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Lá ia ela, como tantas outras vezes em que a vejo, de sorriso nos lábios. Nao sei o nome dela, nem a idade, nem se gosta mais de carne ou de peixe. Sei que passa por mim, risonha, de mao dada com uma menina, que pela pinta só pode ser a filha. Passa a cumprimentar: bom dia, está bom tempo não está? - e ri. Ri com aquele riso franco de quem esta de bem com a vida. Ri com aquele riso aberto de quem ri com vontade, se forçar, sem pudor. Olho-a e apesar do riso apetece-me chorar.
Sou parva, eu sei, mas não consigo evitar que uma lagrimita teimosa me assome aos olhos. Fico comovida. Fico emocionada. Fico esmagada por um sentimento de impotencia, de tristeza, de angustia, de empatia para com aquela mulher que passa numa cadeira de rodas de sorriso nos lábios...
A diferença deve magoa-la. A impotencia deve magoa-la. A dor deve magoa-la. As lembranças devem magoa-la. E no entanto ela parece feliz. Feliz quando passa de sorriso nos labios. Creio que aceita o que o destino lhe reservou e fica feliz com o que ganhou: a vida em si mesma.
Quantos de nós andam de cara amarrada por muito menos? Quantos de nós não agradecem por todas as coisas boas que tem na vida? Saude, liberdade... Eu tambem padeço um pouco desse mal. As vezes, no meio de tanta agitação, tantos problemas, acabo por esquecer que tenho saude, filhos lindos, emprego (dois até!!), tecto, familia e amigos.
Sou uma afortunada e lembro-me disso poucas vezes...
Outras IDEIAS minhas
Ideias de outros que eu gosto de ler
- As conversas são como as cerejas
- As palavras que nunca te direi