Falar sobre tudo e mais alguma coisa

Sexta-feira, 30 de Novembro de 2012
poema de um dia frio...

mesmo que o vento agreste que sopra do norte
transforme em gelo a água que fica pelo chão,
mesmo que nos corte o rosto como lâminas afiadas,
eu não tenho frio.
dentro de mim existem memórias.
existem beijos, abraços  e mãos.
e também fios de prata e olhos meigos.
são fogo na lareira em noites de Inverno
que me aquecem o corpo por dentro.
e as chamas deste fogo fogem-me pelos olhos.
isto é um sinal inequívoco,
de que também o coração se aqueceu nelas.
isso e também o sorriso que se colou ao meu rosto.
para sempre.


cláudia moreira


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Quinta-feira, 22 de Novembro de 2012
Tenho um vestido...

tenho um vestido
feito de flores amarelas,
e um fiozinho de sol
para prender no cabelo.
mais tarde,
e enquanto a tarde não finda,
hei-de passear um pouco por aí
e colher miosotis para pôr na trança.
enquanto isso sonho com beijos,
os teus.
e também com a ternura do teu abraço.

cláudia moreira


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Segunda-feira, 7 de Maio de 2012
Até breve.

 

 

 

Ergo a mão e aceno-te em jeito de despedida

Abro um sorriso para esconder uma lágrima teimosa

Até breve, digo eu murmurando

Levantas a mão e acenas-me também.

Leio claramente nos teus lábios a palavra “adeus”

Deixas que se misture com aquele sorriso largo que te define

É para me poupares da tristeza, bem sei.

Ah! Não me digas adeus meu amigo!

Sabes que adeus é uma palavra difícil

E que assim como tu gosto muito das palavras

Mas não das difíceis que me queimam os lábios

E adeus é uma palavra para sempre, é uma palavra infinita

Infinita e dolorosa e não a quero a viver no meu peito

Tu partes agora e eu ainda fico mais um pouco

Digo-te então que é por breves instantes, meu amigo

Não tarda as tuas gargalhadas ecoarão novamente pelas preguiçosas tardes de sol

E não demorará até que as tuas velas erguidas cortem novamente os oceanos

O tempo escorre depressa pelos socalcos da vida

Tu sabes.

Baixo a mão porque por fim me viras as costas.

Levas ainda o sorriso colado nos lábios.

Não faz mal que partas agora

Porque sei  dentro de mim que havemos um dia de nos reencontrar.

Até breve, digo eu murmurando.

 

 

Por Cláudia Moreira

07-05-2012

 

 

 

 



publicado por magnolia às 13:34
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Domingo, 25 de Março de 2012
Poema para ti, Mulher...

 

 

 imagem retirada da net

  

Nas tuas mãos perfeitas, muito brancas e macias

Tens o teu filho acabado de nascer.

Constatas então que a perfeição existe

A felicidade também.

Olhas o teu filho com olhos muito abertos

Porque queres que caiba todo dentro desse olhar.

Sabes que será teu para sempre.

Para sempre. Sempre.

Mesmo que a palavra “sempre” exija tanto de ti

Um compromisso imenso

Absolutamente inquebrável

Sabes que será assim.

Para sempre.

Mesmo assim, queres nesse preciso momento retê-lo

Todo dentro dos teus olhos.

Para memória futura.

Porque tu sabes que ele um dia irá crescer

Que deixará de ser esse ser indefeso

Que agora te cabe na palma da mão.

Um dia vais levá-lo à escola de bibe e lancheira colorida

Mas ele regressará sozinho.

Crescido. Pronto para viver.

E liberto das tuas mãos protectoras ganhará asas

E voará

Alto, muito alto nos céus onde tu não poderás ir

E o teu coração viverá apertadinho

Muito pequenino

Do tamanho de um botão.

Mesmo pequenino estará sempre pronto

Juntamente com os teus braços

Abertos.

À espera. Pacientemente à espera.

Dar-lhe-ás então o melhor colo do mundo!

E beijos.

E amor.

Vais estar sempre ali, com ele e para ele.

Sempre com um sorriso estampado no rosto.

Mesmo que o teu dia tenha sido doloroso

Que te sangrem os pés

Ou que a tua alma esteja feita em pedaços.

Mesmo que as lágrimas ácidas queiram explodir nos teus olhos

E só te apeteça deitar a cabeça na almofada.

Vais estar sempre ali, com ele e para ele.

Vais ensinar-lhe as primeiras palavras.

Mamã, papá, água, papa.

Quando trouxer um joelho rasgado pelas pedras da calçada

Vais lá colocar carinhosamente um beijo

E noutros dias dar-lhe-ás abraços muito apertados

E dir-lhe-ás: não faz mal, arranjas outra namorada.

Quando não conseguir aquele emprego

Ou quando se zangar a primeira vez com a esposa.

Estarás lá. Sempre.

Serás sempre a sombra que o acompanha

A guardiã delicada e silenciosa.

Em todas as noites escuras de pesadelos

Ou em dias frios de agreste tempestade

E as tuas palavras doces serão feitas de magia

Mais ninguém será capaz de habitar a sua alma.

E de o aceitar como ele é

Que faça grandes disparates e diga coisas sem pensar

Estarás sempre ali para o teu filho.

Com um colo generoso se lhe apetecer chorar.

E quando quiser rir, não tenhas dúvidas com quem o vai fazer.

E quando ele tiver o primeiro filho vais lá estar

E será um pouco teu filho também

Mulher, tu tens tanta sorte

Do nada criaste um milagre dentro de ti

Um milagre.

O mais belo, o mais terno, o mais maravilhoso de todos os milagres

Uma nova pessoa. Uma nova alma.

Um amor incondicional que viverá sempre, sempre dentro de ti.

E sempre nos teus braços.

E não há amor maior do que esse.

Porque nem a morte é capaz de apagar o amor de mãe.

Então a perfeição existe.

A felicidade também.

 

Por Cláudia Moreira

 

 


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publicado por magnolia às 17:48
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Segunda-feira, 19 de Março de 2012
Poema para ti, Mulher

imagem retirada da net

 

  

Nas tuas mãos perfeitas, muito brancas e macias

Tens o teu filho acabado de nascer.

Constatas então que a perfeição existe

A felicidade também.

Olhas o teu filho com olhos muito abertos

Porque queres que caiba todo dentro desse olhar.

Sabes que será teu para sempre.

Para sempre. Sempre.

Mesmo que a palavra “sempre” exija tanto de ti

Um compromisso imenso

Absolutamente inquebrável

Sabes que será assim.

Para sempre.

Mesmo assim, queres nesse preciso momento retê-lo

Todo dentro dos teus olhos.

Para memória futura.

Porque tu sabes que ele um dia irá crescer

Que deixará de ser esse ser indefeso

Que agora te cabe na palma da mão.

Um dia vais levá-lo à escola de bibe e lancheira colorida

Mas ele regressará sozinho.

Crescido. Pronto para viver.

E liberto das tuas mãos protectoras ganhará asas

E voará

Alto, muito alto nos céus onde tu não poderás ir

E o teu coração viverá apertadinho

Muito pequenino

Do tamanho de um botão.

Mesmo pequenino estará sempre pronto

Juntamente com os teus braços

Abertos.

À espera. Pacientemente à espera.

Dar-lhe-ás então o melhor colo do mundo!

E beijos.

E amor.

Vais estar sempre ali, com ele e para ele.

Sempre com um sorriso estampado no rosto.

Mesmo que o teu dia tenha sido doloroso

Que te sangrem os pés

Ou que a tua alma esteja feita em pedaços.

Mesmo que as lágrimas ácidas queiram explodir nos teus olhos

E só te apeteça deitar a cabeça na almofada.

Vais estar sempre ali, com ele e para ele.

Vais ensinar-lhe as primeiras palavras.

Mamã, papá, água, papa.

Quando trouxer um joelho rasgado pelas pedras da calçada

Vais lá colocar carinhosamente um beijo

E noutros dias dar-lhe-ás abraços muito apertados

E dir-lhe-ás: não faz mal, arranjas outra namorada.

Quando não conseguir aquele emprego

Ou quando se zangar a primeira vez com a esposa.

Estarás lá. Sempre.

Serás sempre a sombra que o acompanha

A guardiã delicada e silenciosa.

Em todas as noites escuras de pesadelos

Ou em dias frios de agreste tempestade

E as tuas palavras doces serão feitas de magia

Mais ninguém será capaz de habitar a sua alma.

E de o aceitar como ele é

Que faça grandes disparates e diga coisas sem pensar

Estarás sempre ali para o teu filho.

Com um colo generoso se lhe apetecer chorar.

E quando quiser rir, não tenhas dúvidas com quem o vai fazer.

E quando ele tiver o primeiro filho vais lá estar

E será um pouco teu filho também

Mulher, tu tens tanta sorte

Do nada criaste um milagre dentro de ti

Um milagre.

O mais belo, o mais terno, o mais maravilhoso de todos os milagres

Uma nova pessoa. Uma nova alma.

Um amor incondicional que viverá sempre, sempre dentro de ti.

E sempre nos teus braços.

E não há amor maior do que esse.

Porque nem a morte é capaz de apagar o amor de mãe.

Então a perfeição existe.

A felicidade também.

 

Por Cláudia Moreira

 

 


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publicado por magnolia às 15:44
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Domingo, 18 de Março de 2012
Partir

imagem retirada da net

 

 

Parti noite escura
Numa casca de noz.
Agarrei as amuradas finas e frágeis 
E não hesitei.
Avancei.
Icei uma vela feita só do meu querer
E não olhei para trás uma única vez.
Parti em busca do mundo. 



Por Cláudia Moreira


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publicado por magnolia às 23:42
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Quinta-feira, 22 de Dezembro de 2011
Não cabe em mim...

Não cabe em mim todo o amor que te tenho

Transborda do meu corpo

Goteja para o chão da Terra

Um fio de água

Transforma-se depois num regato

Um rio

Por fim um imenso oceano

Cobre planícies, vales, montanhas

A Terra inundada

O mundo é afinal muito pequeno

E pequeno

Deixa tombar este sentimento para o Universo

No espaço infinito

Um oceano inteiro de amor por ti

Não cabe em mim todo o amor que te tenho

Sufoca-me

Liberta-se do meu peito

Ergue-se no ar e consome todo o oxigénio da Terra

Liberta-se da atmosfera e atinge as estrelas

Que brilham agora mais intensamente

Desembaraçadas do pó estelar

Por este sentimento sincero

Límpido

Não cabe em mim todo o amor que te tenho

Solto-o. Liberto-o. Desobrigo-o. Exalo-o.

Ofereço-to.

 

 

 

Cláudia Moreira

Dezembro 2011

 

 


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publicado por magnolia às 15:23
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Segunda-feira, 12 de Dezembro de 2011
Poema

 

Poema

 

 

 

 

Hoje, dentro de mim, no sítio onde sentimos

Surgiram sentimentos que não conhecia ainda.

Brilharam aos meus olhos na obscuridade da noite

Sem qualquer pudor.

Depois, na impossibilidade de os dizer

Deixei que descessem até aos meus dedos

E assim, numa simbiose perfeita

Entre a minha pele bronzeada pelo sol de Maio

E a madeira do meu lápis de carvão

As letras foram saindo da ponta do lápis

Perfilando-se no papel, formando palavras

Numa caligrafia incerta de quem tem urgência

Em dar vazão ao que lhe vai na alma…

 

 

 

Cláudia Moreira em Pedaços de Mim...

23-05-2011

 



publicado por magnolia às 13:15
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Terça-feira, 6 de Dezembro de 2011
Para sempre

E porque há coisas que escrevi que ainda gosto... 

 

 

 

 

A tarde acabou devagarinho

Serena ainda, morna do sol de Outono

Retendo em si o cheiro da terra e o sabor da tua boca

A noite deitou-se comigo e tu também

Pela janela aberta chegou o cheiro do orvalho pousado

Nas folhas verdes das árvores que não dormem.

E trouxe consigo de mão dada o odor quente da terra

E das estrelas

Aproveitamos a luz distante e trémula.

Fizemos amor em lençóis lavados em água fria

Que nasce das entranhas da montanhas e secos ao sol

A tua pele dizia-me coisas que não dizia a mais ninguém

E a tua boca também.

O longo cântico dos grilos misturava-se com a tua respiração

E era música composta pela mão de Deus ou do demónio.

Desejei que o tempo parasse

Naquele momento e ficássemos assim

Para sempre.

Para sempre.

 

 

Cláudia Moreira

 



publicado por magnolia às 16:52
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Sábado, 3 de Dezembro de 2011
Dentro de mim

 

 

 

se um dia eu abrisse os meus olhos e te deixasse entrar

verias que guardo dentro de mim tantos mundos diferentes

que nem mil vidas te chegariam para os desvendar

 

 

com um sorriso pedirias então licença para lá morar.

 

 

cláudia moreira

publicado no pedaços de mim em 12-05-2011



publicado por magnolia às 10:49
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Cláudia Moreira

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