imagem retirada da net
Tem certos dias em que acordo com a sensação de que a felicidade existe algures, perdida por aí, e está apenas à espera que eu a encontre e nestes dias também acredito que o mundo me pertence! É nestes dias que fico com coceira na ponta dos dedos e me apetece escrever tudo o que habitualmente deixo bem guardado na minha cabeça. É nestes dias que acredito que um dia alguém vai descobrir o meu imenso talento, publicar-me e vou ser, além de um sucesso de vendas, uma daquelas pessoas que depois de morrer toda a gente sabe quem foi, porque leu alguma coisa que lhe tocou no coração...
Depois tem os outros dias. Aqueles em que deixo o processador de texto fechado, os dedos quietos e nenhuma das palavras com as quais formo as ideias e que me passam pela mente me parece suficientemente boa para merecer sair cá para fora. Também é nestes dias que ando triste e penso que acabarei os meus dias longe das letras por não ser merecedora delas. Nesse futuro tenebroso, os livros ficarão apenas na estante e farão parte do passado e eu já não terei vontade de os ler porque me hão-de transcender...
Apetece-me sempre chorar. Apetece-me sempre chorar quando penso nisso. E também me apetece chorar por perceber que jamais serei capaz de ler todos os livros que gostaria de ler, porque só tenho uma vida. É estranho este pensamento tão paradoxal. Por um lado tenho receio de acabar longe dos livros e por outro sofro por pensar que jamais terei tempo de ler todos os livros que valem a pena ser lidos.
Depois os dias bons voltam. E depois fico feliz por ter tido a sorte de poder ter lido todos os livros que já li. Depois também fico feliz porque já conheci alguns escritores que admiro muito. Depois também fico feliz porque eu própria já pude ver o meu nome num livro (sendo ou não alguma coisa de jeito, note-se). Depois também fico feliz por ter nascido num tempo em que já todos sabemos ler e escrever e por ter acesso aos livros e por ter acesso a um lápis e a papel e a um computador que me dão acesso à escrita.
Talvez o que precise mesmo é de escrever esta verdade em letras muito gordas, numa folha de papel gigante e colar a folha no tecto do meu quarto. Assim quando acordar será a primeira coisa que vejo!! Isto evitará de certezinha absoluta (passe a redundância) os dias maus. Am I right?
Outras IDEIAS minhas
Ideias de outros que eu gosto de ler
- As conversas são como as cerejas
- As palavras que nunca te direi