Na primeira manhã do Caminho o despertador não tocou, no entanto acordei a tempo de deixarmos o albergue à hora marcada. Tenho na ideia que Santiago me veio dizer ao ouvido que já eram mais que horinhas dos seus peregrinos se porem a caminho…
Depois do pequeno-almoço pusemo-nos em marcha para o chamado terrível segundo dia. Felizmente, não foi nada disso. Correu lindamente e sem nenhum percalço!
Começamos a caminhar às oito horas da manhã de segunda-feira. Seriam dezasseis kms duros, pois uma grande parte da etapa O Porriño- Redondela é a subir muito e depois a descer muito! Eu sou a favor das descidas, o André a favor das subidas e a Ana nem uma coisa nem outra, só gosta dos terrenos planos! Os primeiros kms não custam nada, mas mal passamos Mós começamos a transpirar. Subidas sinuosas e descidas íngremes à mistura com paisagens belíssimas, capazes de nos fazer perder a respiração. As Rias Bajas, por exemplo, já as viram? Não? Pois têm de ver que é uma imagem maravilhosa para reter por muito tempo na cabeça e nos fazer sorrir com a lembrança! Entre o subir e o descer fizemos uma paragem muito agradável para descansar e lanchar em Chan de Pipas. É um pequeno grande lugar mágico! Uma mesa de pedra onde nos sentamos (eles deitaram-se e não sobrou espaço para mim!) e pousamos as mochilas e lanchamos e vimos as árvores e estivemos felizes sem pensar em nada que não fosse estar ali!
Tantas horas de caminhada, adolescentes e silêncio não combinam, portanto, passamos todos estes dias entre cantorias, jogos de palavras, alguns resmungos mas muitas mais gargalhadas!
Depois chegamos ao albergue de Redondela, que é na Casa da Torre. Uma casa toda de pedra, antiga, muito bonita. Ainda tivemos direito a uma exposição de pintura com o nome de “Intemporalidades”. Fui ao Moldes (passe a publicidade gratuita) comprar comida e depois tornei a ir ao Moldes comprar comida e à terceira fiquei contente que já não fosse a mesma rapariga na caixa!! Também comprei cartas no chinês (parecia que estava em Portugal) e passamos a tarde no albergue a tentar descansar. Depois chegaram mais peregrinos e acabou o silêncio! Era uma bicigrina espanhola, um grupo de escuteiros da Guarda e mais duas peregrinas, tia e sobrinha, de Paris e do Porto, respectivamente.
Tenho que dizer que chegamos ao fim do segundo dia com zero bolhas! Cansados é claro, mas sem bolhas, o que é muito, muito bom!
Custou-nos a adormecer pois já não estavamos sozinhos no quarto. Para os meus filhos foi a primeira experiencia de partilha de quarto com tanta gente e ainda por cima, tanta gente desconhecida!Mas por fim adormecemos e sonhamos de certeza, embora nenhum de nós se lembre com o quê!
Outras IDEIAS minhas
Ideias de outros que eu gosto de ler
- As conversas são como as cerejas
- As palavras que nunca te direi