imagens retiradas da internet
...a modos que proibida de chamar "princesa", "bebé", e outros nomes assim fofinhos à minha fofinha.....
E quem foi que me proibiu, quem foi? A própria princesa!!!!
E agora a quem vou eu chamar essas coisas todas? E beijocar muito? E apertar as bochechinhas fofinhas? E ouvir chamar mamã?
Pois é...é oficial...já não tenho bebés lá em casa. Agora estão os dois na fase da transformação de miúdos para graúdos, de patinhos feios (bonitos) para cisnes... Eu sei que é a lei da vida, mas custa vê-los partir assim aos poucos....cada dia um pouco mais independentes, cada dia um pouco mais longe de mim... e o pior é que sei que já não está muito longe o dia em irão partir de verdade, cada um para a sua vida de adultos, cada um para o seu futuro...
...quando me dizem que nem me conheciam porque "estou mais gordinha"...
Eu gosto de escrever aqui. Dá-me prazer escrever coisas inventadas, coisas que só eu consigo ver. Dá-me gozo pegar nas palavras, juntá-las, brincar com elas. Inventar com elas coisas novas, ideias novas, histórias novas.
Escrever. Eu gosto de escrever. Não importa se escrevo bem ou mal, não importa se muitas ou poucas pessoas me vão ler. Escrevo e só isso importa.
A quem perde tempo a ler-me: muito obrigada! Voltem sempre, é uma casa de gente pobre mas é sempre um prazer recebê-los cá!
Obrigada
imagem retirada da net
Enquanto caminhava pela minha rua saboreando cada lembrança, sentindo cada pedra do chão debaixo dos pés, deixando-me impregnar pelos cheiros tão familiares e relembrado tudo, tudo, semi-cerrei os olhos e imaginei que o vi aparecer ao fundo da rua.
E ele vinha devagar, marcando bem cada passo. Não lhe vi o rosto. O crepúsculo envolvia-o fazendo-o parecer um ser feito de luz e de sombras, um ser quase irreal. Depois, conforme os seus passos o traziam para mais perto, percebi que pouco tinha mudado desde a última vez que o tinha visto. Pude perceber que continuava a usar as mesmas calças largas de caqui, as mesmas camisolas muito usadas, a barba por cortar, sem no entanto o fazer parecer mal, mas sim dando-lhe um ar de desleixo atraente. O cabelo ondulado estava agora cortado mais curto. Depois vi os olhos e afundei-me neles, como sempre tinha acontecido em outros tempos. Afundei-me nos sues olhos líquidos, como se fosse no mar. Deixei-me cair novamente.
Estava perto de mim e não era um sonho. Era real. Ele estava ali e não disse nada. Olhava-me
Olhava-me e eu tomei consciência do meu próprio corpo. Senti tristeza porque me vi gorda e feia. Corei. Tive vergonha e corei.
Desci os olhos até aos meus pés. Olhei-me mesmo a sério e de repente tomei consciência das diferenças. Muitos anos tinham passado. Já não era jovem. Já não era bonita. Já não era magra. Um espelho gigantesco e imaginário à minha frente e via-me toda. Os cabelos tratados mas definitivamente com menos brilho. As roupas clássicas a substituírem a roupas simples e leves de menina. As pernas mais grossas a aparecerem abaixo de um saia-casaco escuro. As mãos. As minhas mãos a ficarem enrugadas, manchadas. Depois o rosto. O meu rosto de menina transformado num rosto cansado. Rugas no canto dos olhos, nos cantos da boca. A pele baça e saturada da vida. Os olhos claros mortiços. Estava velha.
Olhei-o de novo e vi um sorriso gaiato nos seus lábios. Os dentes brancos e perfeitos.
Senti saudade.
Olhei para mim e senti tristeza. Ele não. Estava com ar feliz e descansado. Eu não.
Senti saudade dos seus abraços.
As suas mãos procuraram as minhas. Senti o calor que emanava delas.
Senti saudades dos seus beijos.
Abraçou-me suavemente e senti o cheiro do seu cabelo, do seu perfume.
Senti saudades dele, muitas saudades dele.
Beijou-me no rosto e senti saudades.
As suas mãos continuavam fortes, os seus braços continuavam fortes. O seu olhar continuava forte.
Olhou-me nos olhos e voltei a perder-me neles, naquele azul imenso e morno.
O sol já se tinha ido embora de vez e eu não pensei em mais nada. Caminhei com ele de mão dada pela rua que tinha sido minha, que tinha sido nossa. Caminhamos em silencio, mas dizendo muitas coisas com o sorriso que se nos desenhou nos lábios…
Texto de ficção para a Fábrica das Histórias por Cláudia Moreira
Andava na biblioteca a cirandar no meio das prateleiras, a tentar escolher um livro, um que me estivesse mesmo, mesmo assim a apetecer, e foi então que "O rapaz do pijama à riscas" me veio parar à mãos. Tinha ouvido falar do filme, mas não tinha sequer noção da sua história, por isso abrir o livro foi mesmo uma descoberta! A história é triste, muito triste, mas bonita, cheia de conteúdo, cheia de sentimentos. Vou deixar a sinopse do livro e também aminha recomendação. Lê-se bem, muito bem. Eu li no fim-de-semana em Barcelona:) Digamos que li metade do livro a muitos pés de altitude! Sinopse: Plano Nacional de Leitura
Livro recomendado para os 7º, 8º e 9º anos de escolaridade, destinado a leitura autónoma.
Ao regressar da escola um dia, Bruno constata que as suas coisas estão a ser empacotadas. O seu pai tinha sido promovido no trabalho e toda a família tem de deixar a luxuosa casa onde vivia e mudar-se para outra cidade, onde Bruno não encontra ninguém com quem brincar nem nada para fazer. Pior do que isso, a nova casa é delimitada por uma vedação de arame que se estende a perder de vista e que o isola das pessoas que ele consegue ver, através da janela, do outro lado da vedação, as quais, curiosamente, usam todas um pijama às riscas. Como Bruno adora fazer explorações, certo dia, desobedecendo às ordens expressas do pai, resolve investigar até onde vai a vedação. É então que encontra um rapazinho mais ou menos da sua idade, vestido com o pijama às riscas que ele já tinha observado, e que em breve se torna o seu melhor amigo…
andei a escrever na minha outra casa...
imagem retirada da net
Cheguei quase ao fim do dia à minha rua. Esta rua não tem nome, nem tem número, nem nenhuma placa que a identifique. Não precisa de ter nome nem numero nem placa, nem nada que a marque porque está gravada em mim e em todos os que por lá passaram para todo o sempre.
Voltei depois de um grande ausência. Senti saudades. Achei que tudo iria estar diferente, pior, muito pior do que a última vez que pisei aquelas pedras do chão mas enganei-me e fiquei feliz…
A luz do fim de tarde de Verão pintava tudo de um tom dourado. O sol já enfraquecido pela hora pousava nos telhados, iluminando-os, pousava nas paredes e pareciam menos velhas. Os beirais ferrugentos pareciam apenas pintados de escuro e as varandas de ferro rendado deixavam as orquídeas, os fetos e as begónias passar por elas. As buganvílias lilases cresciam sem licença e agarravam-se às pedras salientes das paredes, aos umbrais das portas e das janelas.
A rua estava deserta. As pessoas estavam dentro das portas atarefadas nas suas vidas de todos os dias. Podia sentir o cheiro dos cozinhados, numa porta cheirava a refogado, na outra alguém deveria estar a fazer um bolo para a sobremesa da família. Ouvi vozes e foi como se pudesse entrar dentro de cada uma das casas e participar das suas vidas, sentir os seus anseios, desejar os seus sonhos, acarinhar as suas crianças. E seria sempre bem recebida. Com abraços. Com sorrisos. Com beijos.
Ouvi também o eco dos meus passos nas pedras centenárias. Pedras polidas por milhares de sapatos e pés descalços que por ali passaram todos os dias, todos os meses, todos os anos, todas as décadas durante mais de um século.
A minha rua é a mais bela de todas as ruas que já conheci. Tem um salão de chá onde as senhoras se reúnem para o chá da tarde. Passo em frente e vejo o letreiro já desbotado onde se pode ler o nome: “Salão de Chá Londres” e apetece-me entrar e sentar-me um pouco. Mas está fechado, as cortinas de renda branca estão corridas e a porta fechada.
Também tem uma retrosaria. Era lá que as senhoras compravam as linhas e os botões para costurar as roupas dos filhos. Agora se calhar já não é assim, mas quando eu era pequena, era lá que a minha mãe comprava as linhas de bordar para fazer coisas maravilhosas nos meus vestidos floridos, a fita de seda, as molas e os botões. Agora vejo que na montra também tem alguma roupa e calçado. Mas o reclame mantém-se. Ainda se vê a marca das linhas que deve ter ajudado a pagar o reclame: “Retrosaria Coats” e por baixo, “Cotas & Claras”.
A florista que vendia de tudo e também fazia arregaçadas para os funerais e bouquets singelos para as noivas. Agora estava a porta fechada, mas dentro pude ver que continuava tudo como antes. Aparentemente continuava tudo como antes. Lembro-me que era lá e só lá que a minha mãe comprava todos os sábados as flores para enfeitar a sala. Sempre a sala.
E um alfaiate. Na minha rua tinha um alfaiate que usava sempre a fita métrica ao pescoço e andava sujo de giz. Agora diz pronto-a-vestir por cima da porta. Na montra, peças modernas para homem e senhora. Também o reclame já não é o mesmo. Talvez o Sr. alfaiate tenha morrido
Era sempre no Outono que passava por lá o vendedor de castanhas e ocupava ali um lugar perto do Sr. alfaiate e era certo que todos os dias o alfaiate lhe comprava meia dúzia de castanhas, porque não podia ser mais, porque a vida estava cara.
Passo por todos estes lugares como passei há uns anos atrás, muitos anos atrás e pouco mudou. Nada mudou na sua essência. A rua continua a ser a minha rua. As casas baixas caiadas de branco, já a precisarem de nova pintura continuam as mesmas. As pedras da rua são as mesmas. As varandas, as flores, as gaiolas penduradas nas varandas até ser noite, a roupa molhada estendida por fora da janela. Os postes de iluminação de ferro fundido e vidros quadrados. Os cheiros da minha rua, as cores da minha rua, os sonhos de todos os que cresceram por ali e que estão presos dentro de cada pedacinho da minha rua.
Voltei para ficar. Não sei como vai ser a minha história a partir daqui, mas sei que estou feliz por ter voltado a esta rua, à minha rua.
Texto de ficção para a Fábrica das Histórias por Cláudia Moreira
imagem retirada da net
Entramos cedo na cidade e era sábado e por isso ela parecia estar ainda a dormir.
Saímos na estação rodoviária e vimos vários mendigos a dormir. Estavam ali encostados a uma parede suja como se fosse o lugar certo para dormir, como se nunca tivesse existido outro lugar mais confortável… Mais tarde, durante os dois dias que passamos na cidade, pudemos constatar que não eram os únicos. A miséria está em todo o lado…
Depois, conforme fomos avançando, a cidade pareceu florescer. Passamos pelo arco do triunfo, vimos os edifícios altos e imponentes. O transito intenso. As pessoas. Os turistas. Muitos turistas.
E depois, Las Ramblas. Caminhamos por elas várias vezes durante o fim-de-semana e de todas vezes pudemos descobrir coisas novas. As barraquinhas das flores, as dos jornais, dos souvenirs indispensáveis numa cidade grande. Os músicos, as esplanadas, os mimos que representavam as coisas mais extraordinárias na sua infinita paciência. As pessoas de todas as nacionalidades, de todas as culturas, os simples transeuntes, os excêntricos, os que distribuíam panfletos para a ópera, descontos para comida. Tanta gente a circular para cima e para baixo como formigas apressadas num carreiro do bosque.
Depois os barquinhos na marina, as barraquinhas do artesanato. As tapas. As batatas bravas e o pão com tomate. O Rita Blue, um restaurante diferente mas delicioso onde passamos uns bons momentos.
A noite. Os bares. Os homens arranjados e cheirosos a distribuir olhares pelas espanholas extrovertidas e pelas turistas extasiadas. A musica. A decoração sui generis.
Gaudi. O Arquitecto genialmente louco. Coisas maravilhosas idealizadas pela cabeça de um homem só. As casas, o parque Guel e a sua iguana. As colunas inclinadas que não se parecem com mais nada no mundo. Tudo absolutamente incrível! A Sagrada família, a eterna obra inacabada onde Gaudi viveu os últimos anos da sua vida e à qual dedicou 43 anos de trabalho. Os museus, Gaudi e Picasso.
E a musica! Barcelona é uma cidade de música. Pude ver tantos e tão variados artistas de rua. Em qualquer lugar havia alguém a dar a conhecer aos que passavam o seu trabalho musical. Lembrei-me do “violoncelista espanhol”. Também tocou nas Ramblas. Foi como se o pudesse ouvir. E pinturas. Tantas e tantas e tantas pinturas à venda nas ruas, nos parques e galerias de arte. Sem duvida que Barcelona é a cidade dos artistas. Cidade de todos aqueles que buscam uma inspiração algo diferente do comum.
As ruas estreitas. Os prédios altos de janelas trabalhadas. As lojas de todos os tipos. Os góticos. Os cortes de cabelo. As roupas estranhas. Tudo tão diferente de tudo.
Gostei muito de tudo. Gostei da cidade. E passou tão depressa que nem tive tempo de a saborear. Hei-de voltar. Hei-de voltar com tempo para passear calmamente por todas as ruas da cidade. Hei-de voltar com tempo para sentir o pulsar da cidade na pele, nos ouvidos, dentro da minha cabeça. Hei-de voltar com tempo para me sentar a observar quem lá morar, saber o que pensam e o que sentem. Hei-de voltar à cidade. Não sei bem quando, mas sei que hei-de voltar!
Outras IDEIAS minhas
Ideias de outros que eu gosto de ler
- As conversas são como as cerejas
- As palavras que nunca te direi