imagem retirada da net
Lembro-me que nestes dias de aborrecida chuva fria que entra na pele sem pedir licença e nos enregela os ossos, vinha da escola saltitando pelas poças de água, não tanto evitando-as, mas sim chapinhando-as para ver com alegria a que altura saltavam as pingas geladas. Reunia com o resto dos miúdos do bairro procurando salamandras, que na altura não sei bem porquê as baptizamos de saramelas. Eram bichos feios, repelentes, e que apareciam às dezenas mortos na nossas rua sem carros. Depois íamos subir muros cheios de musgo verde que nos manchava a roupa e invariavelmente dava origem a raspanetes.
Só mesmo quando a noite começava a cair e o frio me punha o nariz vermelho é que voltava para dentro não sem antes a minha avó já me ter chamado umas dez vezes! Sabia tão bem sentir a chuva fria na cara, a liberdade, a natureza no seu estado puro…
Depois da noite cair, secar o cabelo, tirar os sapatos encharcados, pôr uma manta aos ombros, sentava-me em cima da caixa da lenha, aquecendo-me no fogão de lenha, vendo as chamas crepitar e sentindo o aroma da sopa de feijão rajado e da broa acabada de cozer…
Outras IDEIAS minhas
Ideias de outros que eu gosto de ler
- As conversas são como as cerejas
- As palavras que nunca te direi