Lamento...
Encosto a cara à janela
Esta fria, mas não importa
Preciso do amparo dela
O meu ser já não comporta
Mais tristezas e amarguras
Estou triste, estou cinzenta
Como as nuvens lá nas alturas
Que ameaçam tormenta
As gotas de chuva miudinhas
Rolam uma a uma sem parar
São lágrimas iguais às minhas
Iguais as que costumo chorar
Fico ali tão só, escura como breu
Perdida em mil pensamentos
Tão tristes como o céu
Vejo as árvores dançar
Vergarem com a força do vento
Ouço-o lá fora a uivar
Num tão amargo lamento
Sinto um aperto tão forte
Dentro de mim, na minha alma
Fico pensando na morte
Preciso tanto de calma
Só queria poder dormir
Para sempre, eternamente
Ter paz, tranquilidade e não sentir
A angustia que se sente
Quando já não se pode ter
Esperança no futuro
Que ainda se possa viver
Respirar é já tão duro
Mais já não posso aguentar
Estou exausta, estou no fim
Agora só quero descansar
E ter tranquilidade enfim….
Cláudia Moreira @ Outubro de 2007