<input ... >Há uns dias atrás a minha filha chorou. Não me vou esquecer tão cedo porque chorou de mágoa por não ter os pais juntos. Nunca pensei que tanto tempo depois este assunto a afectasse assim. Mas afecta. Ela sabe que eu faço de tudo para ela estar com o pai, mas também sabe que ele nem sempre de faz tudo para estar com eles…e só tem nove anos. Eu tentei compor as coisas, mas tive uma resposta sofrida sobre eu não saber o que custa porque sempre tive pai e mãe juntos. Mal ela sabe as vezes que desejei não ter…
Tenho pensado muito nisto tudo. Já se passaram quatro anos desde o meu divórcio, mas as feridas ainda cá estão, seja em mim, seja nos filhos. Tentei encontrar dentro de mim algum arrependimento, mas não fui capaz. Sei que fiz o melhor por todos nós. Nenhum filho é feliz tendo os pais sempre de mal, nenhuma mãe consegue fazer os filhos felizes estando perfeitamente infeliz. Se sinto tristeza por saber que os privei da presença constante do pai? Sim, sinto. Mas às vezes temos que escolher o menor dos males. E no nosso caso foi o divórcio. Eles vêem o pai regularmente de quinze em quinze dias. No meio sentem saudades. É muito tempo sem ver alguém de quem se gosta tanto. Mas ele também não procura mais que isto…e eu não posso fazer mais. Tenho consciência que tenho feito tudo o que está ao meu alcance para promover os encontros entre eles.
Portanto, o que fazer para minorar o sofrimento dos meus filhos? Não sei bem. Para já limito-me a estar com eles o mais que posso e a mimá-los muito. Lembro-lhes que o pai gosta deles apesar da ausência. Explico o que se passa à volta deles. Mostro casos de miúdos que não tem pais de todo. Levo-os a ver o pai sempre que posso. E acima de tudo, dou-lhes todo o amor de que sou capaz.
Mas a pergunta fica: serão felizes estas crianças filhas de divórcios? Não apenas as minhas, mas todas. Serão felizes?
Outras IDEIAS minhas
Ideias de outros que eu gosto de ler
- As conversas são como as cerejas
- As palavras que nunca te direi