Há muito tempo que ando em busca de uma ajuda para os meus males. Quem me lê sabe que sofro muito de cansaço e as dores nas costas são uma "habitué", a tristeza anda sempre a rondar, etc, etc...não vou voltar a dizer aqui o rol de queixas que me assolam.
Os analgésicos, cremes para o reumático, a botija de agua quente e os anti-depressivos têm ajudado mas não resolvem, por isso tomei um caminho diferente: as medicinas alternativas.
Quem me conhece sabe que sou (muito) "alérgica" às agulhas, no entanto, e depois de muita pensar nisso, resolvi experimentar a acupunctura. Não estava convencida dos benefícios da prática mas acabei por me render. Conheço muitas pessoas que praticam e dizem que lhes fez maravilhas. Eu pela minha parte não posso dizer tanto, mas pelo menos no momento em que as tinha espetadas na pele fez-me bem. Relaxei, fiquei com menos dores e pude respirar melhor por alguns dias. Creio que para que funcionasse por mais tempoprecisava de ser mais aberta ao tratamento, no entanto ser céptica ou não se ser não depende da vontade de cada um, é algo espontâneo. No entanto há uma coisa que não posso deixar de dizer e que de certa forma me convenceu: terapeuta conseguiu saber exactamente quais os meus problemas, os físicos e os psicológicos. Como será isso possível? Eu não disse nada, limitei-me a ficar quieta até terminar o exame. Apesar de já ter lido alguma coisa sobre isso continua tudo a ser uma grande mistério para mim.
Mas como disse antes, eu ando à procura da solução e acho que apenas as agulhas não são a solução. É importante lembrar sempre que cada pessoa é um universo diferente de todos os outros universos e como tal as coisas não resultam da mesma maneira para todos. Por isso fui novamente em busca de algo e surgiu a oportunidade de fazer Reiki. Na semana passada fiz três sessões de Reiki. Não vou aqui descrever o que senti para não ser maçadora. mas que senti algo senti e bastou apenas que uma pessoa pusesse as mãos em mim para o sentir. Uma sessão de Reiki é uma coisa boa mesmo para quem não acredita. A terapeuta deixa-nos à vontade, faz-nos deitar numa marquesa confortável, num ambiente tranquilo, conversa com uma voz suave e depois passa todas as boas energias do Universo para o nosso corpo. É como se durante uns momentos estivéssemos mesmo em paz connosco e com o mundo. Depois começamos a pensar nas coisas, na vida, nos sentimentos, nas pessoas e temos realmente vontade de mudar algo na nossa vida. É como se fosse uma chave secreta para abrir o nosso coração e a nossa mente.
Não quero dizer com isto que acredito piamente neste tipo de medicina, mas a verdade é que também não acredito piamente na ocidental. Estou mais do que convencida de que tudo o que ajudar deve ser feito. Tudo o que for positivo na nossa vida devemos receber isso de braços abertos. E basicamente é isso que tenho feito. Curiosamente já há mudanças na minha maneira de ver os problemas. Seja porque funciona ou porque eu acho que funciona não importa. Importa que está a dar frutos e eu tenciono colhê-los!
É fim de noite e o cansaço é muito. Uma mãe chega a casa depois de horas numa fila imensa na escola da filha e pensa que nada melhor para relaxar do que um banho de imersão. Vai daí que enche a banheira e faz a espuma.
Põe música.
Entra na banheira e fecha os olhos. Dois minutos depois.
Eles:
- ahahahha
- eehhehe
- pára! pára com isso!
- ahahahh
- andré pára com isso!!!
- ana!
E eu: meninos! vão dormir!!
E fecho os olhos.
E eles:
- eheheheh
- ahaha
- ihhh
E eu:
- shiuuuuu!
E eles nada de obedecer! Ora o meu dilema era sair do banho para pôr ordem na coisa ou deixar-me estar a ouvi-los na brincadeira tarde da noite! Sair implicava não voltar, ficar implicava estar a ouvi-los a rir quando eram horas de dormir.
Solução? Desistir do banho, limpar a espuma e ir dormir com eles para acalmar a excitação provocada pela risota.
Conclusão:Não é nada fácil relaxar no Reino das Mães Sozinhas!
Este é o segundo livro que leio desta autora e pela segunda vez deixou-me a pensar. Muito. A história é idêntica à história de Columbine. Aqui um rapaz de 17 anos que desde o primeiro dia do jardim-escola foi intimidado, abusado e maltratado, entra um dia na escola com várias armas, mata dez pessoas e fere mais dezanove. Li o livro avidamente e com toda a atenção. tentei entrar na pele de cada uma das personagens, tentei pensar o que elas pensaram, tentei sentir o que sentiram e o resultado não foi bom. Consegui sentir empatia com todos, mesmo com o rapaz assassino. Talvez até mais com ele... Parece-vos estranho? A mim também... Penso que nada justifica magoar ou matar mas a verdade é que não consigo deixar de sentir o coração estrangulado quando penso numa criança indefesa sempre a ser ridicularizada, espancada, a chorar pelos cantos, fugindo, rastejando ao nível do chão para que nem dessem por ela, não podendo sequer fazer queixa na escola porque depois seria pior, chegando a casa e não conseguindo obter ajuda dos pais. Não consigo deixar de pensar na tremenda crueldade das crianças e dos adolescentes. Não consigo deixar de perceber a angustia e a tristeza que ele deve ter sentido até ter entrado naquele estado de loucura que o levou a cometer aquele crime macabro... E depois não consigo deixar de pensar nos pais dos que morreram. Como será viver depois da morte de um filho? Como será pensar que o nosso filho morreu porque era mais popular e talvez mais insensível do que os restantes? Não consigo saber a dor de perder um filho porque só de pensar nisso o musculo que bate dentro do meu peito parece querer implodir, desaparecer. O ar dentro dos meus pulmões congela e o meu corpo paralisa...
Eu sei que a história que li é ficção, mas Columbine não foi ficção nem Virginia Tech e nem Johan Gutenberg e as coisas não acontecem só aos outros... e não consigo ter lido a história e simplesmente pô-la para trás das costas...
Em Sterling, New Hampshire, Peter Houghton, um estudante de liceu com dezassete anos, suportou anos de abuso verbal e físico por parte dos colegas. O seu amigo, Josie Cormier, sucumbiu à pressão dos colegas e agora dá-se com os grupos mais populares que muitas vezes instigam o assédio. Um incidente de perseguição é a gota de água para Peter, que o leva a cometer um acto de violência que mudará para sempre a vida dos residentes de Sterling.
Dos recomeços...
O André começou hoje o 11º ano. A Ana tem hoje a apresentação do DT para o 6º ano. Eu comecei a trabalhar depois de uma semana de férias. O André não foi aos pulos, mas apenas conformado que chegaram o fim das férias e está na hora de voltar à rotina da aulas. A Ana estava ansiosa e ontem à noite já tinha tudo pronto, incluindo a roupa para vestir, é preciso que seja tudo perfeito. E eu esta noite deitei-me com a insónia e mal me tenho de pé e confesso que me apetecia tudo menos trabalhar.
Das férias...
Foram passadas a mudar móveis de sitio (o André diz que me vai ofercer o SIMS que cansa menos!), a caminhar na praia e no campo, a pôr a leitura em dia, a tratar das coisas para o inicio das aulas, a experimentar o Reiki e novas linhas de pensamento e a dormir um pouco mais do que o costume.
Do fim-de-semana...
É estar com novos amigos, rir, aprender história, ir a uma feira medieval, rir, fazer carne assada e strogonoff e jantar com a familia, passear na praia e rir, rir para espantar os males do mundo, provar a queimada e pensar que sabe mal, gostar das coisas novas que estão a acontecer, pensar no passado como passado e aceitar o que ainda não se tinha sido capaz de aceitar, levar a filha a jantar no Albergue e vê-la feliz porque fez novos amigos. Fim-de-semana podia ser muito mais mas foi apenas isto e o apenas isto é tanto que não posso pedir mais nada ...
Da Fábrica de Histórias...
Em cima da hora mas ainda consegui escrever algo para me estrear no segundo ano da Fábrica!
Quando entrei naquela sala não sabia o que me esperava. Não sabia como seria, nem quem lá estaria, nem o que se passaria. Não sabia que iria ser uma noite muito diferente de todas as outras noites dos últimos aniversários da minha vida.
Era o trigésimo sexto aniversário da minha vida e obriguei-me a ir à minha própria festa de aniversário. Estava sozinha e de coração partido. Uma festa era tudo o que não me apetecia, mas quando amigos de sempre nos fazem uma festa de aniversário não podemos deixar de ir. Por isso tentei dar-me um ar mais ou menos decente, pus um vestido bonito e forcei um sorriso na hora de entrar na sala.
Não esperava que a sala estivesse tão bonita e isso aqueceu-me um pouco o coração. A sala estava toda decorada ao estilo dos anos loucos do jazz, como se tivessem transportado uma sala directamente de Nova York para aqui. Um belíssimo piano de cauda ocupava um dos cantos. O banco atrás dele estava vazio esperando ansioso o pianista. Ao lado um homem tocava um solo maravilhoso no violoncelo, pouco mais do que um longo queixume. Apesar da semi-obscuridade da sala pude ver que as paredes tinham quadros com os mais famosos do jazz.
- Parabéns querida!
A minha melhor amiga estava ali para mim, fazendo uso do seu mais belo sorriso, oferecendo-mo sem pedir nada em troca. Ou talvez sim: um sorriso meu. Apenas um sorriso meu. E tudo porque nos últimos tempos esses sorrisos eram escassos. Ela sabia como estava a ser penoso suportar o fim de um breve casamento com um homem que supostamente era maravilhoso mas que se tinha revelado um canalha. Madalena era uma amiga como não havia outra.
Abracei-a e contive uma lágrima. Tinha o coração apertado. Depois todos vieram dar-me os parabéns. Família e amigos vieram abraçar-me e desejar as maiores felicidades e eu já não acreditava nessa felicidade.
- Vais ver que em breve essa dor será passado. Verás amiga…
E sorria.
Depois todos os meus amigos se envolveram em conversas animadas, bebendo champanhe e rindo alegremente. E eu sentia o meu coração prestes a explodir de tristeza. Estava já na segunda metade dos trintas e não tinha conseguido manter a minha relação. Em menos de nada estaria velha e já não teria quem me quisesse….Acabaria sozinha num lar de terceira idade…
- Sara? Sara? Acorda amiga! Estás longe…
Madalena sorria-me. E eu sorri de volta.
- Tenho aqui uma pessoa para te apresentar.
- Madalena, não é uma boa hora…- balbuciei.
Mas tarde demais. Ela já tinha chamado a pessoa em causa. Um homem bonito, jovem ainda, caminhou na nossa direcção e apertou-me a mão suave e firmemente.
- Muito prazer Sara de Almeida.
Eu nem fui capaz de responder porque por breves momentos só consegui olhar para aqueles olhos fabulosamente azuis. Creio que fiz figura de idiota porque dei por mim a vê-los trocar olhares risonhos como se dissessem que eu tinha aberto as asas e voado para muito longe sem os ter levado comigo!
- O prazer é meu…senhor?
- Apenas Gabriel.
E sorriu, mostrando um sorriso sincero e…deslumbrante!
- E já agora muitos parabéns.
- Obrigada.
A madalena tinha desaparecido e eu não sabia bem o que fazer a seguir.
- Eu sou o pianista.
- Ah! Muito prazer! E…não vai tocar?
- Estava apenas à sua espera… Hoje vou tocar apenas para si…
Mesmo sabendo que ele queria apenas dizer que tinha sido contratado para tocar na minha festa de aniversário, a verdade é que me apeteceu acreditar que ele queria mesmo dizer que só ia tocar para mim. Uns segundos depois ele agarrou-me na mão e arrastou-me até perto do piano. Pousou o seu copo e eu deixei-me estar encostada ao piano para não se notar o nervoso. Gabriel começou a tocar e dois segundos depois eu não me lembrava mesmo que estavam ali mais pessoas e achei que ele estava mesmo a tocar só para mim. Depois, mais tarde, bem mais tarde, quando já todos estavam nas suas casas dormindo o sono dos justos, nós continuávamos na sala da festa. Gabriel continuava a tocar para mim e eu continuava a ouvi-lo deliciada. Gabriel não me tinha deixado ir embora, pedindo para ouvir mais uma canção e depois mais outra e mais outra, até que todos já se tinham ido embora vencidos pelo cansaço.
Foi então que ele me puxou para o lado dele, fazendo-me sentar no minúsculo banco de pianista. Agarrou-me na mão e levou-a às teclas do piano, a mão dele sempre por cima da minha. Tocamos algumas notas ao acaso…
- Sabias que és linda Sara de Almeida?
Escondi os olhos envergonhada.
- És mesmo! E vou tocar uma canção para ti e só para ti.
E tocou e eu gostei tanto. E depois não fui capaz de sair dali. E por isso quando Gabriel tocou as ultimas notas e tirou as mãos do piano eu ainda estava ali. E por isso ele pôde beijar-me porque eu estava tão perto. E por isso é que nem fomos para casa naquela noite e em vez disso fomos ver o nascer do sol no telhado do prédio. E depois fomos tomar o pequeno-almoço e depois ficamos juntos para o resto das nossas vidas.
Madalena, uns dias depois da festa perguntou o que me tinha acontecido. E respondi tão prontamente que ela não duvidou da sinceridade da minha resposta.
- Apenas uma canção…
Nestas minhas férias não preciso de um bikini e toalha....mas sim de um guarda-chuva!!!!!! bah!
Hoje recebi um telefonema (nem percebi bem de onde) que me pedia um donativo para uma causa. Eu, infelizmente, não posso ajudar grande coisa (já ajudo outras instituições e o dinheiro não estica) por isso pedi logo que não perdessem tempo. Fiquei espantada quando me disseram que entendiam, mas que tinham mais um pedido a fazer. Eu parei um segundo e perguntei no que poderia ajudar sem ser com dinheiro. Pediram-me simplesmente que fizesse publicidade ao blog onde a familia da Ana Catarina explica toda a situação pela qual a menina está a passar e o que fazer para ajudar. Posto isto cá está o link para o blog e se puderem ajudem...como se costuma dizer onde todos ajudam nada custa.
Blog da Ana Catarina:
...vestir o fato...
...está na hora de ir à luta, de destruir e enterrar os meus Monstros*!
*monstros=problemas, contas e quejandos.
Esta manhã ao entrar no NetBanco percebi que tinha pago mais 105,00€ da prestação da casa e fiquei sem chão. O dinheiro é sempre curto, mas em Setembro é preciso ser artista de circo para conseguir comer até ao fim do mês. Agora já nem sei como vai ser. A consulta no dentista que tinha marcado para mim terá que ser adiada e vamos ter que ser muito (mesmo muito) comedidos nos gastos.
Isto já não devia mexer com o meu sistema nervoso, uma vez que a minha vida nunca foi fácil. Mas mexe. E muito. E não sei como aguentar muito mais tempo esta vida de nunca saber se vou conseguir pagar as contas todas, manter dois empregos e apertar o cinto até ser quase impossivel respirar. E estou exausta.
A casa está à venda. Quase não compramos roupas e a comida é comprada quase de forma racionada. As idas ao cinema são raras e as festas (como a beach party) só com convite. Os miudos tem direito a gelado em dia de praia e um carregamento de telemovel por mês. Não sei que mais posso fazer poupar. Vivemos com o conforto minimo exigido para qualquer ser humano. É pedir muito que o possamos manter??
E pelo segundo ano consecutivo não tive aumento....:(
Agora sei que muitos pensarão que há quem esteja pior....Eu sei, eu sei que há, e nunca deixo de pensar nisso. Mas cada um sente as suas dores...e há momentos que me sinto cansada da luta diária e me apetece desabafar...
Não gosto lá muito das listas. Listas de compras, listas de coisas a levar, listas de coisas a fazer, whatever. Não sei porquê, nem sei se quero saber. Não gosto de as escrever. Nunca escrevo tudo, fica sempre algo de fora. Depois, também nunca cumpro tudo, não porque não seja uma pessoa cumpridora (até sou muito responsávelJ), mas porque a vida nunca nos dá certezas de podermos cumprir um plano. E quando digo nunca, é mesmo nunca! ‘maneiras que as listas me fazem comichão.
Mas a memória já não é o que era e começo a pensar que efectivamente uma listinha ou outra não me ia fazer mal nenhum. Podia começar pelas do super, assim nunca chegava a casa sem o papel-higiénico ou a água, ou então pelas listas do afazeres diários, talvez não me escapasse esta ou aquela tarefa…
Mas a verdade (who am I trying to cheat?) é que escrever uma lista de coisas a fazer obriga-nos a pensar nelas, a investir tempo nos planos para as executarmos. Deixa de haver desculpas por causa da memória que é fraca e não tivemos culpa que não nos viesse à ideia. Fica ali a prova irrefutável que tínhamos coisas para fazer mas a inércia levou a melhor. Pior, depois de escritas num papel fica o tempo e o mundo e nós próprios como testemunhas que depois nos vão perguntar que esforço fizemos para tornar os nossos sonhos realidade….Esta sim, é talvez a verdadeira explicação para não escrever listas de sonhos… Até agora eu tinha tempo porque era jovem e podia ir dizendo muitas vezes “um dia faço” a cada vez que me lembrasse de algo…
…mas agora o tempo começa a escassear… Não sei, mas posso muito bem estar na segunda parte da minha vida ou até mesmo já pertinho do final. É coisa que nunca saberei. Mas é certo que, mais ano menos ano, estarei definitivamente na segunda metade da vida por muito tempo que dure.
Talvez seja hora de fazer algumas coisas listas simples, coisas para fazer antes de morrer, a ver se algumas das coisas que quero fazer se cumprem antes de me mudar definitivamente para a pequena casa de cimento de 2x1.
Outras IDEIAS minhas
Ideias de outros que eu gosto de ler
- As conversas são como as cerejas
- As palavras que nunca te direi