A manhã nasceu clara e bonita para nós no grande dia da partida para Santiago de Compostela!
Seria uma longa viagem de seis dias, fazendo uso exclusivo dos pés para lá chegar. Mais ou menos cento e vinte quilómetros ou mesmo mais um pouco se contar com os quilometros que se fazem extra Caminho…
Levei os meus filhos comigo e ansiedade era bastante. Seriam capazes de suportar e superar as dificuldades do Caminho? Iriam gostar? Não iriam gostar? A meio teria que me meter num comboio com eles de regresso a casa e sem chegar ao almejado destino? Entenderiam o porquê de fazer essa grande caminhada, essa peregrinação? Muitas perguntas volteavam na minha cabeça, mas a resposta não viria sem que o tempo passasse e ma trouxesse, com calma.
Partimos de Valença pelas nove e trinta da manhã, hora portuguesa. Dez minutos depois da ponte eram dez horas e quarenta minutos, hora espanhola. Depois das fotos da praxe na fronteira começamos verdadeiramente a caminhada. Para mim, embora já tivesse feito o caminho antes, tudo tinha na mesma a beleza da novidade. Bastava para isso que a vez anterior tivesse tido as cores outonais e desta vez tivéssemos tido por companhia as cores maravilhosas e fulgurantes da Primavera. As camélias e as magnólias foram uma constante durante todo o caminho. Mas nem era por isso que tinha o sabor da novidade, era apenas por cada caminho é único, sentido e vivido de forma intensa e plena e única.
Durante dezasseis quilómetros caminhamos juntos, eles a adaptarem-se ao ritmo do Caminho, mas a apreciar verdadeiramente a paisagem verde e florescente. Vimos paisagens muito bonitas, riachos e pontes romanas. Passamos por aldeias e casas perdidas nos montes. Só não gostamos de passar o polígono industrial de O Porriño, mas é o preço que temos que pagar pelo progresso.
Chegamos ao albergue não muito cedo, pois na verdade passamos o dia a parar para as fotos e para descansar. Mesmo assim, tivemos que esperar, pois o albergue de O Porriño só abre às 19 horas. Tivemos o albergue praticamente para nós. Eu cozinhei massa e depois de um passeio pela localidade acabamos a noite a dormir num quarto com quarenta camas só para nós três!
Outras IDEIAS minhas
Ideias de outros que eu gosto de ler
- As conversas são como as cerejas
- As palavras que nunca te direi