imagem retirada da net
Movo os pés, as mãos, olho, toco, como, trabalho, vivo. Vivo? Sobrevivo. Mecanicamente sou mulher, sou mãe , sou trabalhadora, sou estudante, sou irmã, sou filha, sou amiga. O tempo passa inexorável sem que eu me aperceba, deixando marcas no meu rosto, no meu corpo. Tenho 34 anos, mas sinto-me com todas as idades menos a minha. As vezes sinto-me cansada, desalentada, como se já tivessem passado por mim 100 anos e me fosse difícil mover os membros. Como se tudo o que já passei na vida pesasse toneladas, como se a tristeza tivesse vindo para ficar, a solidão que se instala depois dos filhos criados se tivesse apoderado de mim, como se soubesse que o fim está próximo . Outras vezes sinto palpitar dentro de mim a miúda rebelde que gosta de usar anéis no polegar, vestir toda de preto e ir a concertos cool . Tem dias que me olho no espelho e não sei a minha idade, não sei quem sou. Tenho sonhos por cumprir, dos quais já abdiquei, pela perda dos quais já me conformei. A vida tem destas coisas. Condiciona-nos. Mas não me importo, porque o principal motivo porque estou condicionada são os meus filhos. É por eles que vivo, que luto, que travo estas batalhas com os problemas da vida. São eles que me dão forças para continuar sempre... também são eles que me fazem sentir velhota, e são eles que me fazem sentir viva, nos momentos em que acordo da azafama e os olho com olhos de ver. Olho-me ao espelho e não me reconheço. Não me lembro de quem fui no passado e também não sei quem vou ser no futuro. Por fora, sei o que vêem em mim. Uma mulher mãe -trabalhadora-divorciada-34 anos-responsavel-sensata Por dentro sou um mar de emoções contraditórias em luta constante. Estou em busca de algo que não existe: a paz de espírito . Preciso dessa paz. Dentro de mim existem duvidas que jamais terão resposta. Viver nesta sociedade castradora também não ajuda nada, obriga-nos a ser o politicamente correctos para sermos aceites. E eu já infringi uma das regras: sou divorciada.
São tantas as duvidas que me assaltam....como eu gostava de ter respostas...
Outras IDEIAS minhas
Ideias de outros que eu gosto de ler
- As conversas são como as cerejas
- As palavras que nunca te direi