...uma barata tonta!!!
Mais morta que viva! Não se admirem se um dia vos chegar o convite para o funeral!!!!! :P
imagem retirada da net
...tudo parece correr a uma velocidade estonteante impossivel de acompanhar. Todas as pessoas caminham apressadas como se estivessem atrasadas para alguma coisa. Ninguém pára para dizer bom dia como se isso lhes fosse roubar anos de vida! os telefones tocam sem licença de ninguém e exigem ser atendidos rápidamente! os trabalhos pendentes nas secretárias parecem descansar silenciosamente, mas quando se olha bem gritam desalmadamente que precisam de atenção. As casas parecem sofrer de uma doença icurável chamada falta-de-tempo. Os carros precisam de atenção constante e precisam de ser alimentados vezes infinitas com riscos de se rebelarem e recusarem cumprir a sua missão.
os dias precisavam de adquirir mais horas e as horas mais minutos. está sempre na hora de qualqer coisa. O despertador toca sempre demasiado cedo. O tempo que se demora a mastigar é demasiado e roubado. Já quase não se tomam banhos demorados. já não há cor nem abraços nem doce de morango. Já nada é como era antes...
No estranho mundo de Magnolia já não há descanso, nem esplanadas com sol e livros na mão, nem passeios pela beira-mar, nem caminhadas no campo, nem tardes no sofá, nem chá na varanda, nem banhos de espuma, nem noites de cinema e pipocas, nem lutas de cócegas, nem cozinhados demorados, nem jantares com amigos....nem nada do que havia antes...
Instalação Poética Entre o livro e a Liberdade
Porque é importante lembrar o que é importante. Porque é importante não baixar os braços. Porque é importante que todos participem. Porque é importante a poesia. Porque é importante a liberdade. Porque é importante que as palavras e as acções se juntem e façam a diferença.
Eu estarei lá presente em três poemas. É humilde a minha participação, mas veio de dentro do peito!
se eu gosto e ele gosta são muito caras.
se eu gosto e são "baratas" ele não gosta.
se ele gosta e eu gosto e são "baratas" não há o número dele.
depois de seis lojas e alguns suspiros profundos voltamos para casa de mãos a abanar.
nota breve: ela conseguiu ver pelo menos cinco pares que adorou e até não eram caras, mas não era a vez dela!
Ouvia-se perfeitamente o som alto da música que saia do carro. De resto o silêncio era absoluto e nem sequer os dois ocupantes do carro virado ao contrário davam sinais de vida. As rodas tinham parado de rodar no ar. A porta estava aberta e dela saia um braço inerte. Do outro lado um rosto ensanguentado estava colado ao vidro fechado que não partira. O acidente tinha sido aparatoso e fatal. Havia óleo na estrada e o condutor não tinha conseguido segurar o carro na curva. O resultado tinha sido uma violenta queda pela ravina de cerca de vinte metros. Primeiro ouviu-se os gritos dos dois jovens ocupantes do carro, depois o primeiro embate nas rochas, depois outro e por fim a queda final no fundo da ravina. Depois, silêncio.
****
Ela estava na cozinha entretida a cortar os legumes para a sopa. Na televisão um absurdo programa de entretenimento debitava gritinhos estridentes de alguma aborrecida apresentadora da moda, mas ela não estava a prestar atenção. Creio mesmo que trauteava uma das musiquinhas de momento que tinha vindo a ouvir na rádio local. Estava cansada, ma agora aliviada. Finalmente estava livre de um trabalho que a oprimia. Tinha sido capaz de dizer basta. E já deveria ter sido capaz disso há muito tempo, mas o seu feitio cândido nunca lhe tinha dado coragem para tal. Depois disso pegara no carro com a intenção de voltar para casa. Conduziu até perto do inicio da montanha que atravessava todos os dias e parou.
“ E se hoje não fosse por aqui? E se hoje fosse pela beira-mar?”
Todos os dias durante dez anos tinha feito aquela estrada para voltar para casa depois do trabalho. Conhecia-a como a palma da sua mão. Ir pela beira-mar era muito mais longe.
“Não. Tenho tanto que fazer em casa e o carro tem pouca gasolina. Vou pelo sítio do costume.”
Mas apetecia-lhe tanto ver o mar. Imaginou a estrada quilómetro a quilometro ate casa pela montanha e torceu o nariz. Não queria ir por ali hoje. Não queria. Por muito que a razão lhe dissesse para ir pelo sitio de sempre a verdade é que algo lhe dizia para não ir.
“Micas Maria, ganha juízo! Que coisa. Que vais agora fazer pela beira-mar? E logo hoje que ficas sem emprego e vai ser preciso poupar muito!”
Pôs o carro a trabalhar e começou a subir a estrada. O arvoredo deixava passar um ou outro raio de sol, mas em breve iria estar escuro porque já passava das seis da tarde. Um quilómetro à frente fez inversão de marcha e voltou para trás. Sentiu-se aliviada por ter tomado aquela decisão e nem percebeu porquê. Riu-se de si própria e achou-se uma perfeita idiota.
“Estou a ficar tonta com a idade é o que é!”
Depois em casa, tirou os sapatos calmamente, verificou a caixa de emails que mais uma vez estava cheia de porcaria e spam. Depois pôs o avental e dispôs-se a fazer o jantar. Teria visitas nessa noite. Um casal de amigos viria jantar com ela. Ligou a televisão para lhe fazer companhia e nem se importou qual era o programa.
A água já fervia na panela quando ouviu o locutor do jornal falar numa notícia de última da hora. Olhou para a televisão e algo lhe chamou a atenção. Pegou no pano da louça e ainda a limpar as mãos encostou-se à mesa da cozinha, atenta.
“… Temos um repórter no local que nos vai dar agora conta de como tudo se passou. Posso no entanto adiantar que os dois ocupantes da viatura acidentada faleceram a caminho do hospital.”
A imagem mostrava uma parte da estrada por onde tinha passado todos os dias nos últimos dez anos. Ela precisou de se sentar para não cair enquanto ouvia descrever o acidente e a hora a que se deu. Uma ideia passava-lhe pela cabeça de forma brutal. Ela deveria ter passado ali. Ela deveria ter passado ali naquela hora. Podia ter sido ela. Podia ter sido ela a cair naquela ravina. A ideia fez com que todo o seu corpo perdesse as forças. Se não estivesse sentada teria caído. Lembrou-se de não saber a razão de não ter querido ir por ali. Algo a tinha feito voltar para trás quando já estava a caminho. O que teria sido? Não sabia. Intuição? O sexto sentido de que todos falam? Não sabia. Sabia que aquela vontade repentina de ir pela beira-mar a tinha salvado de uma possível morte. Sabia que algo a impelira a voltar. E isso tinha feito toda a diferença. Por muito que pensasse não conseguia entender, mas não importava. Não importava. Importava que não tinha ido por lá. Tinha pena do casal que tivera a má sorte de passar ali aquela hora, mas não podia deixar de sentir um grande alívio por não ter sido ela. De uma coisa ela estava certa: a próxima vez que algo dentro de si lhe dissesse não vás, ela não iria.
Texto de ficção escrito para a fábrica das histórias por Cláudia Moreira
....de ti...
é certo que não sabes o que me vai na alma. é certo que não me ouves chorar pela noite dentro quando a saudade dói. e sei também que não notas as borboletas que esvoaçam loucas no meu estômago quando te encontro. e é possível que nem percebas que quando te olho nos olhos as palavras me fogem da boca para um lugar onde não sou capaz de as encontrar. depois, assim de mansinho procuro o teu rosto e fico calada, muda pela tua beleza simples e pelos teus olhos doces. sei que não queres ser doce, mas és. de que outro tipo de pessoa teria eu saudades? a tua mão tão perto da minha é uma tentação demasiado forte e tenho que me forçar a uma imobilidade total para não ta agarrar, não a levar aos lábios, não a beijar muito e não a deixar presa dentro das minhas. depois viro a cara e evito olhar-te porque os teus lábios contêm chamamentos ferozes. quem me dera beijá-los... com paixão.
ridícula saudade de alguém que não se teve nos braços. absurda saudade de alguém que não nos ama. patética saudade de alguém que não nos dá valor. poética saudade de alguém que sentimos amar...
talvez um dia...estes sentimentos acabem....ou talvez um dia já não seja preciso que acabem...talvez um dia...o futuro está tão longe...vou deixá-lo chegar...
texto de ficção...ou talvez não:)
Pois é. Nova aventura! Tirar o F.P.I.F.****!!! Já há algum tempo que andava a equacionar tirar este curso e agora finalmente comecei. Posso desde já dizer que estou a adorar! Não só porque estava cheia de vontade de voltar a ter aulas e aprender e socializar e mais todas as coisas boas que resultam de ir a uma formação/aula. Posto isto, é só para vos dizer que o mais certo é aqui a casinha andar um bocadinho desleixada, cheia de pó e teias de aranha. Vou tentar passar aqui de vez em quando para passar um paninho e uma esfregona:))
Nota importante: eu vou sempre ler os vossos blogs, mesmo que o faça em silêncio, ok?
****Formação Pedagógica Inical de Formadores
Porque é que que nos apaixonamos pela pessoa que sabemos que não se vai apaixonar por nós?
Porque que é que só adoramos comer coisas altamente calóricas?
Porque é que o que nos diverte são as anedotas em que alguém se humilha ou se engana?
Porque é que casamos com alguém que amamos e depois do divórcio passa a ser um estranho?
Porque é que nos rimos sempre quando alguém dá um tombo?
Porque é que nos apetece tanto dormir sempre depois que o despertador toca?
Porque é que quando temos sol suspiramos por uma lareira e quando temos frio sonhamos com os bikinis?
Porque é que quando temos que andar estamos cansados e quando não estamos estamos agarrados a uma secretária?
Porque é que todos os sitios que gostariamos de visitar são sempre a milhares de km de distancia?
Porque é que estamos sempre a desejar que o tempo passe e depois queixamo-nos que já passou?
Porque é que tenho tantas perguntas às quais ninguém me consegue responder???
Não foi fácil. Não foi mesmo nada fácil. As lágrimas corriam-me ligeiras pela cara sem que as conseguisse deter. No peito o aperto de uma tenaz. Mesmo assim tive que o dizer. Era preciso escapar daquela vida de cheiro fétido e começar tudo de novo. Era preciso ganhar coragem para um novo recomeço onde o sol fosse capaz de brilhar. Estava farta daquela vida de medo e angústia. Os últimos anos tinham sido passados a sofrer por causa daquele homem. Tudo tinha começado alguns dias depois do casamento. O homem por quem me apaixonei era um homem de má índole. De inicio eu não queria acreditar que me tinha enganado tão redondamente sobre o homem que escolhi para marido. Eu amava-o muito e sofri como nunca esperei sofrer no dia em que me bateu pela primeira vez. Foi como se me tivesse arrancado o coração do peito a sangue frio. Foi como se me tivessem arrancado a pele, centímetro a centímetro sem qualquer piedade. Depois atirou as culpas para os dias difíceis e para o álcool a mais e passou. Mas em breve a historia se repetiria. E repetiu-se muitas e muitas vezes. E nem eram precisas desculpas. Eu vivia aterrorizada e não sabia o que fazer. Queria libertar-me mas ao mesmo tempo não queria. Tinha medo dele e de não saber viver uma vida sozinha. Nunca tinha vivido sozinha. Tinha saído de casa dos meus pais menina directamente para a casa do meu marido. Durante o casamento ele nunca me tinha deixado tomar conta da minha própria vida. Hoje sei que ele o fazia para não me dar armas para lutar contra ele. Não queria que eu soubesse ser independente. Depois, um dia, comecei a pensar que talvez eu fosse capaz de viver sozinha, de tomar conta da minha própria vida. Pensei muito e ganhei coragem. Só faltava dizer-lhe. Só faltava encarar aquele rosto maldoso e dizer-lhe que queria o divórcio. Tive esperanças que talvez fosse possível divorciar-me e recomeçar uma vida ali, perto dos meus pais. Mas ele não aceitou bem o facto tal como eu já previa. Esbracejou como um afogado, depois vociferou como um condenado e por fim, ao ver-se encurralado pela situação e sem conseguir obrigar-me a mudar de ideias fez de mim um saco de pancada, mais uma vez. Foi então que admiti que não haveria qualquer hipótese de começar uma nova vida ali, perto daquele ex marido agressivo e possessivo. Teria que recomeçar uma vida do zero, longe, o mais longe onde fosse possível chegar.
De madrugada fiz um saco com roupa e alguns objectos pessoais. Depois olhei em volta para a casa que eu construi e decorei com as minhas próprias mãos e despedi-me. Não levava saudades no peito. Tinha passado ali, entre aquelas paredes, algumas das piores horas da minha vida.
Já na rua respirei fundo. Certifiquei-me que não era seguida e avancei calmamente para o carro. Depois o barulho do motor do carro foi uma libertação. Estava pronta para recomeçar.
Depois, quando já o sol ia alto, comecei a pensar no que fazer. Não tinha nada planeado e era preciso um plano. Não um plano complicado, nada a longo prazo, apenas um esboço do que iria começar por fazer numa vida completamente nova. Era preciso saber por onde começar.
Continuei a fazer quilómetros até me sentir longe o suficiente, segura o suficiente, serena o suficiente. Precisava de reaprender a capacidade de respirar normalmente. Depois o pôr-do-sol estava tão bonito que o segui. Sai da auto-estrada e conduzi por estradas secundárias até avistar o mar. Uma pequena vila piscatória aparecia ao meu lado direito emoldurada pelo mar e pelo céu ardente de um fim de tarde de verão. Tudo estava perfeitamente tranquilo. Sai do carro e caminhei até à areia. Descalcei-me e fui molhar os pés cansados. A água fria provocou-me um arrepio na pele mas soube imensamente bem. Já não estava quase ninguém na praia. O sol estava quase a chegar à linha do horizonte e em breve desapareceria. O céu parecia uma pintura e no ar ainda podia sentir o cheiro a bronzeador. Senti-me em paz pela primeira vez em muitos anos. Senti-me renovada. Sabia que tinha um longo e difícil caminho pela frente. Sabia que não tinha dinheiro nem emprego. Sabia que seria preciso muita força para levar avante aquele recomeço sem sucumbir. Mas tive esperança e acreditei que seria possível. Pela primeira vez respirei profundamente e sorri. Desejei viver. Desejei ser feliz. E seria ali. Tinha a certeza que seria ali. Já me conseguia imaginar a viver por ali numa pequena casa caiada de branco que teria uma janela com cortinas brancas e que quando uma brisa as fizesse voar elas me deixaram ver um mar azul e imenso. Sim, tinha a certeza disso. Seria feliz ali.
Texto de ficção escrito para a fábrica das histórias por Cláudia Moreira
Outras IDEIAS minhas
Ideias de outros que eu gosto de ler
- As conversas são como as cerejas
- As palavras que nunca te direi