Terminei mais um livro de um dos meus autores preferidos de todos os tempos: José Luis Peixoto. Este livro, Cemitério de Pianos, é talvez uma das melhores obras do José Luis peixoto na minha opinião. Conta a história de uma familia igual a tantas outras e no entanto diferente de tantas outras familias, unica, fala das suas dores, dos seus problemas familiares, dos sentimentos, dos anseios e angustias. Conta de forma simples mas sem duvida maravilhosa o que se passa dentro de cada uma destas personagens. Consegue com a sua escrita transportar-nos para dentro do livro. É tão verdade isto, que durante toda a leitura eu visualizei as pessoas, as casas, os vestidos, os objectos, as ruas, foi como se estivesse lá. Recomendo vivamente a leitura deste livro tão belo, tão humano, tão cheio de sentimento.
sinopse
Numa Lisboa sem tempo, entre Benfica e o centro, nascem, vivem, sonham, amam, casam, trabalham e morrem as personagens deste livro. No ventre de uma oficina de carpintaria aninha-se o cemitério de pianos, instrumentos cujo mecanismo, à semelhança dos seres que os rodeiam, não está morto, encontrando-se antes suspenso entre vidas. Exílio voluntário onde se reflecte, se faz amor, lugar de leituras clandestinas, espaço recatado de adúlteros, pátio de brincadeiras infantis e confessionário de mortos, é o espaço onde se encadeiam gerações.
Os narradores – pai e filho –, em tempos diferentes, que se sobrepõem por vezes, desvendam a história da família, numa linguagem intercalada de sombras e luz, de silêncio e riso, de medo e esperança, de culpa e perdão. Contam-nos histórias de amor, urgentes e inevitáveis, pungentes, nas quais se lê abandono, violência doméstica e faltas nem sempre redimidas que, no entanto, acabam por ser resgatadas pelo poder esmagador da ternura e dos afectos. Falam-nos de morte, não para indicar o fim, mas a renovação, o elo entre as gerações e a continuação: o pai – relação entre dois Franciscos, iguais no nome e no destino, por um gerado, do outro genitor – nasce no dia da morte desse primeiro Lázaro; o filho, neto do seu homónimo, morre no dia em que a sua mulher dá à luz.
José Luís Peixoto oferece-nos um texto mágico, no qual se cruzam, numa interacção fluida, diálogos cúmplices com a grande tradição da literatura portuguesa e universal
Outras IDEIAS minhas
Ideias de outros que eu gosto de ler
- As conversas são como as cerejas
- As palavras que nunca te direi