E porque há coisas que escrevi que ainda gosto...
A tarde acabou devagarinho
Serena ainda, morna do sol de Outono
Retendo em si o cheiro da terra e o sabor da tua boca
A noite deitou-se comigo e tu também
Pela janela aberta chegou o cheiro do orvalho pousado
Nas folhas verdes das árvores que não dormem.
E trouxe consigo de mão dada o odor quente da terra
E das estrelas
Aproveitamos a luz distante e trémula.
Fizemos amor em lençóis lavados em água fria
Que nasce das entranhas da montanhas e secos ao sol
A tua pele dizia-me coisas que não dizia a mais ninguém
E a tua boca também.
O longo cântico dos grilos misturava-se com a tua respiração
E era música composta pela mão de Deus ou do demónio.
Desejei que o tempo parasse
Naquele momento e ficássemos assim
Para sempre.
Para sempre.
Cláudia Moreira
Outras IDEIAS minhas
Ideias de outros que eu gosto de ler
- As conversas são como as cerejas
- As palavras que nunca te direi