imagem retirada da net...
Vivo no meu casulinho de seda onde sou feliz. As vezes, muitas vezes, sinto saudades de ver a terra e mar. E é nessas alturas que abro o casulo e olho cá para fora. Vejo o sol a brilhar lá no alto de um céu azul celeste e sorrio. Outras vezes preciso de vir cá fora procurar alimento. Dentro do casulo só há alimento para a alma, não há para o corpo.
Depois de algum tempo no casulo já me esqueci dos perigos que há no mundo e saio despreocupada e feliz. Não me lembro das palavras que ferem, dos rostos feios, não me lembro dos gestos feitos de espinhos. Não me lembro que o perigo esta a espreita atrás de cada flor, de cada raio de sol, de cada sorriso…
Dois passos depois sinto o sol a aquecer-me a pele, a fragrância das flores a penetrar-me as narinas, olho e vejo a imensidão do mundo aos meus pés. Sorrio. Fico inebriada com tanta beleza e dou passos incautos na direcção do mundo. Deixo que os rostos se cheguem a mim, que as palavras entrem nos meus ouvidos e que os olhares se cruzem com os meus. Sorrio.
É precisamente quando sorrio com a alma e que esse sorriso se mostra no meu olhar, nos meus lábios, em cada gesto meu, que os perigos saltam sobre mim. Que esses rostos apagam o brilho do sol, calam o canto dos pássaros e escurecem o azul do céu. Os gestos feitos de espinho ferem a minha pele e as palavras feitas de gelo destroem o meu sorriso e gelam o meu olhar.
E eu então, de lágrima a rolar pela cara, volto ao casulo por mais uns tempos. Até ao esquecimento.
Magnólia
Outras IDEIAS minhas
Ideias de outros que eu gosto de ler
- As conversas são como as cerejas
- As palavras que nunca te direi