Eu gostava tanto de vos contar esta história porque gostei tanto dela...mas depois que graça teria pegarem no livro para a ler?!?!? Assim sendo, deixo-vos a sinopse e a recomendação da sua leitura!
Digo-vos só que é delicioso! E já agora, que este Markus escreve muito bem! E também que o levei comigo para todo o lado até nao haver mais palavras no livro! Ah! E pensem bem da próxima vez que pensarem mal da morte, coitada, que é uma probre trabalhadora que nunca tem uma folga sequer para descansar e todos a querem ver pelas costas... pobrezinha...:)
Sinopse:
Plano Nacional de Leitura
Livro recomendado no programa de Português do 9º ano de escolaridade, destinado a leitura orientada na sala de aula - Grau de Dificuldade II.
Quando a morte nos conta uma história temos todo o interesse em escutá-la. Assumindo o papel de narrador em A Rapariga Que Roubava Livros, vamos ao seu encontro na Alemanha, por ocasião da segunda guerra mundial, onde ela tem uma função muito activa na recolha de almas vítimas do conflito. E é por esta altura que se cruza pela segunda vez com Liesel, uma menina de nove anos de idade, entregue para adopção, que já tinha passado pelos olhos da morte no funeral do seu pequeno irmão. Foi aí que Liesel roubou o seu primeiro livro, o primeiro de muitos pelos quais se apaixonará e que a ajudarão a superar as dificuldades da vida, dando um sentido à sua existência. Quando o roubou, ainda não sabia ler, será com a ajuda do seu pai, um perfeito intérprete de acordeão que passará a saber percorrer o caminho das letras, exorcizando fantasmas do passado. Ao longo dos anos, Liesel continuará a dedicar-se à prática de roubar livros e a encontrar-se com a morte, que irá sempre utilizar um registo pouco sentimental embora humano e poético, atraindo a atenção de quem a lê para cada frase, cada sentido, cada palavra. Um livro soberbo que prima pela originalidade e que nos devolve um outro olhar sobre os dias da guerra no coração da Alemanha e acima de tudo pelo amor à literatura.
foto da minha autoria- vista sobre o Porto - Torre dos Clérigos
Já não é segunda-feira e o ordenado já está na conta, o que é bom mesmo que eu já saiba que não chega a meia missa, tudo por causa dos manuais escolares e as milhentas coisas que é preciso comprar para o início do ano lectivo dos miúdos. O sol fugiu descaradamente e descobri que as minhas mãos estão mesmo mais enrugadas, e não é só a falta de creme hidratante, é mesmo porque estou a ficar velha, mas não faz mal porque a minha amiga M. emprestou-me muitos e bons livros para ler. Dói-me as costas e sinto-me cansada, mas o mais importante é que ontem foi dia de beijos e abraços de filhos lindos e a minha cidade está a ser-me devolvida aos poucos. Não houve aumento pelo quarto ano consecutivo mas tenho bons amigos e para o ano hei-de ir visitar a minha amiga Z. à Polónia e ver as minas de sal e o campo de concentração, mesmo que isso me vá deixar deprimida, o mundo e a História é um todo. O fim-de-semana foi muito bom, aprendi a dizer palavras polacas e vi o Porto da Torre dos Clérigos e agora o gás e a luz vão subir mas isso não me vai deitar abaixo porque não me apetece. Os telemóveis servem para receber mensagens bonitas, mas também para longas conversas complicadas com ex-maridos e isso sim, chateia-me muito. Tenho que ir caminhar para desgastar certos abusos e preciso de férias, mas férias com as minhas crianças, e a pensar nisso e como o dinheiro não abunda, vamos acampar dois dias. Antes isso que horas infinitas no facebook mesmo que o facebook me tenha trazido tantas coisas boas, como bons amigos e assim…
O que escrevi atrás parece ser uma grande confusão, mas não é. É tudo muito a sério. É a vida, e a vida sim, a vida é uma grande confusão.
...o meu ar desiludido sempre que ouço o sinal de mensagem no tlm e é só a Vodafone a dizer que o Sporting vai jogar com a Lazio...ou que a Bolsa de Lisboa isto ou o PPC aquilo.
Caneco. Não se faz isto a uma pessoa tão carente de mimos, não se faz não! Humpfffff...
imagem retirada da net
Esta bela época de veraneio deixa-me sempre mais pensativa em relação a este assunto. Dá-me para observar as famílias que aterram em bandos no areal, que se passeiam na marginal ou que debicam gelados e cervejas nas esplanadas deste nosso Portugal. Não sei como, mas nesta altura do ano as famílias inteiras, vulgo, mãe, pai e filhos e por vezes cão, aparecem em quantidades quase assustadoras cá por fora, tal como os cogumelos crescem no Inverno. Falam alto, gargalham ou passeiam-se orgulhosamente de mãos dadas, de filhos às cavalitas e cão pela trela. E dizem coisas como: “oh mor, olha o menino, pega-lhe ao colo!” Ou: “levas-me o saco, querido?” Ou vê-los passar (a eles) a empurrar o carrinho das crianças e elas, confiantes de que terão a família inteira para toda a vida, empinam o nariz ao passar por mim.
Agora, neste momento, sei que estão a pensar que sou uma grande ressabiadona porque não tenho uma destas famílias completas e que por isso, e só por isso, estou aqui a mandar postas de pescada despeitadas. Desenganem-se. Aquilo ali em cima foi uma forma de vos chamar a atenção para um assunto difícil. Gosto de ver famílias felizes e se penso mais nisso é porque ainda me causa tristeza ter tido que abdicar da minha.
E por causa disso, e mais uma vez, fiz-me a pergunta: qual a família mais feliz, a monoparental ou a disfuncional? Qual o mal menor?
A resposta é difícil. Pensei muito e muitas vezes. Antes do divorcio, durante e depois. Ainda penso. Tento ver todos os prós e os contras e até fiz uma análise swot, que me ensinou um amigo marketeer, para ver se chegava a uma conclusão mesmo, mesmo conclusiva.
Ia mostrar aqui a análise mas desisti. É demasiado grande a quantidade de itens que coloquei nos pontos fortes (do ponto de vista de sozinha) e isso (ainda) me causa tristeza. A minha família não era feliz quando era inteira e só agora, que lhe parti um braço, ficou melhor. É triste perceber que tive que lhe partir um braço para ser um bocadinho mais feliz. Um desmembrado mais feliz. Não é ridículo? Antes, quando era inteira, havia lágrimas e havia tristeza e havia a dúvida do caminho a seguir. E havia um aperto no peito constante. Agora, desmembrada, há alguma solidão, mas em compensação, há uma serenidade que se vê a olho nu. Em todos nós.
Penso nos meus filhos. Eles sabem que fui eu que quis assim. Sei que sofreram. Sei que dei o meu melhor (mesmo podendo não ter sido o suficiente) para manter a família unida. Sei que não me apontam o dedo. Sei que entendem e estão bem. Sei que hoje, passados sete anos, sabem que foi o melhor a fazer.
Nem por isso deixo de sentir a tristeza de quem foi obrigada a partir uma vida a meio. Mas, ponderando tudo, mais vale monoparental do que disfuncional.
Fazer o Caminho de Santiago é uma experiência única e maravilhosa. Já tenho falado aqui sobre o assunto noutros textos e acho que consigo passar o que me vai na alma no momento em que faço o Caminho e nos momentos pós-Caminho.
Hoje vou falar (acho que nunca o fiz, se falei, perdoem-me a redundância) de uma outra forma de fazer o Caminho de Santiago: estar no Albergue e de tentar receber bem quem está em peregrinação.
Antes mesmo de ser peregrina com kms nos pés, já o era de coração. Ia para o Albergue e assistia, feliz e um pouco "invejosa", às conversas sobre os Caminhos que os outros já tinham feito. Eu ouvia e imaginava o dia em que eu mesmo iria pôr os pés ao Caminho. Imaginava como seria e o que sentiria. Comecei por ser hospitaleira no Albergue SPR do Caminho Central Português antes de ser peregrina. Digo isto assim, mas já me garantiram que o meu Caminho como peregrina começou no dia em que desejei fazer o Caminho e me juntei aos voluntários do Albergue. Estar no Albergue no momento em que os peregrinos chegam e precisam de uma palavra amiga e de um sorriso, além do carimbo e de uma cama, é uma outra forma de agradar ao apóstolo. Vê-los chegar, recebê-los, cansados, pés magoados, mas muito felizes por terem chegado ao final da etapa é muito bom. E saber que com o meu sorriso ou com as minhas palavras, muitas vezes poucas por causa da barreira das línguas, faço um pouco de bem ao próximo, faz-me feliz.
O convívio com os peregrinos, oriundos de culturas tão diversas, é muito enriquecedor. Aprendem-se novas línguas, aprendem-se outras vivências e outros costumes, aprendem-se outras formas de ver a vida. E rimos e choramos e emocioná-mo-nos com essas diferenças. Por vezes partilhamos a mesa e esses momentos partilhados jamais serão esquecidos. Uns mais que outros, todos os peregrinos que vão passando por lá ficam na memória.
Ajuda a que seja tão especial que seja este Albergue, porque este Albergue tem um ambiente único. Noutro, seria muito bom poder praticar este voluntariado, neste é simplesmente fantástico. Um dia, se tiverem oportunidade de fazer o Caminho Português, e ao passar lá, irão perceber do que falo.
Sempre que posso passo por lá, mesmo que não seja o meu dia de “albergar” porque me faz bem. Ajuda a esquecer a vida malvada que levamos no dia a dia. Ajuda a perceber que para lá dos problemas ainda há coisas que valem a pena.
Não me alongo mais, acho que já passei a ideia geral. Este fim-de-semana vai ser um desses fins-de-semana especiais. Mesmo sem a minha voluntária pequenina, (que continua no pai) que me costuma acompanhar sempre, vai ser muito bom!
Outras IDEIAS minhas
Ideias de outros que eu gosto de ler
- As conversas são como as cerejas
- As palavras que nunca te direi