imagem retirada da net
Liberdade
Na altura eu deveria ter cerca de seis meses. Talvez ainda nem gatinhasse, talvez ainda nem palrasse. Não andei de cravo ao peito, nem marchei nas ruas gritando a palavra de ordem: liberdade! No entanto, foi este dia que me permitiu ser hoje muito daquilo que sou. Sem os bravos de Abril, hoje viveria numa ditadura, num regime autoritário e egocêntrico. Viveria censurada. Viveria assustada. Viveria calada. Viveria torturada por uma maneira de governar capitalista e injusta.
Não me imagino a não poder dizer o que penso, o que sinto, seja isso a favor ou contra a forma de agir do governo. Não me imagino a não poder votar, a não ter uma palavra a dizer sobre quem nos governa. Não posso sequer imaginar viver num regime onde a policia nos controla os passos, não para nos proteger dos malfeitores, mas para nos oprimir, para verificar que não tenhamos ideias que sejam contra as ideias dos senhores governadores. Não me imagino a viver num pais onde nos querem moldar, tolher o pensamento, prender os movimentos.
Mesmo assim, muito mais poderia ser feito. Não vivemos numa ditadura, mas vivemos num país que atravessa um momento crítico. Cada dia vemos mais diferenças sociais, mais pobres, mais gente triste, mais desemprego. Talvez o dia de hoje seja um bom dia para pensar nisto. Embora eu saiba que ninguém com poderes para mudar alguma coisa me vai ler, não quero deixar de apelar ao universo, a deus, a quem for capaz de interceder juntos dos senhores do poder para que estes pensem bem se acham que o povo português está feliz, está vestido, está alimentado, está educado. Se todos têm o necessário para viver, se todos têm as mesmas oportunidades de estudar, as mesmas oportunidades de emprego, se todos tem acesso à saúde, à cultura, ao descanso. Abril não deve ser esquecido, não pode ser esquecido! Temos que o ter muito presente, para que não incorramos em erros do passado. Não deixemos que nos voltem a agrilhoar a voz!
Sou uma voz do povo, não muito audível, mas muitas como a minha, juntas, talvez seja possível fazer-se ouvir. Pelo menos eu tenho esperança nisso!
Viva a LIBERDADE!
Outras IDEIAS minhas
Ideias de outros que eu gosto de ler
- As conversas são como as cerejas
- As palavras que nunca te direi