Apetecia-me despir estas roupas que me oprimem o corpo. Apetecia-me transpôr estas paredes que me aprisionam a alma. Apetecia-me limpar estes pensamentos que me entristecem o coração. Apetecia-me lavar a alma que está negra como a noite.
Apetecia-me subir montes verdejantes e descer suaves encostas. Apetecia-me cheirar a resina e a caruma dos pinheiros nos bosques. Apetecia-me andar descalça sobre a erva dos campos fresca e húmida. Apetecia-me molhar-me nos ribeiros de água cristalina que se entranham no coração dos pinhais. Apetecia-me abraçar as árvores e sentir o seu coração no meu. Apetecia-me ouvir a música dos pássaros. Apetecia-me correr de braços abertos pelo campo aberto de alma aberta... Apetecia-me deitar-me na erva fresca e ficar a olhar o céu, ver as nuvens passar, altas e brancas, levadas pela brisa da tarde...e quem sabe uma pequena borboleta azul a cruzar o azul do céu e confundir-se com ele...
Outras IDEIAS minhas
Ideias de outros que eu gosto de ler
- As conversas são como as cerejas
- As palavras que nunca te direi