imagem retirada da net
....mas não quer que vá com ele! Ok. É a primeira vez que me pede para ir sozinho sair com os amigos. Quer ir ao cinema no Domingo ao Shopping com os amigos e amigas. Sozinho! Assim, sem eu estar por perto, percebem? E agora o que é que eu faço?
Nunca imaginei que doesse tanto ver a primeira vez que o passarinho tenta sair do ninho...
Estou proibida de dizer determinadas palavras, tais como “bué”, “yah”, “cool”, “fixe”, “tás-se bem”. Ok, não são bem palavras, é este linguarejar moderno que toda a gente usa. Eu não as uso, uso apenas para pegar com um certo ditador, que eu cá gosto bastante da língua portuguesa. Ora o ditadorzinho, não é nem mais nem menos que o meu filho André.
Ele: Mãe! Tu não podes usar essas palavras!
Eu: Não? Porque não?
Ele: Não é ético!
Eu: (lololol) Não é quê? Ético? (lololol)
Ele: Claro!! As mães não dizem essas coisas! Isso está reservado aos filhos!
Eu: eheheheh tá-se bem André! Mas eu vou continuar a dizer o que me apetecer!
Ele diz estas coisas mesmo chateado, como se eu usar estas palavras fizesse a Terra sair de orbita, ou mudar o curso dos rios. Como se fosse anti-natura. Deduzo portanto que os miúdos tenham uma espécie de Código, onde estará portanto descriminado o que as mães podem ou não fazer ou dizer. E usar os mesmos termos que eles está, definitivamente, proibido pelo Código!
*
Hoje é o último dia de aulas, aliás já nem sequer há aulas. Apenas convívio entre alunos e professores. A Ana ao meio-dia já vem embora e o André foi para a praia com os amigos.
Agora estou preocupada com ele. Bem lhe pedi que fosse para uma praia vigiada, que saísse à hora do almoço, que não fosse para a água depois de comer. Perguntei com quem ia. Resposta dele a cada conselho meu:
- Ta bem…
- Ta bem…
- Ta bem…
Sempre acompanhado por um revirar de olhos!!!!
Ok, tem 14 anos, mas ainda não é um homem, mas também já não é uma criança. Mas já tem a mania que é muito crescido e independente…
Que posso eu fazer para os impedir de ganhar asas e voar?
Mãe sofre….
Como fazer um miúdo de catorze anos compreender a importância da escola? Eu já tentei de todas as formas, esgotei todas as minhas capacidades argumentativas. A adolescência pode ser algo terrivelmente assustador para os filhos e para os pais. Os filhos porque vivem este período conturbado de descoberta na certeza que sabem tudo o que estão a fazer, e que tudo irá sair conforme os seus planos de meninos e os pais porque vivem este período com o coração nas mãos, à espera que os filhos saem ilesos deste período negro.
A escola é das maiores dores de cabeça. Os miúdos julgam que não serve para nada, que é muito mais importante jogar com os amigos on-line, Que a escola é uma grande seca, que os pais são uma grande seca e que os professores não sabem ensinar e são uma seca...
Eu já discursei, já expliquei, já dei o exemplo com os meus próprios estudos. Já lhe pintei o quadro da vida dele num futuro em que ele não tenha estudado. Já lhe mostrei as diferenças entre arranjar um trabalho com estudos e um trabalho sem estudos...mas ele parece não compreender. Em ultima instancia tentei fazer-lhe ver que tudo o que aprendemos hoje, nalgum ponto do tempo no futuro terá uma aplicação , fará jeito, mas nem assim...
Sou mãe de uma adolescente de catorze anos e estou a entrar em desespero!!
ideias...estou a aceitar ideias!!
Outras IDEIAS minhas
Ideias de outros que eu gosto de ler
- As conversas são como as cerejas
- As palavras que nunca te direi