Falar sobre tudo e mais alguma coisa
Segunda-feira, 21 de Maio de 2012
Histórias que habitam a minha memória e me fazem sorrir!

 

Dele...

 

 

Lembro-me bem porque não foi assim há tanto tempo, vá, foi assim tipo anteontem, que ouvia avidamente tudo o que se dizia sobre filhos, partos e afins. Coisas de mãe de primeira viagem. Ainda faltavam uns dias mas as vozes, ah! As vozes!, diziam-me tantas coisas… “Ah e tal porque a mim aconteceu-me isto” “ e a mim aquilo”, “e ai porque se não fosse depressa não sei que seria”, “ai, que me rebentaram as águas e não dei conta”. E eu, ai o caneco, tanta conversa. E depois eu a encaixar na minha pessoa tudo o que as outras tinham tido! Fui para casa a matutar. Lembro-me que a chuva não parava de cair e cheguei ensopada da cabeça aos pés. Subi os 12 andares até casa, de elevador pois claro. Embora pudesse, sem qualquer problema, subir pelas escadas porque só tinha mesmo a mais a barriguita proeminente, as 38 semana diziam-me coisas como “cuidado” e “não abuses”. Olhei pela janela lá do alto e perscrutei o horizonte em busca do mar. Tinha escurecido tão depressa como escurece sempre em Janeiro. Sabia que ele estava ali à minha frente, podia adivinha-lo por entre os telhados dos prédios mas na escuridão daquela noite só o podia ver quando os relâmpagos cortavam a noite de cima abaixo. Sentia-me inquieta. Pensei que mal não fazia ir ao hospital e fazer-me de ingénua, vá, fazer-me não, porque o era nesses assuntos de maternidade, rebentamento de águas e partos. Disse ao pai do rapazinho que habitava a minha barriga há oito meses e meio que o melhor era ir até lá e ver.

Entramos pela porta da frente e o hospital estava deserto. Não sei se era por causa da tempestade ou se foi uma altura sem doenças ou acidentes, o certo é que o silêncio era total. E medonho! Subimos as escadas de madeira antiga até ao primeiro andar e ninguém nos impediu. Avançamos pelos corredores rodeados por uma imensa escuridão e só depois percebemos que o hospital estava sem electricidade! Foi então que a parteira do turno da noite, que por sinal era minha conhecida, nos apareceu vinda de um cubículo onde estava a tratar da papelada à luz de um petromax. Pensei que só poderia estar enfiada num filme de terror de muito pouca qualidade. Era ali que o ia nascer o meu filho? O meu primogénito? O meu mais que tudo?

A minha amiga encaminhou-nos para uma sala, sempre imersos num estranho silêncio, onde não se ouviam sequer máquinas a medir batimentos cardíacos como seria de esperar naquele lugar. Disse-me que não, que não seria naquela noite. Disse-me: “volta amanhã, mas não aqui, vai para o hospital da cidade vizinha”. Ao que constava tinha mais luz e mais condições para trazer crianças ao mundo. E eu no dia seguinte fui, portanto ontem, e o meu filho nasceu, mais cedo do que o esperado, ansioso por conhecer o mundo! Nasceu num fim de tarde muito escuro e de muita chuva, cujas gotas grossas se desfaziam nas vidraças das janelas antigas do hospital. O meu filho lindo, fofinho e frágil chegava ao mundo ao som dos dinossauros, uma série que eu gostava tanto e em que o bebé dinossauro dava com uma frigideira na cabeça do pai e dizia: tu não és a mamã, tu não és a mamã! E eu, tão agradecida por aquela dádiva da vida, sorria. Já o tinha nos braços a respirar, perfeito! Tinha sido uma aventura e tanto! O dia anterior, aquele dia, e embora eu não soubesse ainda naquele momento, todos os dias seguintes seriam uma imensa aventura, até este preciso momento em que escrevo estas palavras. O mundo inteiro pode não fazer sentido, mas quando olho nos olhos do meu filho, ou quando me abraça ao ponto de me fazer doer e me chama pequeninha e baixinha eu sorrio, feliz, esquecida de todos os problemas e mágoas do mundo. 

 



publicado por magnolia às 17:15
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Segunda-feira, 14 de Maio de 2012
Melancholia

No mínimo um filme muito perturbador. Ainda não digeri completamente, pelo que não opino. Certas cenas parecem-se demasiado com os pesadelos que costumo ter.

 

 

 



publicado por magnolia às 22:59
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Quinta-feira, 10 de Maio de 2012
Porque acima de tudo me apetece a vida.

foto e arranjos meus

Vila Verde - Portugal

 


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publicado por magnolia às 22:22
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Deixá-los voar!

 

Se eu roesse as unhas já não as tinha e desconfio que nem dedos! Mãe sofre quando tem que largar as crias no mundo. As primeiras vezes custam mais. O primeiro dia do infantário, a primeira viagem de estudo, a primeira festa sem pais, a primeira saída à noite, a primeira namorada... Hoje é a vez da primeira entrevista para emprego. Apeteceu-me ir com ele para o guiar e apoiar, mas a lei da vida diz que os devemos deixar voar sozinhos quando chega a hora... por isso hoje lá foi ele, voar sozinho pelos céus aberto da vida adulta...



publicado por magnolia às 14:04
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Quarta-feira, 9 de Maio de 2012
Governo Sombra - Casimiro Teixeira

 

 

Já terminei o livro do Casimiro há muito tempo e, por isso mesmo, perdoem-me alguma falha no que vou dizer. Ando atrasada com estes posts de opinião sobre o que vou lendo. Não gosto nada, devo dizer, mas ando. O tempo é um safado que não estica. Parece que só custa a passar nas longas horas sentada à secretária.

 

Agora sobre o livro.


O Governo Sombra é um livro de cariz político, muito actual e despudorado. O próprio titulo sugere esta classificação. Embrenhei-me no livro e quase sem dar por isso estava no final. A escrita flui e o enredo também. A verdade é que se vai tentando adivinhar o final da história sem o conseguir, quase, quase até chegar às últimas páginas.

 

Embora seja ficção, penso que o Casimiro tentou (e conseguiu) passar uma mensagem bastante real. Ou seja, a imagem bastante realista do país em que vivemos, da nossa classe politica e do povo que somos.  Fala-nos da corrupção e do poder como sendo a grande ferida da nossa realidade actual. Fala-nos do cancro do desemprego. Fala-nos da luta diária para nos mantermos à tona desta sociedade claustrofóbica. Fala-nos das fragilidades como seres humanos que somos.

 

Gostei imenso do livro. Gostaria que o Casimiro tivesse já outro na manga para poder ler já mais coisas dele. Claro que não consigo ficar indiferente ao facto de o conhecer pessoalmente e de nutrir por ele uma grande simpatia e amizade. Mas, tentanto abstrair-me dessa "culpa", recomento vivamente a leitura deste livro (e a compra já agora, que o Casimiro precisa de vender!!). Disfrutem de um livro com um toque de aventura, mistério, sentimento e até mesmo amor. Desfrutem de um livro escrito por um português que trava uma dura luta diariamente, escrito em português e para portugueses. Desfrutem do primeiro livro deste género literário do Casimiro e digam-lhe alguma coisa. Um autor gosta sempre de saber:)

 

Sinopse:

 

Um thriller de conspirações políticas que retrata as vidas paralelas de dois homens; Um, desempregado, com ambições de ser escritor: desistiu da vida e da procura da felicidade, reencontrando-a ao receber uma estranha mensagem de uma amiga, que lhe encomenda a escrita de um livro sobre a sua vida, conduzindo-o numa viagem obsessiva por uma realidade ficcionada sobre um Portugal secreto e sinistro desconhecido por muitos.
O outro, um político empossado à força por um caciquismo familiar. Professor de história por paixão, torna-se secretário de estado por complacência dos interesses do falecido pai. Embarcam numa odisseia mirabolante de enganos e descobertas, na busca da confirmação da existência de uma ordem secreta, os Alquimistas, cujo plano efetivo para o nosso país, consiste no controlo absoluto do seu governo, e no domínio total da vontade dos seus cidadãos.
De Nova Iorque a Bruxelas, e por diferentes locais em Portugal, um atroz destino os espera, nesta história implacável, que mistura passado e presente, cheia de suspense e completamente imprevisível.



publicado por magnolia às 13:19
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Livros docinhos!

imagem retirada da net~


Livros docinhos para todos os gostos!

 

 


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publicado por magnolia às 11:00
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Segunda-feira, 7 de Maio de 2012
Até breve.

 

 

 

Ergo a mão e aceno-te em jeito de despedida

Abro um sorriso para esconder uma lágrima teimosa

Até breve, digo eu murmurando

Levantas a mão e acenas-me também.

Leio claramente nos teus lábios a palavra “adeus”

Deixas que se misture com aquele sorriso largo que te define

É para me poupares da tristeza, bem sei.

Ah! Não me digas adeus meu amigo!

Sabes que adeus é uma palavra difícil

E que assim como tu gosto muito das palavras

Mas não das difíceis que me queimam os lábios

E adeus é uma palavra para sempre, é uma palavra infinita

Infinita e dolorosa e não a quero a viver no meu peito

Tu partes agora e eu ainda fico mais um pouco

Digo-te então que é por breves instantes, meu amigo

Não tarda as tuas gargalhadas ecoarão novamente pelas preguiçosas tardes de sol

E não demorará até que as tuas velas erguidas cortem novamente os oceanos

O tempo escorre depressa pelos socalcos da vida

Tu sabes.

Baixo a mão porque por fim me viras as costas.

Levas ainda o sorriso colado nos lábios.

Não faz mal que partas agora

Porque sei  dentro de mim que havemos um dia de nos reencontrar.

Até breve, digo eu murmurando.

 

 

Por Cláudia Moreira

07-05-2012

 

 

 

 



publicado por magnolia às 13:34
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Domingo, 6 de Maio de 2012
Feliz dia para todas as Mães!



publicado por magnolia às 17:49
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Sexta-feira, 4 de Maio de 2012
Importante



publicado por magnolia às 16:01
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Quarta-feira, 2 de Maio de 2012
Quatro Tesouros - Valter Hugo Mãe

 

Ando atrasada na postagem dos livros lidos...mas a verdade é que o tempo escasseia e ainda não se inventou a máquina de fazer tempo!

 

Hoje apeteceu-me falar da ternurinha que é este livro do Valter. O livro é sobre o amor, o carinho e a ternura que uma uma mãe nutre pelas suas filhinhas. As meninas ficam doentes e têm que ir ao hospital mas depois tudo acaba bem, como se quer. Vale muito pena ler e quem puder, comprar, porque a totalidade das vendas reverte a favor do projecto Joãozinho, do Hospital de S. João. Só já não sei se há à venda. pelo que sei esgotou logo nos primeiros dias. Bom, não é? :)

 

 

 

 

Sinopse:

 

O livro "Quatro Tesouros" resulta de um convite da FNAC ao escritor Valter Hugo Mãe e à ilustradora Patrícia Furtado, cuja totalidade das suas vendas reverte a favor do Hospital de São João, para a construção da nova Ala Pediátrica.

A história aqui narrada é fruto de uma visita do autor às referidas instalações e vem reforçar o facto de a saúde ser um dos pilares essenciais para a felicidade e o crescimento da criança.

A obra conta a história ternurenta de uma mãe que acompanha as suas filhas, os seus tesouros, durante os tratamentos hospitalares, mostrando como o amor que as une ajuda à rápida recuperação das três meninas.



publicado por magnolia às 18:08
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...e mais ainda...
Cláudia Moreira

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