. Pode não estar presente na hora de dormir (já não estava), mas pode falar com eles todos os dias, há tantas maneiras, hoje somos todos adeptos das novas tecnologias. Pode vir busca-los para jantar sempre que queira, pode vir busca-los mais do que o fim-de-semana de 15 em 15 dias combinado. Mas até mesmo nesse fim-de-semana sou eu a ligar, a perguntar como é que fazemos e Invariavelmente a resposta é: não sei…

Ficam 24 horas e voltam…

Acho que não posso fazer mais do que faço para eles estarem com o pai, permito tudo, levo-os a casa dele, vou buscar, vou lá jantar com eles ao cafezito que exploram, vou a praia com eles onde ele esta a trabalhar, fico lá em vez de estar noutra que goste mais, as vezes ate a impor a minha presença à mulher actual dele (até nos damos bem, felizmente). Vejo tantos pais a lutar em tribunal por estar mais um pouco com os filhos. Vejo tantos pais a chorar a cada dia que tem que os deixar…e este pai que tem todas as facilidades não quer saber…

A Ana anda sempre cheia de saudades e a perguntar quando é a o fim-de-semana de ir para o pai. O André diz que não é muito de saudades…mas eu noto que quando chega o dia de ir, vai todo contente…creio que é para não mostrar demais os sentimentos. Eles sabem bem que o pai é ausente, que não liga o que devia ligar…acho até que sabem bem o pai que tem. Mas adoram-no! Muitíssimo! E até eu tenho um carinho especial por ele, afinal foi meu marido 12 anos, mas isto enche-me de tristeza…

Já lá vão mais de três anos e eu continuo inconformada com isto…

 

Magnólia em divagações…

 


sinto-me: inconformada

publicado por magnolia às 14:59
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Sábado, 8 de Março de 2008
Duvidas....sao tantas as duvida....

imagem retirada da net

 

 

 

Movo os pés, as mãos, olho, toco, como, trabalho, vivo. Vivo? Sobrevivo. Mecanicamente sou mulher, sou mãe , sou trabalhadora, sou estudante, sou irmã, sou filha, sou amiga. O tempo passa inexorável  sem que eu me aperceba, deixando marcas no meu rosto, no meu corpo. Tenho 34 anos, mas sinto-me com todas as idades menos a minha. As vezes sinto-me cansada, desalentada, como se já tivessem passado por mim 100 anos e me fosse difícil mover os membros. Como se tudo o que já passei na vida pesasse toneladas, como se a tristeza tivesse vindo para ficar, a solidão que se instala depois dos filhos criados se tivesse apoderado de mim, como se soubesse que o fim está próximo . Outras vezes sinto palpitar dentro de mim a miúda rebelde que gosta de usar anéis no polegar, vestir toda de preto e ir a concertos cool . Tem dias que me olho no espelho e  não sei a minha idade, não sei quem sou. Tenho sonhos por cumprir, dos quais já abdiquei, pela perda dos quais já me conformei. A vida tem destas coisas. Condiciona-nos. Mas não me importo, porque o principal motivo porque estou condicionada são os meus filhos. É por eles que vivo, que luto, que travo estas batalhas com os problemas da vida. São eles que me dão forças para continuar sempre... também são eles que me fazem sentir velhota, e são eles que me fazem sentir viva, nos momentos em que acordo da azafama e os olho com olhos de ver. Olho-me ao espelho e não me reconheço. Não me lembro de quem fui no passado e também não sei quem vou ser no futuro. Por fora, sei o que vêem em mim. Uma mulher mãe -trabalhadora-divorciada-34 anos-responsavel-sensata Por dentro sou um mar de emoções contraditórias em luta constante. Estou em busca de algo que não existe: a paz de espírito . Preciso dessa paz. Dentro de mim existem duvidas que jamais terão resposta. Viver nesta sociedade castradora também não ajuda nada, obriga-nos a ser o politicamente correctos para sermos aceites. E eu já infringi uma das regras: sou divorciada. 

São tantas as duvidas que me assaltam....como eu gostava de ter respostas...


sinto-me: com duvidas

publicado por magnolia às 10:08
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Cláudia Moreira

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