descobri que tenho o vicio de ti.
descobri que me estás tão entranhado na pele
como está a nicotina nos dedos dos fumadores.
e a minha boca sofre na tua ausência,
adoece
e perde o sorriso nas gavetas da saudade
depois, o sol pôe-se sem a promessa de voltar.
apenas fica a névoa que tudo cobre.
as ruas, os beirais das casas onde moram os pássaros
e até o sorriso das crianças
que de mão dada com a avó
passeiam o cão ao entardecer.
cláudia moreira
Não cabe em mim todo o amor que te tenho
Transborda do meu corpo
Goteja para o chão da Terra
Um fio de água
Transforma-se depois num regato
Um rio
Por fim um imenso oceano
Cobre planícies, vales, montanhas
A Terra inundada
O mundo é afinal muito pequeno
E pequeno
Deixa tombar este sentimento para o Universo
No espaço infinito
Um oceano inteiro de amor por ti
Não cabe em mim todo o amor que te tenho
Sufoca-me
Liberta-se do meu peito
Ergue-se no ar e consome todo o oxigénio da Terra
Liberta-se da atmosfera e atinge as estrelas
Que brilham agora mais intensamente
Desembaraçadas do pó estelar
Por este sentimento sincero
Límpido
Não cabe em mim todo o amor que te tenho
Solto-o. Liberto-o. Desobrigo-o. Exalo-o.
Ofereço-to.
Cláudia Moreira
Dezembro 2011
imagem retirada da net
Deixei-te fugir numa destas tardes primaveris em que o sol ameaçava já desmaiar por força do adiantado das horas. Saíste do meu peito num bater de asas suave, deixando no ar um cheiro de saudades e rosas. Depois vi-te voar em direcção ao céu azul matizado de cores pastel. Brincaste por momentos no cabo de alta tensão e depois, misturado entre andorinhas de peito branco e asas negras, desapareceste do meu ângulo de visão.
Sentei-me então na beira da estrada, um pouco vazia e perdida, olhando o céu na esperança de que não demorasses muito a voltar. O frio que me entrou pelos pés e me percorreu as pernas por dentro, demorou muito pouco a chegar ao ventre e depois de um breve momento de hesitação, chegou ao peito. Esse, vazio, fazia eco quando pensava no teu nome. Depois o frio cortante tornou-se vento e quando se fundiu com o eco, o barulho tornou-se ensurdecedor.
Depois, como se tivesse caído uma chuvada de Verão que lava a terra e as plantas e os beirais das casas e deixa tudo num silêncio dormente, fiquei em paz. Nenhuma inquietação, nenhum suspiro profundo, nenhum tremor de lábios entreabertos, nenhuma dor por detrás do esterno. Apenas o silêncio dentro do meu corpo. Nem o sangue a correr nas veias se fazia ouvir. Nada.
Depois daquilo que me pareceu ser uma eternidade, voltaste, e contigo as sensações antigas em catadupa. A inquietação voltou. Os suspiros voltaram. As tremuras nos lábios voltaram. A dor por detrás do esterno voltou. E com tudo isso o teu rosto também voltou a habitar o meu peito e trouxe dentro dele o teu sorriso e dentro do teu sorriso a certeza de que nunca amarei mais ninguém tão intensamente.
Lembrei-me então da fita que trazia no meu cabelo farto e com ela fiz um laço e prendi-te então ao braço. Não te deixarei fugir outra vez.
Cláudia M.
Sei que vais achar exagero,
mas a verdade mais transparente e mais pura
é que quando me sorris
o meu coração salta do meu peito
sobe pelo céu aberto numa corrida desenfreada
sem que eu o consiga deter,
entra na troposfera,
passa pela estratosfera
depois rapidamente pela mesosfera e termosfera
e por fim já no espaço, onde a gravidade nao o afecta
deixa-se cair, flutuando feliz por entre estrelas e planetas
percorre toda a Via Lactea
e só depois desta viagem que parece longa
mas que não demora nem um segundo
volta a entrar no meu peito
mesmo, mesmo a tempo
de eu conseguir esboçar o gesto especial com os lábios
para te devolver o sorriso...
imagem retirada da net
Rendi-me a ti
Tive mesmo que me render
Porque nada mais havia a fazer…
Rendi-me a ti
Caí aos teus pés prisioneira
Corpo e alma, eu toda, eu inteira…
Rendi-me a ti
Fui tonta e parva e tonta
Achei que para o amor eu estava pronta…
Rendi-me a ti
Rendi-me a ti para não mais sofrer
Porque estava cansada de assim viver
Da solidão que dói eu queria me defender
Livrar-me da dor que ser só encerra
Mas no amor luta-se mais que numa guerra
E a minha alma, depois magoada, caiu por terra
E tu.
E tu, chegaste um dia imponente e a minha alma arrasaste
E meu coração com o teu exército de indiferença calcaste
E de lama e sangue negro muito sujo o deixaste
Foste embora.
Depois foste embora sem nada dizer
Como se nem quisesses saber
Como se eu não importasse sequer
Rendi-me a ti
Por amor
Para nada
Para sofrer
Estou triste
E nada mais há a dizer…
Partiu-se
Caiu ao chão e partiu-se em mil pedaços
Senti quando saltou do meu peito
Quando por momentos subiu acima dos meus olhos
Depois suspenso, olhou-me
Apenas uns breves instantes
Depois caiu e partiu-se
Chorei
Muito
Não sei agora como arranja-lo
Não conheço nenhuma cola especial
Nem magia que o conserte
Apanhei do chão os pedaços um a um
Carreguei-os no regaço e afaguei-os
Depois
Beijei-os
Uma lágrima caiu-lhe em cima
Ficou a marca indelével da minha dor
Nunca mais a poderei esquecer
A minha dor
Guardei os pedaços numa caixinha de seda
Rezei uma oração em despedida
Fechei-a
Guardei-a
Para sempre
Para sempre guardei meu coração.
imagem da net
Pegaste-me na mão com cuidado
Apertaste-a um pouco e senti
O coração a doer, apertado
Como no dia que te conheci
Amo-te, tu sabes isso bem
Nem preciso to dizer
O silêncio serve também
Para dizer coisas sem a boca mover
Segui-te sem pressas até ao fim do rochedo
Confio em ti como confio em Deus
E de mãos dadas caminhamos sem medo
Os meus olhos sempre procurando os teus
Paramos ali e olhamos o vazio
Apertamos as mãos mais um pouco
E o vento soprou áspero e frio
O meu coração bateu como louco
Depois acalmou e quase parou
Estava em paz, finalmente
O medo que tive acabou
Suspirei então profundamente
E contigo lancei-me no espaço
Os dois juntos pairando no ar
Mão com mão, braço com braço
Descemos até à terra muito devagar
Amo-te, tu sabes que sim
Conheces bem o meu sentimento
Que é puro e não terá fim
Mesmo quando estou em sofrimento
Confio-te meu sentimento, amor
E sigo-te até ao fim do mundo
Não importa se na alegria ou na dor
Importa que é grande e profundo….
imagem retirada da net
Quem és tu? Não sei quem tu és… Tu que me tiras o sono Povoas os meus sonhos E inflamas os meus sentidos… Não tens rosto Ainda não existes… Quem és tu? Uma sombra, um pensamento Não sei quem tu és… Mas um dia virás E em mim depositarás um beijo No teu braço sucumbirei E serei então feliz… Quem és tu? Não sei quem tu és… Mas já tenho saudade Sinto falta de ti Vem, não te demores O tempo urge meu amor É tempo de ser feliz. Agora.
imagem retirada da net
Escrevo sobre o amor
Um dia após outro escrevo
Sempre sobre o amor
Nada mais eu sei escrever
Nem sobre lutas, nem pátrias
Nem sobre viver ou morrer
Só escrevo do que sei falar
Das emoções, dos sentimentos
Do sofrer, do sentir e do amar
Não preciso do lápis de carvão
Para sobre o amor escrever
Escrevo poemas com o coração
Não sei fazer rimas brilhantes
Nem escrever sobre a ciência
Nada sei de coisas importantes
Não importa, não quero saber
Escrever livros grandiosos
Quero só sobre o amor escrever
Escrevo sobre o amor
Um dia após outro escrevo
Sempre e só sobre o amor…
http://www.youtube.com/watch?v=0Su8LXNS1
Outras IDEIAS minhas
Ideias de outros que eu gosto de ler
- As conversas são como as cerejas
- As palavras que nunca te direi