imagem retirada da net
Dói-me tudo.
A pele. Os músculos. Os vasos sanguíneos. Os ossos.
O estômago. Os pulmões. O cérebro. O coração.
Dói-me tudo.
Não há nenhum centímetro de corpo que não me doa por causa de ti.
E dói tanto, tanto, tanto…
Apetece-me gritar! Gritar sons e interjeições e palavras sem sentido!
Gritar apenas!
Não dizer coisa com coisa porque não há palavras para dizer.
Nenhuma palavra pode dizer tudo o que sinto…
Nem muitas palavras podem dizer o que sinto…
Apenas a dor lancinante no corpo.
Na minha cara um esgar, um espelho da minha alma profundamente magoada.
O meu corpo contorcido pela dor. A minha pele, quente, febril.
Dói-me tudo.
A alma, sobretudo dói-me a alma que não sei sequer onde vive.
Não sei se na pele, se nos músculos, se nos ossos.
Não sei onde vive a minha alma e por isso dói-me tudo. Cada pedacinho do meu corpo…
Dói-me tudo porque não posso olhar para os teus olhos com os meus olhos.
Não posso sentir a pele quente do teu corpo na pele das minhas mãos.
E também não posso sentir os teus lábios húmidos com os meus lábios.
Não posso sentir o teu corpo dentro do meu abraço.
Dói-me na carne a dor imensa da saudade.
E a cada hora que passa dói mais e mais, mais profundamente.
Dói-me tudo e não há como matar esta dor.
Antes a dor me matará a mim…
Cláudia Moreira
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