Vou descrever numa única, e pequena, palavra o estado em que ficam as pessoas nesta altura do ano:
LoUcAs!!
imagem retirada da net
Por vezes as lágrimas não pedem licença, avançam pelo rosto, chegam ao queixo e despenham-se no abismo. São salgadas, sinto-as quando passam suavemente nos meus lábios entreabertos. O rímel desfaz-se e torna o meu rosto estranho, como se não pertencesse a este mundo. Podia ser um rosto perdido num filme de terror de quinta categoria. Mas em vez disso é um rosto cansado de alguém que não sente que a vida é capaz de lhe reconhecer o direito à felicidade.
O tempo passa inexoravelmente e e deixa marcas no meu rosto, nas minhas mãos, mas essencialmente na minha alma sedenta. O tempo passa. O tempo passa sem retorno. O tempo passa e a vida passa e eu sinto-me a esvair-me. Os sentimentos, esses prodigiosos acessórios com que nos brindaram ao nascer, fazem-me infeliz. Cada dia mais.... Seria bom poder deixar de sentir a vida tão intensamente, Seria bom se pudesse apenas viver, ligeiramente anestesiada, um dia após outro, sem sobressaltos. Sem desejos intensos, sem necessidades extremas.
É tarde......mas é quando sinto tudo mais intensa e dolorosamente....
Um desabafo.....preciso de os deitar cá para fora como pão para a boca....
imagem retirada da net
Um amigo meu deu-me um TPC hoje: tentar passar o dia todo bem disposta e fazer por isso. E fiz. Fiz todo o dia por isso. Fui passear à beira-mar, estive com a familia, andei a pintar a sala, vi um episódio de uma série de rir e por fim não consegui acabar o dia sem chorar...
Começar o dia a ouvir que vão gastar 200.000 euros num palco para o papa dizer uma missa, quando há tanta gentinha a passar fome neste país......mexe-me com os nervos!!!!
...
Preciso de deitar coisas cá para fora. Mas tenho a sensação que se gritar mandam-me internar!
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Há dias assim…
Há dias em que tenho que reunir todas as minhas forças para evitar sucumbir….há dias que acordo de manha e me forço a levantar, mexer os braços, as pernas… há dias em que conto cada minuto que passa até perfazer as nove horas de trabalho diário…há dias em que ao fim do dia só me apetece fechar os olhos, tapar os ouvidos, perder-me do mundo…há dias em que me apetecia baixar os braços e desistir…há dias em que parece que já vivi tanto e não vivi nada….
Há dias assim…complicados.
Estou muito cansada, e até tenho evitado escrever sobre isso, porque me sinto muito repetitiva. Estou cansada fisicamente, o trabalho tem sido muito, hoje acordei com uma pontada nas costas que teima em não passar. Os pés doem-me continuamente, de uma semana para a outra não dá tempo para melhorar. Tem dias que me sinto a andar em câmara lenta de tanto que me sinto cansada. E estou cansada psicologicamente. O tempo passa, os cabelos brancos confirmam-no, mas não o vejo. Dias, horas, minutos passam céleres e a minha vida não anda para a frente. Não saio do ponto de partida. O meu casamento acabou depois de 12 anos a lutar por ele. Estou muito desgostada com o meu emprego depois de já cá estar há 14 anos a suar a camisola. Continuo a não ter um tostão meu depois de trabalhar desde os meus 15 anos, já lá vão 19 anos de trabalho. Trabalho um mês inteiro de sol a sol e mesmo assim tenho que contar os trocos para ir ao supermercado.
Tenho a minha força motriz. Os meus filhos. São eles que me fazem andar, sem margem nenhuma para dúvidas. Por eles caio e levanto, caio e levanto, as vezes que forem necessárias. Para que tenham uma vida melhor que a minha, para que tenham uma infância melhor que a minha, para que sejam felizes.
Estou muito cansada…
Nem sei bem porque escrevo estas coisas…sei que não sou a única e as queixas não fazem mudar a minha vida em nada….sei só que estou muito cansada...
Há dias assim….
Magnólia
Às vezes olhamos um objecto e parece-nos uma pedra. Mas será efectivamente uma pedra? Pode ser uma esponja, um coral, um acrílico, pode ser muitas coisas. Na verdade, antes de lhe tocarmos e sentirmos a textura, chegarmos o objecto próximo do nariz para saber se tem cheiro, antes de apertarmos para sentir a sua dureza, antes de a olharmos bem de perto, não podemos dizer que é realmente uma pedra. Com as pessoas é igual. Nuca podemos julgar as pessoas antes de as conhecermos a fundo, antes de estarmos próximos, de lhe vermos a alma, e mesmo assim, mesmo assim, arriscamo-nos a fazer julgamentos errados.
Eu tento nunca fazer nenhum tipo de julgamento. Na vida tenho visto tantos casos que parecem uma coisa e depois se revelam outra bem diferente. Mesmo sabendo que não somos ninguém para julgar ninguém, nós seres humanos, caímos sempre nessa tentação e por isso mesmo, eu tento sempre contrariar essa tendência, porque assim como não gosto que me julguem também eu não devo julgar ninguém. Este assunto, tal como as injustiças da vida, mexe muito comigo, porque sofro sempre bastante com a opinião de terceiros. Lembrei-me de escrever sobre isto quando ontem o meu amigo Kiko me deixou um comentário sobre o meu post “Tornado” a dizer que derrapagem financeira e Rock in Rio não combinam.
É verdade, com a crise que anda por aí, as duas coisas não combinam. Neste caso, a minha irmã ganhou dois bilhetes e deu-me um, e vou de boleia, logo não vou gastar quase nada. Mas eu fiquei a pensar… eu trabalho tanto, esforço-me tanto. Não seria justo de vez em quando eu fazer algo que goste? Gastar algum comigo? Mesmo que depois tivesse que fazer algum esforço extra? Seria condenável? Eu não acho que seja condenável. Uma pessoa que trabalha 7 dias por semana, as vezes mais de 70 horas por semana, cuida da casa e dos filhos sozinha não merece uma recompensa? E que não trabalhasse tanto e mesmo assim sentisse vontade de fazer algo que goste, era condenável? Temos o direito que julgar assim? Não temos. Não tenho, e acho que ninguém tem. Cada um sabe de si, cada um sabe da sua vida, das suas necessidades, dos sonhos, das coisas que sente que não pode deixar passar.
As vezes penso nisto quando vejo as pessoas a olhar para mim e as imagino a tecer considerações (algumas tenho a certeza porque acabo por saber por vias travessas). Fico triste com elas pelos pensamentos negativos e zangada comigo por dar a entender que a vida está difícil, por dizer que tenho necessidade de trabalhar ao fim de semana, por mostrar as minhas fragilidades. Sei que há quem pense que a Ana esta na dança e eu não tenho dinheiro, mas é a minha mãe que esta a pagar, as mensalidades foram a prenda de anos dela, vou ao rock in rio, mas foi a minha irmã que me deu o bilhete, tenho vários pares de sapatos, mas são “herdados” de uma prima que vive melhor que eu e anda duas vezes e dá, ando de carro, mas estou a pagar como toda a gente e desde que pague não vejo porque tenha que andar a pé….São exemplos. Apenas isso. Mas que mostram bem, que às vezes o que reluz não é ouro, é apenas aparência. E devemos sempre ter cuidado com os nossos pensamentos, palavras e actos para não magoar ninguém…
Saiu um pouco em tom de discurso, mas hoje foi o que saiu…
(Imagem retirada da net)
Outras IDEIAS minhas
Ideias de outros que eu gosto de ler
- As conversas são como as cerejas
- As palavras que nunca te direi