Quem não se lembra desta musica?
Pois é, vim agora do espetáculo de dança em que a minha filha participou com este mesmo nome e...não a consigo tirar da cabeça!!
imagem retirada da net...
Ao sábado de manhã não moro no mesmo lugar. As ruas estão silenciosas, os carros estão nas garagens, as persianas corridas. As luzes dos reclames luminosos estão desligados e os quiosques fechados.
Ao sábado de manhã entro num mundo adormecido de mansinho e não faço barulho. Sigo o meu rumo, trabalho tranquilamente até à hora em que o mundo desperta. Mas não é um despertar normal, como numa terça ou numa quinta. Ao sábado o mundo desperta mais devagar, sai de pijama à rua, espreguiça-se. Veste o fato de treino e vai andar à beira-mar. Compra o jornal e a revista semanal e toma o pequeno-almoço numa esplanada em dias de sol e em dias de chuva fica muito quentinho à lareira, embrulhado numa manta a bebericar uma chávena de chá. O mundo ao sábado é um bocadinho preguiçoso.
Hoje é sábado e chove. Lá fora está tudo sossegado, apenas se ouve a chuva a cair e o vento a ecoar pelas ruas. Está frio e ninguém vai sair. Vão ficar em casa com as suas famílias aproveitando a tranquilidade do lar.
Eu também desejava fazer parte desse mundo adormecido mas em vez disso calhou-me na sorte ver o mundo dormir. O mundo não sabe o aspecto que tem quando dorme, por isso hoje lembrei-me de vir aqui contar ao mundo que dorme tranquilamente. E nem precisa de se preocupar, porque enquanto dorme há sempre alguém que vela por ele…
imagem retirada da net
....mas não quer que vá com ele! Ok. É a primeira vez que me pede para ir sozinho sair com os amigos. Quer ir ao cinema no Domingo ao Shopping com os amigos e amigas. Sozinho! Assim, sem eu estar por perto, percebem? E agora o que é que eu faço?
Nunca imaginei que doesse tanto ver a primeira vez que o passarinho tenta sair do ninho...
Esbocei um pálido sorriso
Tão pouco me apetecia rir
E de fingir eu não preciso
Preciso é de querer sorrir
Há muito que assim me sinto
Triste e sem vontade de sorrir
Sorrio e parece que minto
E nao tenho vontade de mentir
Tanto sentimento contido
Muita tristeza e tanta dor
Num sorriso assim fingido
Nem tem glória nem valor
É tao triste, tão doloroso
Nao querer jamais sorrir
E pensamento tenebroso
É nunca mais o querer sentir
Guardo-o, triste, só para mim
Fica cá dentro guardado
E no dia que sorrir por fim
Será um belo sorriso rasgado...
O dia de ontem acordou azul… Achei que ia ter um belo dia azulinho e que finalmente o cinzento se tinha eclipsado. Estava redondamente enganada, como pude ir constatando ao longo do dia….
12h00 – Conta do mecânico (140,00)
15h00 – Liga-me a minha irmã a chorar, o meu sobrinho de sete anos partiu um braço.
16h00 - O Tiago entra para o bloco operatório e só sai as 21h00
19h30 – Deixo o telefone cair na sanita do Modelo sem saber. Depois de muito procurar volto à casa de banho e lá está ele, a brilhar dentro da água. Recupero-o, mas está morto.
21h00 – A Ana descobre o presente dela de Natal que esta cabeça de alho chocho se esqueceu no carro….
Tenho de trabalhar ainda mais para pagar a conta do bolinhas.
O Tiago ainda está no hospital. O médico disse que correu tudo bem, esperemos que isto passe depressa… custa tanto ver os miúdos sofrer..
Tenho de comprar um telefone novo…
Agora nem sei se mantenho o presente para a Ana ou lhe compro outra coisa…
imagem retirada da net
Íamos as duas de mãos dadas, saltitando felizes pelos passeios das ruas iluminadas para o Natal, vendo montras e chilreando como passarinhos na Primavera.
- Mãe! Olha que camisola tão linda!!
- Mãe! Posso ter aquela boneca? É tão linda!
- Vamos ver filha, vamos ver…
- Mãe! E aquele carrinho de chá?
Eu ria-me. E ela também. Tantos pedidos! Tantos desejos! Os olhos dela brilhavam de felicidade inocente.
- Olha! Olha! Olha! – Largou-me da mão e correu a colar o nariz no vidro da montra dos brinquedos. Um enorme comboio colorido corria pelos carris em miniatura deitando fumo pela pequenina chaminé. Que delicia.
Foi nesse momento que várias pessoas se meteram entre nós e deixei de a ver por escassos segundos. Apressei-me na direcção dela, mas quando cheguei ao pé do vidro já não a vi. O meu coração deu um salto e um grito ficou sufocado na minha garganta. Olhei para um lado e para o outro e via-a dobrar a esquina. Corri atrás e vejo-a a olhar para um menino de pé descalço e ranho no nariz que a olhava também. Ia para ralhar pois ainda não estava refeita do susto, mas fiquei a ouvir, protegida pela sombra da noite.
- Estás descalço? Não tens frio?
- Tenho...mas não tenho sapatos.
- Não tens sapatos? – a voz dela mostrava a surpresa que essa informação lhe causava.
- Não, não tenho. O meu pai é doente e não trabalha e a minha mãe também não. Está desempregada.
- Isso quer dizer que não vais ter presentes de Natal?
- Nunca tive nenhum. Às vezes o meu pai trazia uns brinquedos usados da casa de uns tipos ricos e dáva-nos. E roupas também. Mas agora não sai de casa e a minha mãe bebe muito.
A minha filha estava de lágrima no olho, pude perceber pelo tremer da sua vozinha de criança.
- Vou pedir à minha mãe para te dar um presente...
- Achas que ela faria isso? – a ansiedade na voz do rapazinho fez-me sentir um aperto no peito. E se fossem os meus filhos?
- Claro que sim. Eu peço coisas e ela dá-me, por isso se pedir para ti ela também vai dar!
Neste momento aproximei-me e pedi ao rapazinho que me levasse até casa deles. Dei a mão à minha filha e fomos andando por becos escuros e ruas sujas, bem diferente da rua de onde tinhamos vindo, cheia de luzes e pessoas bonitas e bem vestidas.
Entramos numa casa muito pobre. Lá dentro um homem estava numa cadeira de rodas e uma mulher estava caida no sofá a dormir. Duas crianças pequenas choravam num berço que já não era novo há muito tempo...
As lágrimas vieram-me aos olhos e ao olhar para a minha filha que ainda não tinha completado dez anos, vi que também ela chorava.
- Mãe...quero dar as minhas prendas todas a estes meninos...
Acariciei os seus cabelos e sorri entre lágrimas com tanta generosidade.
- A mãe vai resolver isto, não te preocupes.
Ainda antes do dia de Natal a mãe do rapazinho de pé descalço estava a trabalhar e tinham roupa suficiente para o Inverno todo. Montamos uma arvore de Natal e enchemos a despensa para um mês inteiro. No dia de natal fizemos questão de convidar esta familia para jantar na nossa casa.
Via-se que estavam felizes. Às vezes dar a mão a alguém pode fazer toda a diferença. A esta familia fez diferença e a nós não fez diferença nenhuma, ter mais um presente ou mais um pouco de comida na mesa. Repartimos o que tinhamos e tambem nós sentimos o nosso coração cheio de alegria.
Esta história já aconteceu há muitos anos, mas é uma história que se repete ano após anos. Eu e minha familia prometemos que enquanto tivessemos forma de ajudar o fariamos, por isso todos os anos por altura de Natal vamos à procura destes meninos de rua. Vamos tentar de alguma forma tornar o seu Natal mais bonito, mais quente, mais doce.
A minha filha cresceu e hoje é ela que trata disto tudo. Digo sempre que é ela a culpada desta tradição, e é, porque não houve ano nenhum que não tivesse sido ela a primeira a falar no assunto assim que Dezembro espreita no nosso calendário...
Texto de ficção para a "Fábrica das Histórias"
Autor: Cláudia Moreira
Venho só aqui contar o finalzinho do fim-de-semana prolongado. O principio e meio já conhecem e..não foi grande coisa.
Segunda-feira, feriado, depois de dormir bastante e de termos conferenciado (foi mais eu tê-los obrigado quase aos berros a sair de casa comigo) entre os três o que fariamos nesse dia, lá decidimos (mãe, eu vou, mas tens que me comprar pipocas no cinema) que iriamos ver o Sino gigante dos Aliados, patinar no gelo (falso) e depois Madagascar no cinema.
Eles adoraram a patinagem! Claro que nenhum deles sabe patinar, portanto estiveram mais vezes no chão do que em cima dos patins! Ainda me ri um pedaço com os trambolhões (tralhos na linguagem do André) do pessoal que lá andava! Tudo gente que nunca se tinha posto em cima de um par de patins. Eles bem queriam que eu fosse, mas depois quem é que segurava na minha carteira?!
Depois os insulfláveis. O andré já se acha grande demais e não foi (foi tudo vergonha de teen porque até eu fiquei com vontade de ir para lá dar uns pinchos!!) mas a Ana aproveitou bastante! Vinha de lá completamente exausta. O sino era giro, mas não me causou tanto impacto como a descrição que li na net.
Depois fomos rumo ao Norteshopping onde além de encher a barriga de pipocas docinhas, também apanhamos uma barrigada de rir! Sem duvida que o meu preferido é o MelmanJ Adoramos o Fufi do Alex e amei o romance entre a Gloria e o Melman... e continuo a achar que o Julien fuma alguma coisa que não devia... em suma, gostei muito do Madagascar 2. E os meus piolhos também gostaram muitoJ
E pronto, é Natal e no Natal há luzes, cinema, pipocas, circo, festas, alegria!
Para a semana será Circo, festa do Hip-Hop e...nem sei mais o quê.....tenho de ver a agenda dos miudos que têm uma vida socail vinte vezes mais activa do que a minha!
São 3h23 am e cheguei agora a casa. O dia foi duro... Demasiado. Trabalhei dezoito horas seguidas a um Domingo que deveria ser um dia de descanso, de estar com a familia, de arejar ideias. Em vez de tudo isso, não vi a luz do dia todo o dia, o carro avariou de manhã, ainda tive que fazer 2 kms a pé de trouxas às costas, camisa preta no cabine como se estivesse a fugir de casa. Na décima oitava hora de trabalho, quando já nem me aguento em pé, o músico fantástico lembra-se de nos chamar para dançar... Ainda dei umas voltas nos braços dum desconhecido que já tinha bebido demais. O artista estava entusiasmado e cantou doze ultimas músicas.
À saida o nevoeiro era tanto que de repente me senti engolida por um mundo paralelo. Que estranha a madrugada solitária e silenciosa cheia de nevoeiro. Parece que avançamos num mundo em que não existe mais nada nem ninguém. Não vês mais nada além de ti. Senti-me só.
Quando abri a porta de casa ouvi um galo cantar.
Não sei porquê, mas de repente as lágrimas saltam dos meus olhos e não as consigo conter...
São 4h08 am...
Eu e a Autores Editora, temos o prazer de convidar todos os amigos, leitores do blog ou não, reais e virtuais, e para todos que por aqui passem e sintam curiosidade, para a apresentação do meu livro "Poemas de Amor e Desamor".
A apresentação será no dia 20 de Dezembro de 2008 pelas 16h30 na Biblioteca José Régio em Vila do Conde onde estarei presente, assim como a minha querida amiga e editora Maria Helena.
Será uma apresentação muito simples, mas feita com muito carinho e muita dedicação.
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
Ver informação da Biblioteca aqui.
imagem retirada da net
Lembro-me que nestes dias de aborrecida chuva fria que entra na pele sem pedir licença e nos enregela os ossos, vinha da escola saltitando pelas poças de água, não tanto evitando-as, mas sim chapinhando-as para ver com alegria a que altura saltavam as pingas geladas. Reunia com o resto dos miúdos do bairro procurando salamandras, que na altura não sei bem porquê as baptizamos de saramelas. Eram bichos feios, repelentes, e que apareciam às dezenas mortos na nossas rua sem carros. Depois íamos subir muros cheios de musgo verde que nos manchava a roupa e invariavelmente dava origem a raspanetes.
Só mesmo quando a noite começava a cair e o frio me punha o nariz vermelho é que voltava para dentro não sem antes a minha avó já me ter chamado umas dez vezes! Sabia tão bem sentir a chuva fria na cara, a liberdade, a natureza no seu estado puro…
Depois da noite cair, secar o cabelo, tirar os sapatos encharcados, pôr uma manta aos ombros, sentava-me em cima da caixa da lenha, aquecendo-me no fogão de lenha, vendo as chamas crepitar e sentindo o aroma da sopa de feijão rajado e da broa acabada de cozer…
Outras IDEIAS minhas
Ideias de outros que eu gosto de ler
- As conversas são como as cerejas
- As palavras que nunca te direi