posso dizer, que ia pelo caminho ansiosa para saber o que se passaria por lá. uma coisa chamada quintas de leitura, num lugar cheio de gente (à pinha mesmo) e que tinha como titulo o nome explosivo de "a bomba".
depois de um momento de dança contemporanêa, chegaram as palavras ditas por vários diseurs experimentados. elas eram as mais importantes, as palavras que contavam uma história sobre os homens, sobre Deus e até sobre Mário Cesariny. quem as agrupou da maneira especial e bonita como as ouvimos...
.... foi valter hugo mãe, escritor afamado vilacondense, que acabou de editar o seu mais recente trabalho, "a fábrica de fazer espanhóis". depois de o ouvir, fiquei a com a certeza que além de ser um escritor talentoso também é um ser humano especial. na sua curta intervenção fez-nos rir, pensar e eu tenho de confessar que soltei uma lagrimita no momento em que falou do livro e portanto do pai com tanta emoção.
gostei muito da nova experiencia. tenciono repetir sempre que me for possivel.
ps: as fotos roubei-as todas da net
imagem retirada da net
...prisioneira dentro de uma vida vivida de forma mecânica, acorrentada por normas e exigências de uma sociedade que só aceita o que é politicamente correcto, mesmo que por trás se faça tudo menos o que é correcto, mas que está sempre com o dedo apontado a julgar...
e nada como um destaque do sapinho para animar um dia terrivelmente cinzento! obrigada a toda a equipa sapo!
aos novos transeuntes, sejam bem-vindos!!
a máquina de fazer espanhóis é o novo romance do escritor valter hugo mãe. ainda não o tenho, mas conto ter um belo exemplar, autografado pelo próprio no dia 11-02-2010, dia da apresentação oficial da obra no porto!
entretanto já está à venda numa livraria perto de si:)) se o vir, ao livro claro, não hesite em trazê-lo consigo!!
sinopse:
Esta é a história de quem, no momento mais árido da vida, se surpreende com a manifestação ainda de uma alegria. Uma alegria complexa, até difícil de aceitar, mas que comprova a validade do ser humano até ao seu último segundo. a máquina de fazer espanhóis é uma aventura irónica, trágica e divertida, pela madura idade, que será uma maturidade diferente, um estádio de conhecimento outro no qual o indivíduo se repensa para reincidir ou mudar. O que mudará na vida de antónio silva, com oitenta e quatro anos, no dia em que violentamente o seu mundo se transforma?
...conheci um sitio fantástico
...tive uma lição de história
...a aprendi coisas novas super interessantes
....e também me fartei de trabalhar no part-time...
...estou semi-morta!
imagem retirada da net
Quando o despertador me acordou eu não imaginei tudo o que iria acontecer naquele dia. Antes pelo contrário, imaginei mais uma monótona segunda-feira no escritório, onde o curso das rotinas seguiria sem qualquer alteração. Só este pensamento me fez fazer uma careta. Como detestei sempre a rotina e as coisas normais! Mas fui obrigada a saltar da cama, tomar banho rapidamente e sair para a rua, porque não queria de todo chegar atrasada logo à segunda-feira.
Na rua não vi o meu carro no sítio do costume e assustei-me. Depois lembrei-me que o tinha deixado em frente ao restaurante onde tinha jantado na noite anterior. Não o tinha querido trazer devido aos dois copos de champanhe que tinha bebido em brindes sucessivos aos amigos que casariam dali a poucos dias. Por isso aproveitei boleia do Jorge e deixei o carro no restaurante.
Já tinha a mão levantada para chamar um táxi quando vi o Jorge. Jorge é o meu namorado e gosto de pensar que um dia será meu marido. Sei que fiz uma cara estranha porque ele riu-se e fez-me sinal para entrar. Explicou-me que me daria boleia para o escritório uma vez que sabia que eu estava sem carro. Fiquei contente porque já estava ligeiramente atrasada e se tivesse que esperar pelo táxi seria bem pior.
Foi mais ou menos dez minutos depois que me apercebi que não estávamos a caminho do escritório. Fiquei aflita, mas o Jorge mandou-me calar com um sorriso encantador. Desarmou-me, sem contudo me deixar tranquila. Mais um minuto e eu voltámos a tentar falar, mas mais uma vez ele voltou a mandar-me calar com um shiu ruidoso e um erguer de sobrancelhas engraçado. Por esta altura já estávamos a entrar na auto-estrada e eu a pensar que o meu atinadinho namorado tinha perdido a cabeça de vez! Suspirei e tentei perceber o que se estaria a passar ali. Jorge continuava a sorrir como se nada do que estava a acontecer fosse estranho. Eu confesso que naquela altura já estava seriamente preocupada. No entanto não quis parecer histérica e a com a voz mais calma do mundo tentei perguntar novamente o que se estava a passar. Mas o Jorge continuava alegremente misterioso, o que me estava a incomodar ainda mais. Isto nem sequer era do feitio dele! Costumava ser sempre tão certinho e responsável…
Foi mais ou menos por essa altura que saímos em direcção a Aveiro e eu já muda de aborrecimento e preocupação deixei-me ir sem refilar. Estacionamos perto da ria e ele convidou-me a sair. O tempo estava ligeiramente encoberto sem estar no entanto desagradável. Ele deu-me a mão a sorriu. Creio que lhe estava a dar um certo gozo a minha cara de aflição. Caminhamos em direcção à ponte pequena mesmo no centro da cidade, mas antes de lá chegar paramos perto de um dos moliceiros. O colorido barco estava enfeitado com grinaldas de flores frescas e o dono do barco fez-me sinal para entrar. Eu cada vez entendia menos. A que propósito é que haveríamos de passear num moliceiro a uma segunda-feira de manha cedo? Estava absolutamente atónita com tudo o que estava a acontecer. Entramos no barco os dois e o comandante da pequena embarcação manobrou-a com destreza para o meio da ria. Andamos uns metros calados embora eu tivesse mil perguntas para fazer! E ele sempre de sorriso colado na boca…
Foi então que os vi a todos dentro de um outro moliceiro cheios de grinaldas de flores. Uns metros à frente estavam dez ou doze dos nossos amigos que tinham estado no jantar da noite anterior. Bateram palmas à nossa chegada e eu não consegui articular nenhuma palavra. Estava estupefacta!
- Querida…queres casar comigo?
Sem eu dar conta ele tinha tirado um anel do bolso. Um belíssimo anel de noivado!
- Então meu amor? Não dizes nada….
Eu não conseguia. Estava aflita, admirada, feliz, preocupada, num misto de sentimentos que não conseguia controlar.
Depois disse sim. Claro que disse sim. E depois, bem mais tarde, Jorge explicou-me que depois do jantar de noivado dos nossos amigos só conseguiu pensar em pedir-me em casamento e viver comigo para sempre. Depois tomou a decisão que não podia esperar nem mais um dia e por isso tinha passado a noite em claro a preparar tudo. Tinha ido falar com os donos dos moliceiros, tinha tido que arranjar maneira de conseguir um anel de noite, e ainda de arranjar forma de eu não precisar de ir trabalhar nesse dia. Foi uma grande corrida contra o tempo, mas a verdade é que contra todas as expectativas ele conseguiu pedir-me em casamento. E eu aceitei. E casamos. E posso dizer que somos felizes…e que nunca esquecerei aquela segunda-feira que supostamente era uma segunda-feira como outra qualquer…
Texto de ficção escrito por Cláudia Moreira para a Fábrica de Histórias.
Acabei ontem à noite este livro fantástico escrito por uma pessoa também ela fantástica. Paulo Malekith Rema escreve de uma forma pouco comum, mas emocionante e maravilhosa. Aborda assuntos importantes para todos nós de uma forma que poucos conseguem fazer, levando-nos a interiorizar as ideias que transmite. Eu já era uma seguidora incondicional da sua escrita no blog, agora, depois de ler o livro, mais fiquei. É uma pena que entretanto o livro esteja esgotado. Faço votos que voltem a editar e o ponham à vendas. Há muita gente a perder por não ter acesso a esta emocionante obra.
imagem anónimamente roubada na net
Ao anónimo:
obrigada por me ligar a todas as horas do dia e da noite, assim sei sempre que há alguém a pensar em mim.
obrigada por me fazer gastar consigo tantos momentos preciosos a pensar na sua anonimidade, assim evito de pensar tanto nos outros problemas.
obrigada por me acordar tantas vezes durante a noite, assim sempre posso acompanhar os episódios todos do csi que passa tarde e a más horas na sic.
obrigada por me fazer andar a olhar para toas as pessoas com atenção a ver se o descubro, com isto tenho visto coisas que nunca tinha visto antes, nomeadamente gente girissima.
obrigada por tudo e já agora fique a saber que até já acho que me estou a afeiçoar a si, afinal já comunica comigo há tanto tempo, que já faz parte da minha vida não é?
e agora....depois da ironia....veja se ganha juizo!
Desde sempre tive a mania de guardar coisas. Comprei várias caixas de vários tamanhos e feitios e cores e baptizei-as com o nome de caixas das tralhas.
É claro que não são tralhas, são recordações, memórias na forma de objectos, pedaços de mim. Passa-se muito tempo que nem sequer lhes toco, mas o facto de ali estarem sossega-me, deixa-me tranquila porque sei que aquela parte do meu passado continua a pertencer-me e não me irei esquecer dela quando a idade me começar a atraiçoar. Ninguém me pode roubar estas memórias.
Ontem estava a arrumar o armário onde guardo parte dessas caixas e uma dela caiu-me no chão, abrindo-se e espalhando parte do seu conteúdo. Baixei-me para começar a apanhar as coisas e arruma-las no sítio, mas em vez disso sentei-me no chão e comecei a pegar em cada uma das coisas com um cuidado quase religioso, a ver se tudo estava intacto e ao mesmo tempo obedecendo ao chamamento irresistível de lembrar o passado.
Naquela caixa guardo todas as coisas especiais que fizeram parte duma parte especial da minha vida: o meu primeiro grande amor.
Dentro da caixa repousam bilhetes de comboio das viagens que fiz para o ver, antigas cassetes de música que só ele ouvia, cadernos cobertos de palavras a contar histórias, sentimentos, emoções e pequenos nadas que eram tudo naquela altura. Eu não devia ter mexido na caixa, eu não devia ter sequer ido ao armário sabendo que podia ver a caixa, porque a verdade é que eu já sabia como ia terminar a noite.
Confesso que sempre que mexo nas caixas das tralhas fico deprimida e por isso deveria evitar mexer nelas, mas de vez em quando o apelo é demasiado forte. É como se a minha mente, inconscientemente, me levasse até ela, como se fosse vital não deixar morrer estas memórias. Memorias que contam a minha vida, que contam como cresci, como me tornei mulher.
A história terminou mal. Sofri. Chorei. Sofri muito. Chorei. Não pudemos ficar juntos. Eu era demasiado nova e ele muito mais velho. Eu era demasiado inocente e ele tinha demasiado a perder. Eu era pobre e ele não. Eu era apenas uma menina com ânsias de ser mulher que adorava um homem que não me podia fazer feliz.
Peguei nas coisas do chão, uma a uma, com muito cuidado. Um soluço preso na garganta e os olhos a arder. Bastava apenas um click para despoletar um manancial de lágrimas.
Estranho. Tantos anos se passaram, tantas rugas na minha cara, cabelos brancos na minha cabeça e ainda me fazia sofrer. Já não há amor. Apenas uma mágoa profunda que continua a fazer-me sofrer. Apenas um reviver de uma situação que doeu. Sofrimento. Dor. Frustração. Paixão. Amor. Tanta coisa. Ficou tudo dentro de mim. Ficou a marca indelével de um grande amor.
Coloquei a tampa na caixa, guardei-a no armário. Limpei as lágrimas. Fechei a porta. Virei as costas e ergui a cabeça, afinal as memórias são muito importantes, mas a vida é agora.
Outras IDEIAS minhas
Ideias de outros que eu gosto de ler
- As conversas são como as cerejas
- As palavras que nunca te direi